O MUNDO SEGUNDO LILI
"Nunca ligo a televisão durante o dia. Obviamente, perco maravilhas. Hoje de tarde infringi a regra e deparei, suponho que na SIC e não sei a que pretexto, com Lili Caneças a perorar sobre o terrorismo. A sra. Caneças evocou o 11 de Setembro ("um acontecimento horrível"), os "vinte" (salvo o erro) mortos do 11 de Março em Madrid (foram 191) e os "dois" dos atentados de Londres em 7 de Julho de 2005 (foram mais de cinquenta).
Dizer que fiquei encantado é dizer pouco. Enfim vejo um comentador desvalorizar o perigo do fundamentalismo islâmico sem segundas intenções. Se a sra. Caneças errou por inacreditável distância a contagem das baixas, fê-lo por mera ignorância e na maior candura. As televisões costumam cometer nesta matéria erros igualmente grosseiros e, com o propósito de suavizar os assassínios em nome de Alá, deliberados.
Basta notar, por exemplo, as recentes notícias acerca do Médio Oriente. Para os "telejornais", Israel bloqueia a faixa de Gaza a fim de oprimir e torturar, deduz-se que por simples gozo, uma população inocente. Não é fácil encontrar quem explique que a inocente população de Gaza foi há dois anos vital na eleição de uma seita de psicopatas para o governo palestiniano. E que, em 2007, essa simpatia colectiva facilitou à seita, subsidiária do Irão, a tomada de Gaza na sequência da guerra civil com os apoiantes da Fatah. E que, desde então, a seita vem impondo em Gaza a lei islâmica e perseguindo as minorias de infiéis. E que, ao longo do ano passado, Gaza foi rampa de lançamento para cerca de 1200 rockets sobre Israel. E que a mitificada fronteira de Gaza com o Egipto é um entreposto de armamento. Etc.
Isto são evidências pedestres, que até um pivot de "telejornal" saberá. Poucos, porém, as dizem em voz alta. Se a sra. Caneças as soubesse, acredito que as diria. Aos gritos. De agora em diante, quando quiser uma opinião descomprometida em política internacional e me faltarem livros e jornais, sento-me no sofá e aguardo por Lili Caneças. Com uma calculadora ao lado para multiplicar as vítimas, a única, e despicienda, fraqueza da senhora."
Alberto Gonçalves
Dizer que fiquei encantado é dizer pouco. Enfim vejo um comentador desvalorizar o perigo do fundamentalismo islâmico sem segundas intenções. Se a sra. Caneças errou por inacreditável distância a contagem das baixas, fê-lo por mera ignorância e na maior candura. As televisões costumam cometer nesta matéria erros igualmente grosseiros e, com o propósito de suavizar os assassínios em nome de Alá, deliberados.
Basta notar, por exemplo, as recentes notícias acerca do Médio Oriente. Para os "telejornais", Israel bloqueia a faixa de Gaza a fim de oprimir e torturar, deduz-se que por simples gozo, uma população inocente. Não é fácil encontrar quem explique que a inocente população de Gaza foi há dois anos vital na eleição de uma seita de psicopatas para o governo palestiniano. E que, em 2007, essa simpatia colectiva facilitou à seita, subsidiária do Irão, a tomada de Gaza na sequência da guerra civil com os apoiantes da Fatah. E que, desde então, a seita vem impondo em Gaza a lei islâmica e perseguindo as minorias de infiéis. E que, ao longo do ano passado, Gaza foi rampa de lançamento para cerca de 1200 rockets sobre Israel. E que a mitificada fronteira de Gaza com o Egipto é um entreposto de armamento. Etc.
Isto são evidências pedestres, que até um pivot de "telejornal" saberá. Poucos, porém, as dizem em voz alta. Se a sra. Caneças as soubesse, acredito que as diria. Aos gritos. De agora em diante, quando quiser uma opinião descomprometida em política internacional e me faltarem livros e jornais, sento-me no sofá e aguardo por Lili Caneças. Com uma calculadora ao lado para multiplicar as vítimas, a única, e despicienda, fraqueza da senhora."
Alberto Gonçalves
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