Fotocópias
"Certamente que havendo políticos seriíssimos o ex-ministro da Defesa Paulo Portas é um deles.
Seguramente que Paulo Portas esteve no Governo rodeado de gente tão avisada e seriíssima quanto ele, incapaz de tirar proveito pessoal de qualquer função ou segredo de Estado. Com certeza que Paulo Portas ao deixar o Governo só fotocopiou e digitalizou do Ministério da Defesa notas pessoais, recadinhos, sugestões de manchetes para o “Independente”, rabiscos traçados durante reuniões enfadonhas, esboços de futuras críticas de cinema, formatos de programas de televisão, receitas de sopas frias, tudo no total de mais de sessenta mil páginas.
Mas o Estado é o Estado, desconfiado por definição e natureza, e não tem nada que ir pelos lindos dentes do ex-ministro Paulo Portas. E assim, confirmando-se que o ex-ministro Paulo Portas fotocopiou e digitalizou mais de sessenta mil páginas do Ministério da Defesa antes de cessar funções ministeriais, o Estado tem obrigação de investigar a fundo o que foi fotocopiado e digitalizado, independentemente da personalidade e carácter do ex-ministro, e informar os portugueses do resultado da investigação.
É que há portugueses muito mal intencionados, capazes de pensarem o pior dos outros em geral e dos políticos em particular, que poderiam levantar o labéu de que o ex-ministro andou pelos arquivos do Ministério a apanhar lenha para queimar terceiros. É dramático ter que reconhecê-lo mas poderá haver um só português que seja capaz de pensar que um ex-ministro andou a digitalizar papéis confidenciais para exercer um poder oculto baseado na intriga e na chantagem. E essa dúvida, vinda embora de uma mente tortuosa, não poderá deixar de ficar sem resposta."
João Paulo Guerra
Seguramente que Paulo Portas esteve no Governo rodeado de gente tão avisada e seriíssima quanto ele, incapaz de tirar proveito pessoal de qualquer função ou segredo de Estado. Com certeza que Paulo Portas ao deixar o Governo só fotocopiou e digitalizou do Ministério da Defesa notas pessoais, recadinhos, sugestões de manchetes para o “Independente”, rabiscos traçados durante reuniões enfadonhas, esboços de futuras críticas de cinema, formatos de programas de televisão, receitas de sopas frias, tudo no total de mais de sessenta mil páginas.
Mas o Estado é o Estado, desconfiado por definição e natureza, e não tem nada que ir pelos lindos dentes do ex-ministro Paulo Portas. E assim, confirmando-se que o ex-ministro Paulo Portas fotocopiou e digitalizou mais de sessenta mil páginas do Ministério da Defesa antes de cessar funções ministeriais, o Estado tem obrigação de investigar a fundo o que foi fotocopiado e digitalizado, independentemente da personalidade e carácter do ex-ministro, e informar os portugueses do resultado da investigação.
É que há portugueses muito mal intencionados, capazes de pensarem o pior dos outros em geral e dos políticos em particular, que poderiam levantar o labéu de que o ex-ministro andou pelos arquivos do Ministério a apanhar lenha para queimar terceiros. É dramático ter que reconhecê-lo mas poderá haver um só português que seja capaz de pensar que um ex-ministro andou a digitalizar papéis confidenciais para exercer um poder oculto baseado na intriga e na chantagem. E essa dúvida, vinda embora de uma mente tortuosa, não poderá deixar de ficar sem resposta."
João Paulo Guerra
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