Reyes e Reyes.
"O Benfica não quer repetir os erros do passado, mas esse é o monstro que ainda condiciona o presente
Vale a pena apanhar o comboio e fazer uma viagem de 45 minutos para ver ao vivo, nos arredores de Nova Iorque, um jogo de beisebol e vibrar com as qualidades de Reyes, uma das estrelas mais cintilantes do Mets?
Não se pode tentar compreender o afã dos norte-americanos pela modalidade sem penetrar nas entranhas dos carreiros de formigas que Dali celebrizou nos seus quadros, expostos para deleite universal nas paredes prenhas do MoMA. O Mets tem o(s) seu(s) Reyes assim como o Benfica também passa a ter. Por empréstimo. O Reyes, do Mets, acertou pouco frente ao Colorado, mas, no estádio, o clima é sempre de festa. Não há a mínima manifestação de hostilidade, nem com o adversário nem com os árbitros, e essa é, desde logo, uma grande diferença que importa apreciar.
O beisebol é inócuo. Joga-se e pronto. No futebol não é assim e a chegada de Reyes ao Benfica – depois de Aimar, Urretavizcaya, Balboa, Sidnei, Carlos Martins, Ruben Amorim, Yebda e Jorge Ribeiro, com Luiz García a marinar – significa a assumpção de que oito contratações não chegaram para se adquirir a sensação de um plantel suficientemente competitivo.
Reyes tem qualidade, mas – olhando para o plantel – o acto de contratar não está a ser assumido com demasiada ligeireza pelos responsáveis do Benfica? Não era tacitamente aceite os encarnados só contratarem jogadores de nível superior àqueles que se foram amontoando nos corredores da Luz nas últimas temporadas para estancar a lógica da “hemorragia colectiva”? Quem assume os erros do passado?
Para a Liga espanhola, ao serviço do Atlético, Reyes só uma vez realizou um jogo completo. Talvez fosse importante perceber por que razão Arsène Wenger o deixou cair no Arsenal. Numa época desportiva, Reyes conseguirá inverter a lógica descendente da sua carreira, numa equipa que tem escassa base de sustentabilidade?
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ao apostar em Rui Costa, joga a sua última cartada. Rui Costa sabe que a autonomia que reivindicou e lhe tem sido concedida não é um bilhete para a eternidade. Há muita coisa em jogo."
RUI SANTOS
Vale a pena apanhar o comboio e fazer uma viagem de 45 minutos para ver ao vivo, nos arredores de Nova Iorque, um jogo de beisebol e vibrar com as qualidades de Reyes, uma das estrelas mais cintilantes do Mets?
Não se pode tentar compreender o afã dos norte-americanos pela modalidade sem penetrar nas entranhas dos carreiros de formigas que Dali celebrizou nos seus quadros, expostos para deleite universal nas paredes prenhas do MoMA. O Mets tem o(s) seu(s) Reyes assim como o Benfica também passa a ter. Por empréstimo. O Reyes, do Mets, acertou pouco frente ao Colorado, mas, no estádio, o clima é sempre de festa. Não há a mínima manifestação de hostilidade, nem com o adversário nem com os árbitros, e essa é, desde logo, uma grande diferença que importa apreciar.
O beisebol é inócuo. Joga-se e pronto. No futebol não é assim e a chegada de Reyes ao Benfica – depois de Aimar, Urretavizcaya, Balboa, Sidnei, Carlos Martins, Ruben Amorim, Yebda e Jorge Ribeiro, com Luiz García a marinar – significa a assumpção de que oito contratações não chegaram para se adquirir a sensação de um plantel suficientemente competitivo.
Reyes tem qualidade, mas – olhando para o plantel – o acto de contratar não está a ser assumido com demasiada ligeireza pelos responsáveis do Benfica? Não era tacitamente aceite os encarnados só contratarem jogadores de nível superior àqueles que se foram amontoando nos corredores da Luz nas últimas temporadas para estancar a lógica da “hemorragia colectiva”? Quem assume os erros do passado?
Para a Liga espanhola, ao serviço do Atlético, Reyes só uma vez realizou um jogo completo. Talvez fosse importante perceber por que razão Arsène Wenger o deixou cair no Arsenal. Numa época desportiva, Reyes conseguirá inverter a lógica descendente da sua carreira, numa equipa que tem escassa base de sustentabilidade?
O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, ao apostar em Rui Costa, joga a sua última cartada. Rui Costa sabe que a autonomia que reivindicou e lhe tem sido concedida não é um bilhete para a eternidade. Há muita coisa em jogo."
RUI SANTOS
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