segunda-feira, janeiro 29, 2007

Comunicação social.

"Ora porque a Comunicação Social toma partido e mais ou menos involuntariamente condiciona a formação de opinião, ora porque é, ela própria, condicionada (coagida?) a transmitir uma visão apenas destinada a fazer passar ou valorizar uma parte da verdade, o certo é que o jogo de sombras montado em torno de alguns temas que vão saltando para a ribalta dificultam cada vez mais a percepção objectiva da realidade. Não é que os jornalistas não possam nem devam emitir opinião ou expressar sentimentos. Bem pelo contrário, têm (ou devem ter) espaços próprios e formas claras de o fazer. Por isso mesmo, caiu mal ver, por exemplo, Fátima Campos Ferreira tomar partido tão apaixonadamente por um dos lados no "Prós e contras" que abordou a questão da menina confiada a pais "do coração". Este foi, aliás, um tema em que a Comunicação Social funcionou em uníssono. É difícil, por isso, aceitar como bom o argumento de que toda a informação foi prestada quando, afinal, nos apercebermos que só nas "letras pequeninas" se conseguiu ler que o Tribunal decidira há anos - e não apenas agora - a favor do pai biológico, ou se conseguiu perceber que uma questão é o problema da outorga da custódia da menina, outra bem distinta a moldura penal (o crime de sequestro) escolhida para condenar um militar a seis anos de prisão (mais aqui)."

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