quinta-feira, agosto 09, 2007

A culpa não morre solteira

"Os empresários nacionais sofrem sistematicamente, pelo menos nos últimos sete anos, de uma desadequação das intenções de investimento à realidade. O desvio médio tem sido de seis pontos percentuais. Os empresários justificam a diferença com vários argumentos: muitos projectos previstos inicialmente tornam-se obsoletos devido aos rápidos avanços tecnológicos e à competitividade dos mercados internacionais; porque surgem inesperados obstáculos burocráticos e ou de natureza ambiental; porque as empresas não têm dimensão (a maior parte do tecido empresarial do país é composto por PME); mas também porque falta uma cultura de empreendedorismo e de disposição de correr riscos, que é alimentada pelas dificuldades de acesso ao crédito. O surgimento de uma nova geração de empresários, acompanhados dos ‘business angels’, que começam agora a despontar em Portugal, poderá ajudar a mudar esta realidade. E como as revoluções culturais não se fazem de um dia para o outro, mudar este quadro ainda vai demorar. Culpas? Cabem aos empresários, mas também ao Governo. A culpa neste capítulo não morre solteira. "

Ana Cunha Almeida e Mónica Silvares

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