Os pilotos e a segurança
"Recentemente o ministro Mário Lino disse algo parecido como isto: "Os pilotos da aviação civil querem deixar de voar aos 60 anos para depois irem para o estrangeiro voar até aos 65 anos." Falou em horário nobre, certo de que a mensagem, para além de acertar no alvo, soava como música ao ouvido de muitos. As suas palavras foram acompanhadas pela "discussão pública" de dois projectos de decreto-lei, um sobre a passagem do limite de idade dos pilotos da aviação civil dos 60 para os 65 anos e outro sobre a aplicação desse pressuposto na óptica da Segurança Social.
Abro um parêntesis para dizer que sou um comandante da TAP que deixou de voar a 24 de Dezembro de 2006 por, nesse dia, ter completado 60 anos e atingido o limite de idade, segundo a lei actual. Deixo de voar pela TAP com imensa mágoa, porque sou obrigado a fazê-lo. Não gostei nem do tom nem da maneira fácil como Mário Lino falou. Lembrava-me dos meus amigos que, aos 60 anos, tiveram de deixar Portugal para voar no estrangeiro, só porque a lei a isso ainda obriga. Mas Mário Lino sabia o que fazia: calculava que alguém ia começar a dizer e a fazer disparates e a tornar mais fácil o inevitável - a feitura de uma lei que permita aos pilotos voar para além dos 60 anos e cuja aplicação só vai pecar por tardia (mais aqui)."
Abro um parêntesis para dizer que sou um comandante da TAP que deixou de voar a 24 de Dezembro de 2006 por, nesse dia, ter completado 60 anos e atingido o limite de idade, segundo a lei actual. Deixo de voar pela TAP com imensa mágoa, porque sou obrigado a fazê-lo. Não gostei nem do tom nem da maneira fácil como Mário Lino falou. Lembrava-me dos meus amigos que, aos 60 anos, tiveram de deixar Portugal para voar no estrangeiro, só porque a lei a isso ainda obriga. Mas Mário Lino sabia o que fazia: calculava que alguém ia começar a dizer e a fazer disparates e a tornar mais fácil o inevitável - a feitura de uma lei que permita aos pilotos voar para além dos 60 anos e cuja aplicação só vai pecar por tardia (mais aqui)."
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