Valha-nos Deus!
"Neste sítio onde tudo é permitido, das mentiras dos políticos à corrupção a céu aberto, resta acreditar que Deus existe. A desesperada operadora do INEM que tentava convencer dois pobres bombeiros de Favaios e Alijó a socorrerem um cidadão é capaz de ter razão. Ao estado a que isto chegou, provavelmente só Deus estará disponível para ajudar este sítio cada vez mais pobre, cada vez mais perigoso, cada vez mais hipócrita e, obviamente, cada vez mais mal frequentado.
O estado a que chegou a saúde, com reformas que só o ministro, do alto da sua sapiência, percebe, é apenas o lado mais visível e escandaloso da situação a que chegou este sítio em trinta e quatro anos de democracia e um punhado de Governos dominados essencialmente pelo PS e PSD.
A este sítio já valeram, ao longo de séculos e séculos, as riquezas da Índia, o ouro do Brasil, os dólares do FMI e os muitos milhões de euros da União Europeia. Valeram mas não conseguiram levar este desgraçado sítio a lado nenhum. Antes pelo contrário. Mas agora, que o Governo do senhor presidente do Conselho, José Sócrates, dá sinais evidentes de desorientação e falta de pudor, é natural que a desesperada operadora do INEM invoque o nome de Deus. Provavelmente em vão. Mas aos cidadãos deste sítio pouco mais resta do que pedir a ajuda divina para os livrar do mal que um punhado de espertos feitos políticos lhes faz diariamente. Talvez Deus lhes valha para aturar as mentirolas do senhor presidente do Conselho e do seu ministro das Obras Públicas a propósito do novo aeroporto. Mentirolas que em qualquer sítio civilizado seriam exemplarmente punidas, sem apelo nem agravo. Não é normal que estes dois senhores digam uma coisa no dia, com a cara mais séria que o tal Deus lhes deu, e sejam pouco tempo depois categoricamente desmentidos por um alto funcionário do Estado.
O senhor presidente do Conselho garantiu aos cidadãos que só conheceu o estudo do LNEC no dia 9 de Janeiro. Ele e o ministro Lino da Ota trabalharam imenso, fartaram-se de ler páginas e páginas de relatórios e no dia 10, vinte e quatro horas depois, estavam em condições de atirar para o lixo vinte anos de estudos, projectos, auditorias e muitos milhões de euros e anunciar ao povo que, afinal, o novo aeroporto iria para Alcochete. Afinal, e como normalmente se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo, os senhores já conheciam as conclusões do tal estudo desde o 19 de Dezembro.
Neste sítio onde tudo é permitido, das mentiras dos políticos à corrupção a céu aberto, resta acreditar que Deus existe e que um dia destes se vai lembrar deste rectângulo e livrá-lo para todo o sempre desta praga de gente medíocre, mentirosa e sem vergonha. Ámen."
António Ribeiro Ferreira
O estado a que chegou a saúde, com reformas que só o ministro, do alto da sua sapiência, percebe, é apenas o lado mais visível e escandaloso da situação a que chegou este sítio em trinta e quatro anos de democracia e um punhado de Governos dominados essencialmente pelo PS e PSD.
A este sítio já valeram, ao longo de séculos e séculos, as riquezas da Índia, o ouro do Brasil, os dólares do FMI e os muitos milhões de euros da União Europeia. Valeram mas não conseguiram levar este desgraçado sítio a lado nenhum. Antes pelo contrário. Mas agora, que o Governo do senhor presidente do Conselho, José Sócrates, dá sinais evidentes de desorientação e falta de pudor, é natural que a desesperada operadora do INEM invoque o nome de Deus. Provavelmente em vão. Mas aos cidadãos deste sítio pouco mais resta do que pedir a ajuda divina para os livrar do mal que um punhado de espertos feitos políticos lhes faz diariamente. Talvez Deus lhes valha para aturar as mentirolas do senhor presidente do Conselho e do seu ministro das Obras Públicas a propósito do novo aeroporto. Mentirolas que em qualquer sítio civilizado seriam exemplarmente punidas, sem apelo nem agravo. Não é normal que estes dois senhores digam uma coisa no dia, com a cara mais séria que o tal Deus lhes deu, e sejam pouco tempo depois categoricamente desmentidos por um alto funcionário do Estado.
O senhor presidente do Conselho garantiu aos cidadãos que só conheceu o estudo do LNEC no dia 9 de Janeiro. Ele e o ministro Lino da Ota trabalharam imenso, fartaram-se de ler páginas e páginas de relatórios e no dia 10, vinte e quatro horas depois, estavam em condições de atirar para o lixo vinte anos de estudos, projectos, auditorias e muitos milhões de euros e anunciar ao povo que, afinal, o novo aeroporto iria para Alcochete. Afinal, e como normalmente se apanha mais depressa um mentiroso do que um coxo, os senhores já conheciam as conclusões do tal estudo desde o 19 de Dezembro.
Neste sítio onde tudo é permitido, das mentiras dos políticos à corrupção a céu aberto, resta acreditar que Deus existe e que um dia destes se vai lembrar deste rectângulo e livrá-lo para todo o sempre desta praga de gente medíocre, mentirosa e sem vergonha. Ámen."
António Ribeiro Ferreira
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