segunda-feira, setembro 29, 2008

Esperem que o pó levante…


Ao que parece a proposta de escapatória dos criminosos de Wall Street que provocaram o cataclismo do subprime não passou no Congresso.
Era simples:
Nacionalizar os prejuízos e privatizar os lucros.
Os touros e os ursos( no sentido americano do termo) de um lado e os camelos do outro.
Por cá, foi feito por todos os políticos que estiveram nos governos de Abril, os que nacionalizaram e destruíram empresas em nome das novas economias e do socialismo ao bom estilo soviético e depois a venda ao desbarato aos amigos e padrinhos da nova máfia instalada nos corredores do poder.
Continua assim sendo.
Os tribunais e as polícia paralisadas de um lado e as chamadas entidades fiscalizadoras do outro, fizeram o seu trabalho, ocupar os lugares e receber os escandalosos vencimentos e as chorudas mordomias e à saída mesmo que a pedido as indemnizações, como chamam aos subsídios de reintegração, nome de facto adequado num sítio onde a semântica não bate a “bota com a perdigota”, neste caso até bate, porque se dá a possibilidade dos assaltantes do estado do sítio serem reintegrados com chorudas indemnizações.
Ainda pouco se sabe, sobre a tempestade que se irá gerar, depois do chamado bailout não ter surtido efeito, espera-se que os políticos de Washington de há 25 anos a esta parte, se suicidem, como habitualmente faziam os homens de bem, mas não é disso que estamos a falar.
Bem pode a figura ridícula deste cada vez mais ridículo governo, falo cá do sítio, e desta ridícula oposição deste ridículo regime, dizerem que estão em desacordo, mas o facto é que não estão e não há excepções, todos roubaram e pensam continuar a roubar o chamado estado deste sítio cada vez mais mal frequentado.
Da banca e do sector financeiro espera-se que comecem a pagar pelos jogos de casino em que entraram, como se espera nos EUA, mas como o mundo dá muitas voltas decerto será inventado, ou tentada, uma inventona, para salvar os banqueiros e homens das finanças a que se chama agora de indústria financeira, e o seus empregados políticos eleitos.
Não se sabe de facto o que aconteceu com o BCP (ponta do iceberg), e decerto não se sabe o que se irá passar com muitos outros que jogaram e estão dependentes e ancorados na banca estrangeira, a seguir ou junto, virão os fundos de pensões e os seguros.
Já há muito tempo e muito antes disto tudo, os que falavam na crise subprime foram insultados e apelidados de alarmistas, porque era prejudicial ao mercado, mas se o mercado não era jogo de roleta, então a psicologia não deveria contar, afinal os economistas das universidades e faculdades, sabiam tudo, não deveria ser?
Blair dizia hoje ou ontem, pouco importa, afinal libertou-se da coleira do dono, e já não tem aquele ar de pittbull, (decerto faz parte da arte de bem representar) que a globalização criou o problema e a solução deverá ser global.
Pois é, continua a querer morder, ainda não percebeu que a globalização e o freemarket com a desregulação e aquelas coisas do Consenso de Washington, lhes caíram também em cima e será muito provável que o saco que representa o Consenso tenha de ser virado ao contrário, ou seja, estados fortes, estados com características diferentes devem ter soluções diferentes, porque as nações são diferentes.
Afinal aquilo que o iluminismo nas suas várias facetas quis impor pela força, ou seja, tornar a humanidade homogénea, é um mito, pelo simples facto de um japonês, ser diferente de um americano, de um inglês, de um brasileiro, de um chinês e por aí adiante, como queriam as organizações supranacionais controladas pelos senhores do clube Bild, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial, que decerto muitos se lembram. A Nova Zelândia teve o seu Wellfare State destruído por esta gente, a Argentina comeu do mesmo, o Brasil, Portugal, o México e tantos outros.
O pó ainda nem levantou, esperemos que ao se levantar o Cavaleiro do Apocalipse, não seja uma nova gripe espanhola, reciclada, que não tem nada a ver com a gripe dos passarinhos como alguns idiotas ligados a uma coisa a que chamam de saúde pública por aí propalam, porque se a solução for através das teorias malthusianas, 1 500 000 000 almas vão desaparecer. Demasiado conspirativo? Assim espero?
Mas a mente humana já mostrou do que é capaz.

