quarta-feira, janeiro 24, 2007

Os novos condicionamentos II

Os eternos condicionados filhos de um Deus menor

A sociedade para que atiraram este país, governos e governados, sofre deste mal, se substituirmos os pais pelos indivíduos que têm governado ou desgovernado. Destruíram o Estado, ou transformaram-no numa coisa que serve apenas de bode expiatório quando algo não corre de feição, quando o cidadão quer atirar para cima dos outros a responsabilidade das suas omissões, da sua falta aos deveres e responsabilidades.

Foi de propósito, digo eu.

Nada acontece por acaso.

Quem faz o maneio do rebanho quer que ele seja manso, que obedeça ao maioral e o maioral sabe que deve obedecer ao dono.

Este é o retrato do Estado destruído por todos os que hoje fazem parte dele, desde o mais pequeno presidente de junta até ao mais alto magistrado.

Condicionaram o rebanho, para melhor o poder conduzir, mas criaram um rebanho com ovelhas, (aceitando a lógica de um rebanho como aceitável num mal menor), à imagem e semelhança dos donos, ranhosos e mal formados, só que uns são rebanho com pasto a prazo, até que dure, os outros trataram do porvir, daí a oligarquia e o nepotismo desta casta de ranhosos.

Entretanto os secularistas evangélicos do politicamente correcto, trataram de criar um Estado no qual é preciso que o cidadão se reveja, que o entenda como o seu pai de facto, porque a família há muito perdeu a sua função.

Esta nova Inquisição criou uma série de regras e de armadilhas, criou uma nova verdade e tenta que ela seja imposta, primeiro condicionando o rebanho, levando-o depois a aceitar como verdades todas as barbaridades, sempre em nome de coisas muito agradáveis ao ouvido, como : justiça, igualdade, solidariedade e patranhas do género.
Estes novos Torquemada são os homens do culto da nova religião, com uma liturgia própria e já bem decantada.

O Estado deve ser omnipresente, omnisciente e omnipotente, não interessa como, porque o seu novo clero foi forjado através da corrupção dos valores, hierarquizado pelos que os seus patrões e o seu deus, um deus há muito existente, e a que chamo de capital e usura. Em nome deste, todos os que fazem parte deste novo clero, decretam em nome sempre da igualdade e da justiça, o que querem e o que se tornar conveniente ao grupo e se for necessário vão plebiscitar, porque sabem como está o rebanho que previamente condicionaram.

O humano quando se encontra em desespero e deita fora todo o tipo de preconceitos, costuma fazer como o escorpião, suicida-se se o cenário não lhe parece ser outro que não a morte, mas os humanos como animais de família e de sociedade, tornam-se perigosos em turba e em grupo e por vezes muito violentos, parecendo esquecer o que foi previamente condicionado.

Por enquanto, o novo clero, do politicamente correcto e os seus secularistas evangélicos transformaram a multidão em filhos de um novo pai, o Estado, fazendo crer que assumirá todas as despesas e que todas elas serão de qualquer forma pagas, utilizando para isso a justiça, que habitualmente não paga o que deve, mas que sabe servir-se dos instrumentos que tem à mão e em nome dela, punirá os recalcitrantes, as ovelhas negras do rebanho, sempre em nome dos novos cânones e sempre com a nova liturgia.

Os administradores da plutocracia, o clero superior, delegam as tarefas mais ingratas aos que podem sujar as mãos, aos seus criados e mordomos, mas sempre legitimados através do voto do povo, arrependidos amargamente no dia seguinte, mas esquecidos logo que lhes acenam com um naco de pão, afinal são humanos, demasiadamente humanos, como dizia o filósofo.

O deus descido é a usura, o poder do dinheiro e não há limpo nem sujo, é apenas dinheiro…

Vae victis (Ai dos vencidos…)

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