Ética republicana
"A política é uma autêntica varinha mágica. Transforma pedras em ouro, água em petróleo e pobres em riquérrimos.
Anda tudo muito agitado com a ida de Jorge Coelho para uma grande empresa de construção civil. Os debates sucedem-se, alguns Torquemadas caseiros atiram pedras, ameaçam com os fogos dos Infernos e excomunhões várias, afinam as vozinhas para assustar os cidadãos e as criancinhas que não querem comer a sopa. São o que são, isto é, uns verdadeiros hipócritas moralistas, com tiques autoritários fascistas e estalinistas, seja na versão do camarada José ou do seu companheiro de armas Leon.
Parece que a história de Jorge Coelho é a única que abala os alicerces éticos deste sítio salazarento, pobre, deprimido, fingido e cada vez mais mal frequentado. As almas penadas que andam por aí aos gritos de indignação contra o socialista Jorge Coelho deveriam saber que a saída da política para os negócios é algo que faz parte do ADNda democracia e do Bloco Central de interesses que domina este sítio há dezenas de anos. As almas hipócritas que estão no sistema e fazem de bobos de uma imensa corte política são os mesmos que apostam tudo por tudo no Estado. São os mesmos para quem a palavra público provoca orgasmos múltiplos. São os mesmos para quem um Estado grande, monstruoso, despesista, dominador, pai e mãe dos indígenas que tiveram o azar de nascer por aqui e o duplo azar de não terem saído para outras paragens, é o paraíso na Terra. São os mesmos que adoram o investimento público, as grandes obras do Estado, central e local. São os mesmos que berram raios e coriscos quando se fala em privatizações de empresas públicas, que andaram na rua a protestar contra a OPA lançada pela Sonae de Belmiro de Azevedo sobre a querida PT do Estado.
Pois é. Agora indignam-se por Jorge Coelho ir para uma grande construtora. Mas já podiam ter-se indignado há muito tempo com os inúmeros políticos que saltaram para os negócios e são hoje prósperos empresários e senhores respeitáveis neste sociedade salazarenta. Lembrem-se de Ângelo Correia, Dias Loureiro, Duarte Lima, Fernando Nogueira, Pina Moura, Murteira Nabo, Fernando Gomes, Carlos Monjardino, António Vitorino, Ferreira do Amaral, Luís Parreirão, Armando Vara e Marques Mendes, entre muitos outros. E lembrem-se ainda de outros cidadãos que andaram pela política e estão hoje bem sentados no mundo dos negócios. Jorge Coelho é apenas um punhado de areia deitada sobre os olhos dos indígenas. A verdade é que a política é uma autêntica varinha mágica capaz de todos os milagres. Transforma pedras em ouro, água em petróleo, betão em dinheiro e pobres em riquérrimos. É a ética. Republicana, claro."
António Ribeiro Ferreira
Anda tudo muito agitado com a ida de Jorge Coelho para uma grande empresa de construção civil. Os debates sucedem-se, alguns Torquemadas caseiros atiram pedras, ameaçam com os fogos dos Infernos e excomunhões várias, afinam as vozinhas para assustar os cidadãos e as criancinhas que não querem comer a sopa. São o que são, isto é, uns verdadeiros hipócritas moralistas, com tiques autoritários fascistas e estalinistas, seja na versão do camarada José ou do seu companheiro de armas Leon.
Parece que a história de Jorge Coelho é a única que abala os alicerces éticos deste sítio salazarento, pobre, deprimido, fingido e cada vez mais mal frequentado. As almas penadas que andam por aí aos gritos de indignação contra o socialista Jorge Coelho deveriam saber que a saída da política para os negócios é algo que faz parte do ADNda democracia e do Bloco Central de interesses que domina este sítio há dezenas de anos. As almas hipócritas que estão no sistema e fazem de bobos de uma imensa corte política são os mesmos que apostam tudo por tudo no Estado. São os mesmos para quem a palavra público provoca orgasmos múltiplos. São os mesmos para quem um Estado grande, monstruoso, despesista, dominador, pai e mãe dos indígenas que tiveram o azar de nascer por aqui e o duplo azar de não terem saído para outras paragens, é o paraíso na Terra. São os mesmos que adoram o investimento público, as grandes obras do Estado, central e local. São os mesmos que berram raios e coriscos quando se fala em privatizações de empresas públicas, que andaram na rua a protestar contra a OPA lançada pela Sonae de Belmiro de Azevedo sobre a querida PT do Estado.
Pois é. Agora indignam-se por Jorge Coelho ir para uma grande construtora. Mas já podiam ter-se indignado há muito tempo com os inúmeros políticos que saltaram para os negócios e são hoje prósperos empresários e senhores respeitáveis neste sociedade salazarenta. Lembrem-se de Ângelo Correia, Dias Loureiro, Duarte Lima, Fernando Nogueira, Pina Moura, Murteira Nabo, Fernando Gomes, Carlos Monjardino, António Vitorino, Ferreira do Amaral, Luís Parreirão, Armando Vara e Marques Mendes, entre muitos outros. E lembrem-se ainda de outros cidadãos que andaram pela política e estão hoje bem sentados no mundo dos negócios. Jorge Coelho é apenas um punhado de areia deitada sobre os olhos dos indígenas. A verdade é que a política é uma autêntica varinha mágica capaz de todos os milagres. Transforma pedras em ouro, água em petróleo, betão em dinheiro e pobres em riquérrimos. É a ética. Republicana, claro."
António Ribeiro Ferreira
2 Comments:
adoro a intuição que me conduz a escritos como o seu. foi através do blogblogs e já agreguei seu blog ao meu. valeu! regina.
Só não entendo o salazarento, do sítio mal frequentado. Afinal é salazarento ou não?
O homem tem de se definir. A história do sítio mal frequentado tem direitos de autor, e se atingem o Jorge Coelho qtingem também todos os outros.
Está a perder o tino?
Afinal á mais ou menos salazarento?
E já agora diga lá o que é isso de salazarento.
Se é uma coisa a que chamam de democacia mil vezes pior que o regime de Salazar, que não tolerarava ladrões e falas barato como o senhor jornalista aí concordo.
Peça uma bússola...
Ah e já agora chame os bois pelos nomes, não me ocorre outro nome a qualquer dos indivíduos da lista que cita e os que faltam, fascistas, pois utilizam o estado para negócios privados,ou as influências no Estado aos patrões donos do país, não é essa a sua definição?
Salazar não se corrompia, portanto vá.se tratar. porque precisa, ou é apenas obsessão passageira por coelho na cartola ou de algibeira?
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