Todos por todos.
"Não é fácil acompanhar, aqui do Ocidente, esta guerra iminente entre Israel e o Irão. E a razão desta dificuldade não se explica pela distância nem pela violência das imagens que chegam pelas agências de notícias. Explica-se porque, culturalmente, pouco liga o Ocidente a qualquer um dos lados desta guerra. E isso impressiona.
Custa reconhecer, mas se não fosse a alta do petróleo (que atinge como um ‘rocket’ a carteira do mundo ocidental) é bem provável que já ninguém se incomodasse comas constantes trocas de tiros no Médio Oriente. Por mais compreensão que a causa de Israel motive, ou por mais compaixão que os palestinianos arrecadem, a verdade é que, vistos do Ocidente, eles pertencem a uma outra civilização. Não são as burqas, a fé ou a ideologia, é mais amplo. Samuel Huntington, no célebre “Choque de Civilizações”( 1998),deu nome a estas diferenças que, explicava, cavam fossos profundos entre os países - a identidade cultural.
O que aqui se diz, portanto, é que não existe nenhuma razão evidente - além do preço absurdo do petróleo - para que o mundo ocidental perca tempo com mais estas trocas de tiros. E se assim for, é quase como uma bênção que o petróleo surja no meio destas guerras. Ouvem-se os críticos: que teoria absurda- senão fosse o petróleo, não existiria esta guerra. Será mesmo?
Aquilo que divide hoje o mundo, parece, são as mesmas razões que juntam e afastam pessoas - os códigos culturais. Há pessoas que se aproximam por gostos musicais, semelhanças físicas, paixões ideológicas ou, simplesmente, pela fé. É verdade: também se diz que os opostos se atraem, mas mesmo nesses casos existe uma partilha de códigos culturais semelhantes -nem que seja a simples nacionalidade. E se assim for, o petróleo é apenas um bom pretexto para lançar um míssil contra quem ofenda esses códigos. Pior: o argumento de que os países ricos afrontam os pobres não passaria de uma boa desculpa para lançar aviões contra prédios forrados de civis. Porque a razão não seria financeira, mas o já referido choque cultural.
Ora, se a encruzilhada inicial estiver certa (se não fosse o petróleo, o Ocidente seria indiferente a estes conflitos), então não é demais aproveitar este momento para glorificar o capitalismo. Isto é, sublinhar a importância de mercados abertos e livres como garantia, não da paz perpétua, mas de que ninguém será indiferente ao outro. Em vez de uma utopia, portanto, o dinheiro traz-nos a muito realista garantia de que todos se interessam por todos - e assim olham constantemente uns pelos outros. "
Martim Avillez Figueiredo
Custa reconhecer, mas se não fosse a alta do petróleo (que atinge como um ‘rocket’ a carteira do mundo ocidental) é bem provável que já ninguém se incomodasse comas constantes trocas de tiros no Médio Oriente. Por mais compreensão que a causa de Israel motive, ou por mais compaixão que os palestinianos arrecadem, a verdade é que, vistos do Ocidente, eles pertencem a uma outra civilização. Não são as burqas, a fé ou a ideologia, é mais amplo. Samuel Huntington, no célebre “Choque de Civilizações”( 1998),deu nome a estas diferenças que, explicava, cavam fossos profundos entre os países - a identidade cultural.
O que aqui se diz, portanto, é que não existe nenhuma razão evidente - além do preço absurdo do petróleo - para que o mundo ocidental perca tempo com mais estas trocas de tiros. E se assim for, é quase como uma bênção que o petróleo surja no meio destas guerras. Ouvem-se os críticos: que teoria absurda- senão fosse o petróleo, não existiria esta guerra. Será mesmo?
Aquilo que divide hoje o mundo, parece, são as mesmas razões que juntam e afastam pessoas - os códigos culturais. Há pessoas que se aproximam por gostos musicais, semelhanças físicas, paixões ideológicas ou, simplesmente, pela fé. É verdade: também se diz que os opostos se atraem, mas mesmo nesses casos existe uma partilha de códigos culturais semelhantes -nem que seja a simples nacionalidade. E se assim for, o petróleo é apenas um bom pretexto para lançar um míssil contra quem ofenda esses códigos. Pior: o argumento de que os países ricos afrontam os pobres não passaria de uma boa desculpa para lançar aviões contra prédios forrados de civis. Porque a razão não seria financeira, mas o já referido choque cultural.
Ora, se a encruzilhada inicial estiver certa (se não fosse o petróleo, o Ocidente seria indiferente a estes conflitos), então não é demais aproveitar este momento para glorificar o capitalismo. Isto é, sublinhar a importância de mercados abertos e livres como garantia, não da paz perpétua, mas de que ninguém será indiferente ao outro. Em vez de uma utopia, portanto, o dinheiro traz-nos a muito realista garantia de que todos se interessam por todos - e assim olham constantemente uns pelos outros. "
Martim Avillez Figueiredo
7 Comments:
A Europa tem o seu abastecimento de energia entalado entre a Russia e as monarquias e teocracias autoritárias do islamismo.Há dois séculos seria possivel clarificar e segurar o abastecimneto "à moda histórica".Agora esta "delicadeza democrática",que tambem inclui a perda de empregos a favor do autoritarismo chinês,deixa-nos numa Europa dependente.O unico que sabe ainda resolver estas coisa e´o "imperador".Mas, que horror,estamos tão distantes...
É curioso que quando o Iraõ manda os seus "rotweilers",conhecendo a importancia que tem o petróleo para o Ocidente,sabe-se que a Russia aumentou a sua produção, nos ultimos tempos, de 3 para 7 milhões de barris diários,o que permitiu manter os preços a este nivel.Esta Europa não vale nada no plano de estratégias e de dominio mundial.Eis o resultado do afrontamento à Roma de hoje, que está em Washington.Entretanto o "afrontador" manda Villepin saudar o governo libanês.Ridiculo...
1.O Sr.Presidente da Autoridade Palestiniana anunciou publicamente a realização dum REFERENDO,o que significaria o RECONHECIMENTO DE FACTO de Israel.Segundo os analistas,o REFERENDO seria APROVADO. 2.O HAMAS e o HEZBOLLAH eram naturalmente contra o REFERENDO.Daí,a decisão de capturarem soldados do Exército de Israel e de lançarem mísseis sobre diversos alvos civis israelitas para os obrigar a reagir (sabotando o referendo) ou declarem que tinham colocado Israel em estado de não poder reagir(para mostrar a inutilidade do referendo).Registe-se que o actual governo ELEITO de Israel é civilista. 3.Deste conflito vão tirar-se várias lições:a)Nenhum Estado beneficia em ter/consentir no seu território santuários de grupos fortemente armados,equipados com rampas móveis de lanças misseis,para atacar Estados representados na ONU;b)Os Estados que fornecem mísseis SI-18 a "grupos radicais" ( e talvêz emprestem "especialistas") acabam sempre por pagar as consequências de tais actos. 4.Desejo que um dia Israel e Palestina possam coexistir lado a lado em PAZ,afastada a ameaça do terrorismo.O problema é ,na verdade, que os ditadores não querem uma Palestina Livre,pois isso seria o fim do "inimigo comum" que justifica a existência das ditaduras...e das despesas enormes em armamento e segurança.
Vejo algum pessimismo no artigo e nos comentários. Não compreendo. Hoje esperava uma onda de optimismo. O "executor" Sócrates já disse que o pessimismo foi derrotado. Por ele e pelas "visões" do líder espiritual Constâncio. A alta do petróleo não interessa nada. Vamos passar de 0,8 para 1,2. Rejubilemos...
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