DE BELÉM PARA CASA
"A segunda reacção mais típica ao cancelamento do "rali" Dakar veio do presidente da Câmara de Benavente, concelho que deveria ter recebido a competição. Alheio a conjunturas internacionais e à segurança, o autarca em causa apenas reclama os 30 mil euros gastos nuns "pontos de encontro", na "animação musical", nos transportes, no WC e, claro, na "tenda gigante".
A reacção mais típica veio de um adepto inconsolável, o qual, interrogado pelas televisões, explicou que o "rali" só fora cancelado porque os alvos da Al-Qaeda eram franceses: "Se fossem portugueses, ninguém ligava nenhuma!" Não era a abolição da prova que atormentava o adepto, mas a improbabilidade de os seus compatriotas merecerem uma ameaça terrorista e, se por milagre merecessem, a improbabilidade de esta ser levada em conta. Na sua franqueza, aquele anónimo desabafava séculos da nossa insignificância no mundo. E havia um arzinho irónico no facto de o fazer numa enevoada manhã de Belém, de onde as caravelas partiam. Hoje, nem os carros. "
Alberto Gonçalves
A reacção mais típica veio de um adepto inconsolável, o qual, interrogado pelas televisões, explicou que o "rali" só fora cancelado porque os alvos da Al-Qaeda eram franceses: "Se fossem portugueses, ninguém ligava nenhuma!" Não era a abolição da prova que atormentava o adepto, mas a improbabilidade de os seus compatriotas merecerem uma ameaça terrorista e, se por milagre merecessem, a improbabilidade de esta ser levada em conta. Na sua franqueza, aquele anónimo desabafava séculos da nossa insignificância no mundo. E havia um arzinho irónico no facto de o fazer numa enevoada manhã de Belém, de onde as caravelas partiam. Hoje, nem os carros. "
Alberto Gonçalves
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