A politiquice
"O actual presidente de Lisboa foi o ministro que enfiou as autarquias no colete de forças da Lei das Finanças Locais.
Durante esta semana dois factos chamaram a atenção do País e ambos associados a autarquias: a dívida da Câmara de Lisboa e dramatização do seu presidente perante a recusa do PSD em aceitar a sua proposta e a expulsão de Luísa Mesquita decretada pelos funcionários do PCP. Qualquer dos dois factos tocam a Câmara de Santarém. O psicodrama de Lisboa porque o problema da dívida que agora ameaça demissões foi, e é, o mais instante problema da Câmara de Santarém.
Desde que tomei posse, o esforço para superar a dívida tem esbarrado ou na oposição do PS a nível local ou na sistemática recusa do Governo PS, por acção directa ou por influência, para que o brutal passivo acumulado nos últimos dez anos de gestão socialista possa ter solução. Desde antecipação de receitas, visadas tacitamente pelo Tribunal de Contas, e depois boicotadas na decisão com a Banca pública, passando pela descabimentação de verbas comprometidas para Santarém e reprovação liminar a empréstimos excepcionados, até ao ponto de serem produzidos despachos ministeriais falsos para Bruxelas para que este concelho seja esbulhado de milhões de euros através de uma golpaça jurídica organizada por municípios cor-de-rosa e funcionários de um ministério, de tudo tem valido para boicotar os nossos esforços para assegurar uma gestão séria dos dinheiros públicos e resolver problemas exactamente iguais aos que o presidente de Lisboa quer resolver.
Há uma diferença. O actual presidente de Lisboa foi o ministro que enfiou as autarquias no colete de forças da Lei das Finanças Locais, que publicamente humilhou os autarcas num programa televisivo e, agora, que come do pão que ele próprio amassou, ameaça demitir-se. Compreendo-o e não lhe levo a mal. A política de gabinetes governamentais desconhece a política de proximidade. É uma lição para a arrogância. Mas também devia ser uma lição para o PSD. Agora que um dos príncipes do PS é confrontado com a dura realidade dos endividamentos, é capaz de ter chegado a hora de negociar com o Governo, tratamento igual, por obrigação constitucional, para todas as autarquias, seja qual for a sua cor política e assim pôr termo à perseguição ressabiada e brutal a que muitas câmaras, incluindo a de Santarém, que têm sido sujeitas pelo sectarismo, pelo autoritarismo de alguns ministros e secretários de Estado que se comportam como esbirros ao serviço da ditadura de uma maioria que só olha para o seu umbigo.
Os funcionários do PCP expulsaram a vereadora Luísa Mesquita eleita por Santarém. Com ela, afastam-se da CDU seis dos mais prestigiados presidentes de junta de freguesia do concelho. Depois de dois anos de trabalho com esta mulher de fortes convicções, com um grau de competência e exigência invulgares, com uma vida dedicada à causa comunista, pasmo com a decisão. Se Luísa Mesquita não é o PCP na forma de entender o mundo, confesso que é difícil de perceber o que é o PCP. E quem ler a baixeza do comunicado de expulsão, encharcado de insultos pessoais, compreende que o tribalismo antropófago não tem explicação no domínio dos valores democráticos. É a politiquice rasteira no seu mais obscuro esplendor."
Francisco Moita Flores
Durante esta semana dois factos chamaram a atenção do País e ambos associados a autarquias: a dívida da Câmara de Lisboa e dramatização do seu presidente perante a recusa do PSD em aceitar a sua proposta e a expulsão de Luísa Mesquita decretada pelos funcionários do PCP. Qualquer dos dois factos tocam a Câmara de Santarém. O psicodrama de Lisboa porque o problema da dívida que agora ameaça demissões foi, e é, o mais instante problema da Câmara de Santarém.
Desde que tomei posse, o esforço para superar a dívida tem esbarrado ou na oposição do PS a nível local ou na sistemática recusa do Governo PS, por acção directa ou por influência, para que o brutal passivo acumulado nos últimos dez anos de gestão socialista possa ter solução. Desde antecipação de receitas, visadas tacitamente pelo Tribunal de Contas, e depois boicotadas na decisão com a Banca pública, passando pela descabimentação de verbas comprometidas para Santarém e reprovação liminar a empréstimos excepcionados, até ao ponto de serem produzidos despachos ministeriais falsos para Bruxelas para que este concelho seja esbulhado de milhões de euros através de uma golpaça jurídica organizada por municípios cor-de-rosa e funcionários de um ministério, de tudo tem valido para boicotar os nossos esforços para assegurar uma gestão séria dos dinheiros públicos e resolver problemas exactamente iguais aos que o presidente de Lisboa quer resolver.
Há uma diferença. O actual presidente de Lisboa foi o ministro que enfiou as autarquias no colete de forças da Lei das Finanças Locais, que publicamente humilhou os autarcas num programa televisivo e, agora, que come do pão que ele próprio amassou, ameaça demitir-se. Compreendo-o e não lhe levo a mal. A política de gabinetes governamentais desconhece a política de proximidade. É uma lição para a arrogância. Mas também devia ser uma lição para o PSD. Agora que um dos príncipes do PS é confrontado com a dura realidade dos endividamentos, é capaz de ter chegado a hora de negociar com o Governo, tratamento igual, por obrigação constitucional, para todas as autarquias, seja qual for a sua cor política e assim pôr termo à perseguição ressabiada e brutal a que muitas câmaras, incluindo a de Santarém, que têm sido sujeitas pelo sectarismo, pelo autoritarismo de alguns ministros e secretários de Estado que se comportam como esbirros ao serviço da ditadura de uma maioria que só olha para o seu umbigo.
Os funcionários do PCP expulsaram a vereadora Luísa Mesquita eleita por Santarém. Com ela, afastam-se da CDU seis dos mais prestigiados presidentes de junta de freguesia do concelho. Depois de dois anos de trabalho com esta mulher de fortes convicções, com um grau de competência e exigência invulgares, com uma vida dedicada à causa comunista, pasmo com a decisão. Se Luísa Mesquita não é o PCP na forma de entender o mundo, confesso que é difícil de perceber o que é o PCP. E quem ler a baixeza do comunicado de expulsão, encharcado de insultos pessoais, compreende que o tribalismo antropófago não tem explicação no domínio dos valores democráticos. É a politiquice rasteira no seu mais obscuro esplendor."
Francisco Moita Flores
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