SALTO NO CONHECIDO
"A Entidade Reguladora apurou que a RTP, tutelada pelo Governo, dedica uma extraordinária quantidade de tempo ao Governo (56,23% na secção política dos "telejornais"). O facto de haver sempre ingénuos disponíveis para se espantar com estas ninharias podia ser discutido no Prós e Contras, subordinado ao tema "Os (Recorrentes) Descobrimentos Portugueses".
Um dos intrépidos descobridores é o dr. Menezes, que viaja imenso e se queixa de que o "seu" PSD é maltratado pela informação da RTP (uns pífios 17%). O dr. Menezes queixa-se de barriga cheia. Se existe uma remotíssima hipótese de um dia alcançar o poder (e, dados os imponderáveis do mundo, existe), a obscuridade é o único método viável.
Por inerência do cargo e estilo pessoal, na estação pública o eng. Sócrates não sairá de antena até Outubro de 2009. Na medida em que há "fundos" para generosamente distribuir e "desígnios" para repetidamente anunciar, o facto favorece-o perante os que acreditam no Paraíso (a maioria) e prejudica-o junto dos que duvidam.
Já o dr. Menezes não está sujeito a tais oscilações. Logo que ele ou algum elemento da sua notável corte surgem no televisor, o resultado é: 1) uma frase que faz as pequenas manchetes e as grandes anedotas do dia seguinte; 2) uma calamidade garantida.
Houve um período em que o dr. Menezes pareceu notar os efeitos que suscita e atenuou a exposição pública. Foi, tragicamente, um período breve. Devido a péssimos conselheiros ou masoquismo, o homem que se define como um "salto no desconhecido" e lamenta que os críticos não o conheçam (sobretudo no que respeita às viagens), decidiu dar-se a conhecer. Agora, para cúmulo, através de fins-de-semana na província, a "ouvir Portugal" e traçar "um diagnóstico ao país profundo". Naturalmente, a queda do PSD nas sondagens não promete parar.
É verdade que os "média" não dão a melhor "imagem" do dr. Menezes. Excepto os media que, à semelhança da RTP, quase não dão "imagem" nenhuma. Se gostasse um bocadinho de si mesmo, o dr. Menezes devia atacar os canais privados. Se gostasse muito de si mesmo, o dr. Menezes devia aproveitar a inclinação viajante, sumir para um daqueles desertos longínquos que tanto aprecia e regressar, de mansinho, na véspera das eleições.
O país profundo, embora desertificado, não basta: aí, além de ouvir Portugal, o dr. Menezes ainda se arrisca a que Portugal o ouça a ele."
Alberto Gonçalves
Um dos intrépidos descobridores é o dr. Menezes, que viaja imenso e se queixa de que o "seu" PSD é maltratado pela informação da RTP (uns pífios 17%). O dr. Menezes queixa-se de barriga cheia. Se existe uma remotíssima hipótese de um dia alcançar o poder (e, dados os imponderáveis do mundo, existe), a obscuridade é o único método viável.
Por inerência do cargo e estilo pessoal, na estação pública o eng. Sócrates não sairá de antena até Outubro de 2009. Na medida em que há "fundos" para generosamente distribuir e "desígnios" para repetidamente anunciar, o facto favorece-o perante os que acreditam no Paraíso (a maioria) e prejudica-o junto dos que duvidam.
Já o dr. Menezes não está sujeito a tais oscilações. Logo que ele ou algum elemento da sua notável corte surgem no televisor, o resultado é: 1) uma frase que faz as pequenas manchetes e as grandes anedotas do dia seguinte; 2) uma calamidade garantida.
Houve um período em que o dr. Menezes pareceu notar os efeitos que suscita e atenuou a exposição pública. Foi, tragicamente, um período breve. Devido a péssimos conselheiros ou masoquismo, o homem que se define como um "salto no desconhecido" e lamenta que os críticos não o conheçam (sobretudo no que respeita às viagens), decidiu dar-se a conhecer. Agora, para cúmulo, através de fins-de-semana na província, a "ouvir Portugal" e traçar "um diagnóstico ao país profundo". Naturalmente, a queda do PSD nas sondagens não promete parar.
É verdade que os "média" não dão a melhor "imagem" do dr. Menezes. Excepto os media que, à semelhança da RTP, quase não dão "imagem" nenhuma. Se gostasse um bocadinho de si mesmo, o dr. Menezes devia atacar os canais privados. Se gostasse muito de si mesmo, o dr. Menezes devia aproveitar a inclinação viajante, sumir para um daqueles desertos longínquos que tanto aprecia e regressar, de mansinho, na véspera das eleições.
O país profundo, embora desertificado, não basta: aí, além de ouvir Portugal, o dr. Menezes ainda se arrisca a que Portugal o ouça a ele."
Alberto Gonçalves
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