sábado, setembro 30, 2006

Quando o mesmo dinheiro é menos dinheiro para gastar.

"A PJ “não vai receber cortes” em 2007 relativamente à dotação de 2006. Significa isto que a PJ vai ter direito ao mesmo dinheiro que teve este ano? Aparentemente sim, na realidade não.

A política é a arte do compromisso; mas também é a arte da ilusão. Vejamos: é verdade que a PJ não vai sofrer cortes no próximo Orçamento. Receberá os mesmos 91 milhões de euros deste ano. Para quem não se lembra, foram os tais 91 milhões que se esgotaram antes de termos chegado a meio do ano e que foram insuficientes para, entre outras coisas, pagar a gasolina dos carros da PJ. Os sindicatos pintaram a crise em tons berrantes: não havia dinheiro para nada, o melhor era cruzar os braços e paralisar as investigações. No meio da crise, demitiu-se o director da PJ, Santos Cabral. Nomeado outro director, o ministro da Justiça, Alberto Costa, prometeu um reforço de verba: 8,9 milhões de euros. Na realidade, a ajuda foi menor (8 milhões) e teve com fonte uma entidade com nome de centopeia: Cofre Geral dos Tribunais (uf!) do Instituto de Gestão Financeira (uf! )e Patrimonial do Estado. Ou seja, aos 91 milhões, a PJ recebeu mais oito, o que lhe permitiu ter 99 milhões para gastar este ano. Voltemos, então, à dúvida inicial. Vai a PJ sofrer um corte orçamental em 2007? Finamente a resposta: vai receber a mesma dotação inicial (91 milhões), mas não vai ter direito ao reforço. O que significa que, na prática – e se não houver nova bóia de salvação financeira a meio do ano – terá menos dinheiro para gastar. Dito de outra maneira: ou a PJ se torna poupadinha ou antes do próximo Verão as investigações voltam a parar
."

André Macedo, Nuno Miguel Silva e Pedro Marques Pereira

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Com o crime a diminuir a olhos vistos, segundo o ministro Costa, ainda vai sobrar alguma massa para financiar um qualquer outro departamento em dificuldades...

E assim vai o mundo....

sábado, setembro 30, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Foi bonito de se ver a cara de satsfação do novo director da PJ.
Não há dúvida nenhuma que faz parte do esquema.
Veremos se daqui a meia dúzia de meses o sorriso lá continua e se tem tanta certeza no cagar!

sábado, setembro 30, 2006  

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