Antropologia forense de um rebanho e do seu “estado”

“ A importância dum «processo» mede-se pela magnitude dos sacrifícios que requer; a humanidade em massa sacrificada nas aras dos mais fortes, eis um processo.” *

Vejamos a sociedade da iniquidade que nos governa:

Já pensaram, e por acaso já observaram, os que ainda não sentem nojo, ou asco, ou mesmo vergonha, que no caso são sinónimos e que levam muitos, cada vez mais, a se alienar como convém aos destruidores deste país, aos que ostentam um poder sem razão e ridículo, apesar de tudo, porque exercido por indivíduos sem escrúpulos que, ao longo da vida se gostam de lembrar como príncipes de um reino sem futuro e sem povo, no sentido exacto do termo, que não o imenso rebanho, marcado com o ferro da ignorância e da imbecilidade da vista curta e do cérebro enfraquecido pelas experiências pedagógicas destes J. Mengele que utilizaram a melhor das armas: os pastores de almas dos meios de comunicação que lhes entraram nas casas, sem mandato, e que impuseram aos miseráveis e às suas crias os programas e as “reformas” do ensino, que aumentaram a legião de analfabetos funcionais como convém a estes regimes.

Já pensaram?

Eis um milagre em nome do Iluminismo e com as suas armas.

Afinal a ciência serve também para criar o novo reino das sombras.

Não é necessário dar nome aos bois.
São conhecidos dos que se não quiseram ainda alienar, estão em todas as instituições a que chamaram de Estado de Direito.
Até na semântica e nos sinónimos enganam os incautos.

Estado de direito? Não basta Estado? Deve ser má consciência, porque se é Estado, pressupõe que siga normas de um qualquer direito; Hobbes explica e aconselha-se… aos ainda não são insurgentes ou ainda não alevantados.

Parece violento o pensamento?
Se o pensamento é violento, vejam apenas os resultados de um caminho que foi enviesado, por alguém que apreendeu Maquiavel, da pior maneira, digo eu…

Reparem nos acasos:
De repente, as entidades reguladoras não existem, e os donos do país riem-se na cara dos indígenas.
De repente, como se de um milagre se tratasse, descobrem em descampados ladrões com os produtos dos roubos, em flagrante, como se estivessem a sua espera, depois o eclipse.

Gosta-se do argumento, mas odeio os encenadores, os actores seguem à letra, infelizmente para eles, a vida é dura para alguns... Notem que apenas falo de obras de ficção, porque já se não distingue um episódio de uma novela de uma suposta notícia...
O ancient regime, no caso saloio, não ousaria…
Foram vários os episódios, num só dia e outros se seguirão, até que alguém dê com a língua nos dentes, ou morda a mão do dono...
Faz lembrar o caso do criminoso que não sabe parar de desviar dinheiro, até ser descoberto.

“ Ver sofrer, alegra: fazer sofrer, alegra mais ainda: há nisto uma antiga verdade «humana demasiado humana», á qual talvez subscrevessem os macacos, porque, de facto, diz-se que com a invenção de certas bizarras crueldades anunciavam já o homem e precediam a sua vinda. Sem crueldade não há gozo, eis o que nos ensina a mais antiga e remota historiado homem; o castigo é uma festa.”
…“Faço ressaltar este ponto capital do método histórico, porque vai contra os instintos dominantes actuais, os quais preferiam o azar absoluto, e ainda o absurdo mecanicista, à teoria de uma vontade de poder que intervenha em todos os casos. Esta idissincrasia dos democratas, este ódio a tudo o que manda, este «misarquismo» moderno ( para coisa má, nome pior) espiritualizou-se e vai-se infiltrando gota a gota nas ciências mais exactas e objectivas; parece-me que já se faz senhor da fisiologia e da biologia, claro está que com prejuízo de ambas, porque as escamoteou um conceito fundamental, o da actividade propriamente dita.”…**
*, ** Nietzsche
“A Genealogia da Moral”