terça-feira, junho 03, 2008

As margens caem, a procura desce e os preços não caem

"Funciona assim a oferta e a procura. Porque os portugueses têm pouca margem para pagar mais, os preços não podem subir mais.

Isto faz sentido na alimentação e o Eurostat mostra que Portugal é o país da UE onde houve menos inflação na comida. Os factores são vários: penetração dos hipermercados e ‘hard discount’, incapacidade das empresas passarem os aumentos para o produto final. Perdem as empresas que vêem as margens esmagadas, ganha o consumidor e ganha a procura, que se mantém estável. Olhando para os combustíveis, é fácil ver a analogia. Há reticências na procura, subida nos preços e queda nas margens. A grande diferença é que, ao contrário da alimentação, as gasolineiras não têm outra alternativa senão subir preços – movidas pela especulação no mercado de futuros e pela falta de alternativas no fornecimento. Na alimentação, a pluralidade da oferta é um travão forte à inflação. Na comida, os avanços tecnológicos na produção ainda permitem ganhos de eficiência e preços mais baixos. Infelizmente, no petróleo, as coisas não funcionam assim
."

Miguel Pacheco

Divulgue o seu blog!