Bingo!
"Cavaco Silva sabe o que vale a convergência estratégica entre Presidência e Governo. Mas também sabe que o dossier OTA nasceu malsão.
Dúvidas. Se há assunto em que a impressão digital do senhor Presidente da República começa a ser por demais evidente, esse assunto é o da localização do novo aeroporto. Desde cedo Cavaco Silva sublinhou a grosso as suas dúvidas quanto ao processo e designadamente quanto ao caminho que sustentou a opção Ota.
No âmbito da campanha eleitoral para a Presidência da República, o tema foi o único que motivou por parte do então candidato um laivo de divergência e uma atitude mais assertiva da sua parte no meio de um posicionamento assumido de não hostilização ao Governo de José Sócrates.
Já depois de eleito, Cavaco Silva tornou mais expressas as suas dúvidas, tendo mesmo chegado ao ponto de as manifestar de forma enfática, não tanto por uma posição expressa de contestação à Ota – nada ao seu estilo – mas por um conjunto de atitudes que foram criando um ambiente de crescente dificuldade à opção tomada e que acabaram por desembocar no estudo da CIP que veio abalar os pressupostos que o Governo insistia em nos impor como certos e adquiridos.
O Presidente da República sabe o que vale a convergência estratégica entre Presidência e Governo. E será o último a colocá-la assumidamente em causa. Mas também sabe que o ‘dossier’ Ota nasceu malsão: comporta deficiências e suscita profundas dúvidas. E mais: sabe que pode obter dividendos de múltiplas dimensões se for o intérprete principal de um tom quase generalizado de contestação à solução Ota.
Certezas. Não se deve, por isso, estranhar que este seja um domínio em que o Presidente da República se mostra tão evidentemente a correr fora da pista do Governo. Quando o Presidente se permite dizer que o Executivo ainda não tem uma localização definida para a nova estrutura, consegue um pleno político. Por um lado, ao falar como se de um chefe de governo se tratasse, condiciona a gestão executiva do ‘dossier’ por parte do próprio primeiro-ministro e da sua equipa. Por outro lado, aumenta o grau de exigência sobre o trabalho em desenvolvimento no LNEC. Por outro, cala a argumentação do líder da oposição. Contudo, ao conseguir bingo nos três tabuleiros, aumenta a carga de exposição própria sobre este ‘dossier’. Mas, arrisco dizer, esta exposição não seria assumida como está a ser se no bolso do Presidente não estivesse já garantida uma vitória. Menezes perdeu a batalha contra a Ota. Cavaco ganhou a guerra por Alcochete."
Rita Marques Guedes
Dúvidas. Se há assunto em que a impressão digital do senhor Presidente da República começa a ser por demais evidente, esse assunto é o da localização do novo aeroporto. Desde cedo Cavaco Silva sublinhou a grosso as suas dúvidas quanto ao processo e designadamente quanto ao caminho que sustentou a opção Ota.
No âmbito da campanha eleitoral para a Presidência da República, o tema foi o único que motivou por parte do então candidato um laivo de divergência e uma atitude mais assertiva da sua parte no meio de um posicionamento assumido de não hostilização ao Governo de José Sócrates.
Já depois de eleito, Cavaco Silva tornou mais expressas as suas dúvidas, tendo mesmo chegado ao ponto de as manifestar de forma enfática, não tanto por uma posição expressa de contestação à Ota – nada ao seu estilo – mas por um conjunto de atitudes que foram criando um ambiente de crescente dificuldade à opção tomada e que acabaram por desembocar no estudo da CIP que veio abalar os pressupostos que o Governo insistia em nos impor como certos e adquiridos.
O Presidente da República sabe o que vale a convergência estratégica entre Presidência e Governo. E será o último a colocá-la assumidamente em causa. Mas também sabe que o ‘dossier’ Ota nasceu malsão: comporta deficiências e suscita profundas dúvidas. E mais: sabe que pode obter dividendos de múltiplas dimensões se for o intérprete principal de um tom quase generalizado de contestação à solução Ota.
Certezas. Não se deve, por isso, estranhar que este seja um domínio em que o Presidente da República se mostra tão evidentemente a correr fora da pista do Governo. Quando o Presidente se permite dizer que o Executivo ainda não tem uma localização definida para a nova estrutura, consegue um pleno político. Por um lado, ao falar como se de um chefe de governo se tratasse, condiciona a gestão executiva do ‘dossier’ por parte do próprio primeiro-ministro e da sua equipa. Por outro lado, aumenta o grau de exigência sobre o trabalho em desenvolvimento no LNEC. Por outro, cala a argumentação do líder da oposição. Contudo, ao conseguir bingo nos três tabuleiros, aumenta a carga de exposição própria sobre este ‘dossier’. Mas, arrisco dizer, esta exposição não seria assumida como está a ser se no bolso do Presidente não estivesse já garantida uma vitória. Menezes perdeu a batalha contra a Ota. Cavaco ganhou a guerra por Alcochete."
Rita Marques Guedes
7 Comments:
Estou de acordo com a reflexão.Até diria que na Ota ,"jamais"..O que não custará mais do que "patins de saida" para Lino.Quem sabe se não se optara´mesmo e "salomónicamente" por aquilo que manda o bom-senso:Portela +Um, em desenvolvimento..
Comentar as opniniões do Presidente da Republica, é como comentar uma obra abstracta. Todos opinam, todos fazem rasgados elogios e todos fazem de conta que percebem muito do assunto. Mas ninguém sabe verdadeiramente o que significa e o que passa pela cabeça do artista, se é que passa alguma coisa.
Os portugueses queixam-se, choram , berram , mas depois vão lá colocar o seu votinho sempre nos mesmos trafulhas de sempre, que nos roubam e enganam há 33 anos. Que sina a nossa...
Se a CIP não tivesse apresentado o estudo alternativo, nem se falava em mais nada, mas assim ainda se pode fingir que se está á espera de uma oplinião da LNEC- que julgo não vai servir para nada. ESte des-governo já decidiu pela ota e o resto são tretas.
"A análise Financeira entre os custos previstos para a Ota e para Alcochete será tida em conta" como quem diz que não é importante..! Eu quero ter Segurança Social e SNS eficaz e para isso é necessário o dinheiro que o governo se propõe gastar em projectos megalómanos como o Aeroporto na Ota ou o TGV entre Lisboa e Porto. Lisboa-Porto já tem o Alfa e Alcochete parece-me mais racional que a Ota.
Para já, basta dizer que este país não precisa nem de um aeroporto nem do TGV. São obras faraónicas, que vão encher os bolsos dos empreiteiros ' amigos ' do regime e que se governam e enriquecem cada vez mais. Depois, o povo está cada vez pior, mais pobre, mas o que conta são essas obras e o tal défice.Quando o povo morrer de miséria, como vai ser?
Pois, nao acredita mas devia. Este gov.socialista faz tudo como quer e lhe apetece com a cumplicidade do Sr.Presidente.Este Sr.Presidente mais parece 1 socialista, tanta é comunhão de ideias e ideais. Por exemplo a semana passada disse no Chile, que este gov.está a fazer grandes reformas para o futuro de Portugal. Mas quais reformas? Tornar-nos mais pobres? Não lê jornais,não vê TV? Pois devia!
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