21 de Maio de 1968
Dez milhões de franceses fazem greve.
Em 1968, descontentes com a disciplina rígida, os currículos escolares e a estrutura académica conservadora, estudantes de Paris organizam protestos que levam à ocupação da Universidade de Nanterre (oeste de Paris), em 23 de Março. Eles contestam também a situação social e política do país e o governo do general Charles de Gaulle, em virtude do desgaste provocado pela guerra de independência da Argélia. Entre os slogans criados estão É Proibido Proibir, O Poder Está nas Ruas e A Imaginação no Poder. A decisão da reitoria de fechar a faculdade, em 3 de Maio, faz a Sorbonne abrir as portas para os alunos de Nanterre. Influenciados pelos estudantes, operários de Paris realizam protestos, ocupando fábricas e organizando passeatas e greves. No Quartier Latin, bairro dos intelectuais em Paris, há barricadas. Em 6 de Maio ocorre o confronto entre 13 mil jovens e a polícia. A policia lança bombas de gás lacrimogêneo, respondidas com pedras pelos jovens. Entre os líderes estudantis destacam-se Daniel Cohn-Bendit e Tiennot Grumbach. Nos dias seguintes, continuam as manifestações, e cerca de 150 carros são danificados ou incendiados. A princípio, o governo francês fica paralisado. Mas a situação é controlada no final de Maio, com violenta repressão. No total são mais de 1,5 mil feridos. O governo de De Gaulle, abalado, sustenta-se no poder somente até Abril de 1969.
Os acontecimentos em Paris fazem parte de um movimento maior de contestação que ocorre em vários países do Ocidente, como Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Suíça, Dinamarca, Espanha, Reino Unido, Polónia, México, Argentina e Chile. Jovens e trabalhadores protestam contra a situação do pós-guerra, as guerras e as ocupações imperialistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os jovens opõem-se à Guerra do Vietnam e fazem manifestações do movimento hippie. Nas críticas, de modo geral, existe uma mistura de radicalismo político e irreverência, que acusa tanto o capitalismo como o socialismo.
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