18 de Dezembro de 218 A.C.
O senado cartaginês enviou para a Penísula, no ano 220 a.c., o jovem Aníbal Barca, filho de Amílcar. Aos 25 anos assumiu ocomando dos exércitos caratagineses e iniciou uma política militarista idêntica á do seu pai. Aníbal, durante o primeiro ano de sua estada na Península, lançou a partir de Nova Cartago as suas primeiras campanhas contra as tribus da Meseta situadas no alto Guadiana e a Leste da Mancha, e apoderou-se de Altaia, capital dos ocaldes. Na Primavera do ano seguinte , Aníbal avançou pela Meseta e conquistou a cidade vaccea de Salmantica(Salamanca). Seguindo mais adiante por terras dos vacceos, apoderou-se após uma feroz luta, a capital, Urbocola(Zamora). Quando no final da Primavera desse mesmo ano regressou Aníbal das terras da Meseta, e derrotou os carpetanos em Titulcia, a Este de Toledo, assegurando com esta victória o domínio sobre uma boa parte da zona do Tejo. Nos finais do ano 220 a.c. o domínio cataginês na Península estava no auge, compreendia todas as terras da Meseta situadas entre a desembocadura do Tejo pelo Oeste do Ebro e pelo Levante.
Na Primavera do ano 219 a.c., Aníbal Barca empreendeu campanhas para segurar o domínio das tribus ibéricas no norte das costas do Levante. O seu primeiro objectivo foi Sagunto, Acrópole dos Edetanos ou Artesanos, aliados de Roma. Aníbal atacou Sagunto, com o pretexto de defendê-los. Sagunto, esperando a ajuda pedida a Roma, resistiu ao poderoso exército cartaginês. Depois de oito meses de assédio, no Outono do ano 219 a.c., Aníbal Barca ordenou o assalto definitivo da Acrópole de Sagunto. Os seus habitantes, abandonados pelas suas próprias forças, preferiram o suicidio colectivo na fogueira a renderem-se. Este conflicto originou a Segunda Guerra Púnica. O ataque cartaginês a Sagunto desencadeou a segunda guerra púnica, que havia de prolongar-se até ao ano 202 a.c. e deu ocasião a Roma de intervir na Península Ibérica e iniciar a sua expansão por Ocidente. Aníbal decidiu levar a guerra a Itália, e os assuntos ibéricos ficaram na mão do seu irmão, Asdrúbal Barca. A guerra desenrolou-se em duas frentes simultâneas.
Aníbal atarvessou os Pirinéus na Primavera do 218 a.c. Acompanhava-o um exército formado por 50.000 homens(dos quais muitos mercenários hispanos), 9.000 cavalos e 37 elefantes. As penalidades e as lutas reduziram os efectivos da expedição a 26.000 soldados, com os quais tentou conquistar Roma. O génio militar de Aníbal e os erros dos generais romanos permitiu-lhe vencer os exércitos da Républica romana, junto aos rios Tesino e Trebia(218 a.c.), e junto ao Trasimeno um ano depois. Por outro lado, um exército romano sob o comando de Cneo Cipião desembarcou no mês de Agosto do ano 218 a.c. em Empório, no Golfo das Rosas.
A partir desta colónia grega, Cipião iniciou a conquista da zona costeira da Península Ibérica com o fim de cortar o abastecimento aos exércitos de Aníbal em Itália. Cneo Cipião derrotou pela primeira vez o exército cartaginês comandado por Hannon e auxiliado por tropas indígenas de Indíbil. A batalha desenrolou-se durante este mesmo ano em Cesse, nas proximidades de Tarraco, esta cidade indígena converteu-se desde então na principal base de operações romanas na zona do Ebro. A chegada de Publio Cipião, irmão de Cneo, como pró-consul no comando dos novos reforços, isso possiblitou que ambos, depois de derrotar durante o ano 216 a.c. Asdrúbal Barca em Hibera, crussasem pela primeira vez o rio Ebro e seguissem pelas terras do sul até Sagunto, cidade que conquistaram no ano seguinte quee tomaram como ponto de apoio para proseguir com as suas conquistas pelo Levante e terras de Guadalquivir.
Na frente italiana, Aníbal pôs em perigo Roma, envolta em lutas pelo poder entre os populares e os aristocratas, tinha sido nomeado como general dos seus exércitos Marco Terencio. Em 2 de Agosto do ano 216 a.c. teve lugar a famosa batalha de Cannas, que se converteu na maior derrota sofrida pelos exércitos romanos em sua história militar: o exército romano foi destroçado e setenta mil cidadãos romanos pereceram. Aníbal retirou-se para a Campânia para invernar e esperar reforços, uma vez que procurava encontrar alianças com os povos contrários a Roma. O domínio dos romanos sobre as terras cartaginesas foi notável até que Asdrúbal Barca, regressou com reforços do norte da África, onde tinha acudido para apaziguar uma sublevação, derrotou os exércitos romanos em Castulo no ano 212 a.c. Nesta confrontação morreram dois chefes romanos: na própria Castulo faleceu Publio Cipião e em Ilori(Lorca) sucumbiu o seu irmão Cneo.
