segunda-feira, abril 21, 2008

BARRETO E A CARTA FALSA (II)

"Há dois domingos, António Barreto publicou, no Público, uma carta de 1974, que disse ser de Rosa Coutinho a Agostinho Neto. Na carta, Rosa Coutinho, depois de "reunião secreta com os camaradas do PCP", ordenava ao presidente do MPLA aterrorizar "os brancos [portugueses], matando, pilhando e incendiando." E exortava: "Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos." Apresento os portugueses de que falo: Barreto é uma voz respeitada; Rosa Coutinho era o alto-comissário em Angola; e o PCP está no Parlamento. Não falo de gente menor e, no entanto, a extraordinária carta não teve eco. Com duas excepções: uma crónica minha, no DN (eu dizia que ela era falsa), e um debate na blogosfera. O que deveria ter acontecido: um sobressalto nacional para tirar a coisa a limpo. Diz-se que o governador português e um partido português exortaram um grupo estrangeiro a aterrorizar portugueses - e nada! Ou eu tenho razão, e a carta é falsa, ou este silêncio é doentio."

Ferreira Fernandes

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ferreira Fernandes tem procurado trazer para o debate o conteúdo duma carta atribuída a Rosa Coutinho e transcrita no livro “Holocausto em Angola” de Américo Cardoso Botelho. Esta carta foi tomada por verdadeira por António Barreto que a citou na sua coluna do PÚBLICO. Nessa carta Rosa Coutinho exortaria Fidel Castro a aterrorizar os angolanos nomeadamente os brancos.
Li o livro de Cardoso Botelho e logo também a dita carta que aliás já tinha sido publicada noutros livros. Francamente não me parece que Rosa Coutinho a tenha escrito. Não porque Rosa Coutinho não tenha desenvolvido a estratégia que lá se encontra definida mas sim porque não precisava de escrever nada. A fazer fé em livros escritos sobre Cuba percebe-se que o papel de Rosa Coutinho foi muito mais odioso do que aquilo que está escrito nessa carta.
Livros como «Fidel Castro, el final del camino» de Santiago Aroca ou «Castro : subversão e terrorismo em África» de Juan Benemelis não só procuram dar conta do que foi a participação militar cubana em Angola como acabam por referir o papel nela desempenhado por alguns políticos e militares portugueses. Mais precisamente referem a passagem de informações classificadas por militares portugueses ao exército cubano para que este pudesse intervir em Angola.
Numa Angola ainda sob administração portuguesa, civis e militares portugueses passaram aos cubanos a informação necessária para que estes se instalassem e combatessem. Este comportamente tem um nome: traição.
Os livros de Santiago Arouca e de Benemelis a par de relatos sobre a Operação Carlota referem reuniões não apenas em Angola mas também em Havana e Lisboa onde portugeses teriam estado presentes para, com os seus conhecimentos militares e geográficos de Angola, ajudarem os cubanos a desempenhar a sua missão: tornar o MPLA (ou parte dele) senhor de Angola e eliminar qualquer veleidade duma independência que permitisse uma esperança de democracia e aos portugueses continuar a viver em Angola. O terror de que a carta fala era necessário mas, tal como escrevi no início, não me parece necessário que Rosa Coutinho escrevesse sobre isso a Fidel. O seu papel dispensava-o de tais missivas.
Perante a publicação desta carta e os factos revelados por Cardosos Botelho, também eu esperei, como Ferrreira Fernandes, «um sobressalto nacional para tirar a coisa a limpo.». Mas na verdade o silêncio dos partidos, dos militares e das instituições nacionais ao longo destes mais de 30 anos sobre a descolonização é ainda mais perturbante do que aquilo que se vai sabendo. Tal como Ferreira Fernandes acabo a concluir «Ou eu tenho razão (…) ou este silêncio é doentio».

