quarta-feira, dezembro 19, 2007

Mínimos

"No ano passado 187 mil trabalhadores portugueses recebiam o salário mínimo nacional. Este ano são 241 mil. Já lá vão os tempos em que o PS denunciava o «socialismo de miséria».

O salário mínimo nacional deixou de ser um mero instrumento de referência. Mais de 240 mil trabalhadores por conta de outrem é isso que recebem como remuneração do trabalho: 403 euros, 426 a partir do próximo aumento de 23 euros por mês, 76 cêntimos por dia. Se somarmos os 240 mil trabalhadores que recebem a miséria do salário mínimo aos 440 mil desempregados ficaremos com a dimensão da dor que atormenta todas as boas almas que, nesta quadra do ano, se preocupam “imeeeeeeenso” com os pobrezinhos.

O problema deste país de desigualdades, onde coabitam todas as modalidades de pobreza com a ostentação de uns quantos nababos que enriqueceram rapidamente e em força, muitos dos quais não se sabe como, é que cada dia se afasta mais dos padrões de vida de bem-estar do espaço em que se integra. Tantos tratados, tantas directivas, e não há papel algum que obrigue os estados-membros da União Europeia a respeitarem a dignidade humana, a coesão e a justiça social.

Por exemplo em Espanha, aqui ao lado e tão longe, sob um governo do PS local mas não igualmente “socialista”, o salário mínimo aumentou menos umas décimas percentuais mas vai já nos 600 euros. Parece que Portugal será o último país europeu a compreender – muito depois do Luxemburgo e da Irlanda e até mesmo de novos países do Leste como a República Checa ou a Eslováquia – que a produtividade aumenta em função de melhores salários, maior poder de compra, melhores condições de vida. A tacanhez que fez deste país um atraso de vida ainda é o que mais ordena.
"

João Paulo Guerra

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mais uma vitória socialista!!!! O que interessa SÃO os pontos percentuais....

Poder de compra é coisa de capitalistas.

Pois.....

quarta-feira, dezembro 19, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Já Henry Ford afirmava que se não pagasse bem aos seus operários, quem iria comprar os seus carros? Uma coisa que estes empresários neoliberais da treta ainda não perceberam é que se descartam empregados e lhes pagam mal, não vai sobrar ninguem para lhes comprar o que produzem, e assim serão arrastados na corrente. É um processo de suicídio!

quinta-feira, dezembro 20, 2007  

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