No ano de 210 a.c. chegou um novo comandante para o exército romano: Publio Cornélio Cipião, posteriormente chamado o Africano, que conseguiu reorganizar as forças romanas, que por sua vez contava com mais de 35.000 homens, empreendeu então uma ofensiva contra os exércitos cartagineses. Com os indígenas estabeleceu alianças pacíficas. No princípio do ano 209 a.c., Publio Cornélio Cipião, num movimento rápido, atacou por mar e por terra a capital cartaginesa Nova Cartago, a qual caíu em poder dos exércitos romanos em 1 de abril desse mesmo ano. Tal conquista permitiu atrair a confiança das comarcas vizinhas e assegurar o controlo sobre o Levante. Estas vantagens animaram-no e começou a preparar a conquista do Guadalquivir. Pouco depois da conquista de Cartagena, na Primavera do ano de 208 a.c., Asdrúbal Barca foi derrotado na batalha de Baecula. A partir de então, Asdrúbal mudou-se para Itália em auxilio do seu irmão Aníbal. No final desse mesmo ano ordenou ao seu irmão Lúcio que ocupara a região de Bastetina, a descer, ás terras montanhosas das actuais provincias de Almeria, Jaén, Granada e Murcia; e fazer uma importante operação militar em Auringuis(Jáen).
No ano 207 a.c. teve lugar a grande Batalha de Ilipa (hoje Alcalá del Rio), á direita do rio Bétis(Guadalquivir), entre romanos e cartagineses dirigidos pelos generais Magon e Giscon. Neste combate, Cipião contou com a ajuda de forças auxiliares da Turdetânia(Anadaluzia) enviadas pelos pr´ncipes turdetanos Culcas e Attenes. Suegindo os planos de conquista do vale do Bétis, o general romano Silano, durante esse mesmo ano, sitiou e levou á rendição a cidade de Castulo, o mais importante centro mineiro argentífero da comarca do alto Bétis. Pouco depois, estas chegaram até Carteia(Algeciras) depois de sitiar a localidade de Estapa(Estepa). Cipião fundou perto de Santiponce(Sevilha), nos finais do Verão do ano 206 a.c., a primeira colónia romana á qual em honra de Itália deu o nome de Itálica, para estabelecer nela os legionários veteranos, com uma marca de carácter fronteiriço e defensivo, dada a posição estratégica da sua localização: na margem direita do rio Bétis e em confluência com o rio Cala. A situção para Aníbal na Península Itálica não era melhor que para os cartagineses na Península Ibérica. Enquanto ao princípio continuava os seus êxitos( conquista de Siracusa e Sicilia), a sua situação foi-se degradando na aliança que mantinha com Filipo V da Macedónia, que o entreteve numa guerra contra Iliria que, finalmente resultou num fracasso. Igualmente fracassou o seu irmão Asdrúbal que a partir da Península Ibérica veio em seu auxilio. Asdrúbal morreu na batalha de Mentauro, victória romana que pôs Aníbal numa grave situação.
O domínio cartaginês na Península Ibérica acabou com a conquista romana de Gadir(Cádiz). Derrotados e desmoralizados, os exércitos cartagineses não puderam evitar que no Outono do ano 206 a.c. a entrada dos romanos na cidade de Gadir, o último baluarte do Império cartaginês na Península Ibérica, o que forçou a retirada do general cartaginês Magon. Para assegurar o domínio romano na Hispânia, Cipião passou a África e ameaçou directamente Cartago. Acudiu Aníbal em defesa da sua pátria no ano 202 a.c. em que se deu a decisiva batalha de Zama, na qual o exército cartaginês foi aniquilado. Finalmente foi aceite um acordo de paz com Roma muito humilhante, no qual apenas se reconhecia a sua independência e o dever de pagar uma indemnização de 10.000 talentos em 50 anos e entregar a sua frota. O seu território exterior foi anexado pelos vencedores. Cartago desaparecia como potência marítima e era substituída no Mediterrâneo por Roma, que no ano de 195 a.c. exigiu a distituição de Aníbal, o qual teve que fugir da sua pátria para a Siria, onde Antíoco o acolheu. Mas tendo sido Antíoco derrotado pelos romanos, Aníbal teve que fugir para a Bitinia, onde o rei Prusias, viu-se obrigado a entregá-lo. Aníbal, para evitar caír em mãos de Roma, suicidou-se no ano de 183 a.c.
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