segunda-feira, abril 21, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Quem não acreditar na carta, voe até à África do Sul e procure-a nos arquivos do século, isto é, senão tiverem já sido cortados à catanada; queimados ou enviados para arquivos particulares….Mas, eu até me espanto com algumas afirmações: então afinal os “mitos” dos retornados “colonialistas” e “fascistas”, afinal, são verdadeiros? Bem isto é mesmo engraçado…Meus senhores, se querem conhecer a verdade sobre a descolonização, por favor, não se limitem a ver o programa do joaquim Furtado…No outro dia, até achei piada a um dos episódios desta narrativa- a pergunta: “como era a convi^vência entre as populações brancas e as nativas” eram respondidas por membros da FRELIMO e do MPLA- só faltava fazerem-na ao Holden Roberto. Claro que as respostras foram as da praxe, das narrativas míticas animalistas destes “grandes democratas” que reduziram as suas populações à maior das misérias e a toda a espécie de barbárie- as populações a quem prometeram a liberdade…Linda liberdade! Para eles foi- vivem num luxo obsceno enquanto têm os outros acorrentados a regimes esclavagistas e ainda têm a lata de falar nas relações de convivência entre brancos e negros numa época em que toda a gente vivia bem nutrida em África…E, depois, passavam imagens de negros com profissões como enfermeiros e funcionários logo afirmando que era mentira…Mentira são o que os senhores contam: havia já elites negras, mestiças, mulatas e todos conviviam em paz e em prosperidade com as brancas…Nunca se viu a disparidade entre o luxo obsceno e a miséria atroz na época colonial como agora…Sistemas branqueados por este tipo de narrativas que não se importam nada que populações inteiras estejam sob a lei da catanada desde que a ~mão que a segura seja negra! Que grandes humanistas! Que vergonha!

segunda-feira, abril 21, 2008  
Anonymous Anónimo said...

CAROA AMIGOS

PARECE DAR A IMPERSSÃO QUE NESTA ALTURA (1975) OS MORTOS QUE ENCHIAM AS RUAS, QUE MAL SE PODIAM ABRIR AS PORTAS DE CASA, DEVERIA DE SER DE OS NEGROS E BRANCOS ANDAREM AOS BEIJOS.

QUEM NÃO VIU O QUE SE PASSOU.....QUE SE CALE...QUE NAO FALE DE TER HOUVIDO PORQUE HOUVE MILHARES DE PORTUGUESES QUE VIRAM O QUE SE FAZIA.
CARTA FALSA OU NÃO....FOI ISTO QUE SE PASSOU.

ALGUEM SE LEMRA DOS PIONEIROS, MIUDOS POR VOLTA DOS DEZ ANOS DE IDADE DE METRALHADORA EM PUNHO, E COM GRANADAS DEPENDURADAS NOS CINTOS ?

ESTES MIUDOS A ENTRAREM EM SALAS DE CINEMA....JÁ NÃO SE LEMBRAM?

TUDO A FUGIR EM PÂNICO?

ASSISTI A UM ATROPELAMENTO NORMAL, EM QUE O CONDUTOR FOI PURA E SIMPLESMENTE LINCHADO NA VIA PUBLICA...SERÁ FALSO? MAS EU VI.
QUANDOS OS PORTUGUESES COMEÇARAM A ENCHER OS AVIÕES DA PONTE AEREA PARA PORTUGAL....VINHAM PASSAR FERIAS? DE QUE FUGIA AOS MILHARES?
MAIS UMA VEZ QUEM NUNCA SAIU AQUI DA TOCA NÃO FALE DE COISAS PASSADAS
A MILHARES DE KILOMETROS.
EU VI. A MINHA CASA POR COINCIDENCIA FOI ATACADA COM DOIS MORTEIROS.
MAS SE ALGUEM QUIZER SABER MAIS EU EXPLICO-LHES ALGUMAS PASSAGENS, EM TEIXEIRA DE SOUSA, LUSO, SALAZAR E CARMONA E EM LUANDA.É SÓ PEDIR.

UM ABRAÇO

(SEM PALAVRAS)

segunda-feira, abril 21, 2008  
Anonymous Anónimo said...

AINDA...........

ESSA CARTA PODE SER VISTA NO " SECULO DE JOANESBURGO" 25.11.75,

UM ABRAÇO

(SEM PALAVRAS)

segunda-feira, abril 21, 2008  

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