· If we don't significantly reduce our ever-increasing military spending now, then the bankruptcy of the United States is inevitable. We don't have much time left.
Bowing to public outrage, the House rejects the bailout and Wall Street swoons. It's another deep shock to the system--but an invigorating moment for democracy.
William Greider

Why aren't we helping homeowners directly with their debt burden? Why aren't we helping American families faced with bankruptcy. Why aren't we reducing debt for Main Street instead of Wall Street? Isn't it time for fundamental change in our debt based monetary system, so we can free ourselves from the manipulation of the Federal Reserve and the banks? Is this the United States Congress or the board of directors of Goldman Sachs? Wall Street is a place of bears and bulls. It is not smart to force taxpayers to dance with bears or to follow closely behind the bulls.
Kucinich – Congressista do Ohio

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Uma sociedade que não esteja ancorada na Sã Moral pode arranjar os sistemas económicos e politicos que quiser que nunca substituirá a acertada pré avaliação conseguida à luz da Sã Moral. Com a falsa moral, a moral satânica, todos os modelos económicos ou politicos um dia ruirão, porque a abundância satânica que se consegue numa dada fase assenta em bases falsas.O nosso sistema de reformas é um exemplo de base satânica e um dia ruirá.É sobre o dominio desta falsa moral, dominante nas sociedades actuais ,que já há mais de um ano venho chamando a atenção nos comentários ao nosso Dilecto,Baptista Bastos. O sr Paulson devia ajoelhar-se perante Deus ,em vez da Nancy, e prometer-lhe que nunca mais voltará a trilhar o mesmo caminho.

segunda-feira, setembro 29, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Engraçada esta crise Corria o mês de Julho e eu, puxando dos galões da formação em física, aliados a um ou outro Master em gestão, apresentei um memorando com uma proposta de Doutoramento em Gestão numa ilustre universidade nacional. O plano era tão arrojado como inovador, estabelecimento de uns revolucionários indicadores económicos baseados numa convicção de que os indicadores actuais não indicavam absolutamente nada. Preparei o plano, preparei os indicadores e, submeti-os à apreciação. O resultado foi tão hilariante quanto preocupante: Estava aprovado para um doutoramento mas…não poderia utilizar os conceitos que havia desenvolvido sob pena de pôr em causa as análises e os fundamentos do Banco de Portugal (instituição visada na proposta apresentada). Afinal falhei redondamente pois pelos vistos estava errada a convicção de que um doutoramento tem que acrescer conhecimento e, para tal, terá que pôr em causa algo existente para que se dê um passo em frente. Pensava eu que as limitações aos estudos de doutoramento estariam sobretudo na minha falta de back ground académico e macroeconómico…mas não!...Afinal eu poderia fazer um doutoramento assente na minha convicção de que se precisavam de novos indicadores desde que…tal não colocasse em causa as instituições visadas. Pois bem. Claro que o doutoramento ficou abandonado e, segundo o critério dos Sres Doutores Catedráticos, ainda bem. Pois afinal colocaria em causa não só o Banco de Portugal, como o BCE, como a FED, como o BOE, como o BOJ…pelo que decerto que teria agora a minha cabeça a prémio por desacreditar tão magnânimes instituições que, à um ano atrás diziam que a economia global estava a crescer como nunca, que à um ano atrás viam capacidade para pagar juros ilimitados, que à um ano atrás viam um raiar esplendoroso nos mercados financeiros e que agora, tal especialistas que nunca foram, procuram a solução óbvia de, à moda do tio patinhas, tapar uma cratera enorme com camiões e camiões de moedas. Que credibilidade terão esses senhores, que nada viram acontecer debaixo dos seus olhos, para agora irem a “correr atrás do prejuízo?”. Fala-se agora em regulação? Regulação é sinónimo de controle. Como é que se pode controlar e regular algo sem indicadores? Os tais que pelo menos um leigo (certamente entre muitos) se propôs a desafiar. Governos, bancos centrais e analistas… quase todos falharam (os que não falharam estão obviamente a tirar dividendos disso mesmo). Afinal a banca estava rota! A todos eles uma palavra: Incompetência. Aos outros, que não deixam novas ideias florescer: Cobardia. A todos os outros: Paguem por essa cobarde incompetência. Ah… o doutoramento, esse, aconteceu…mas mudou de ramo…e de gente!

segunda-feira, setembro 29, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Esta crise prova que os milhões pagos a CEO's e a certos grandes accionistas, segundo a falácia da "criação de valor" e de outra falácia da teologia do mercado(o qual não existe mas finge que existe), falácias que todos os clones de gestão proclamam, foram afinal um roubo sofisticado e bem montado para papalvos tecnocratas verem. Quer dizer, esses suprassumos da gestão, pagos a peso de ouro, não passam de clones de plástico, e quem andou a elogiá-los durante décadas não passam de papagaios de imitação.

segunda-feira, setembro 29, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Os que no silêncio comeram o amargo da revolta e da incompreensão, deveriam agora ser chamados para os mais altos cargos das Nações! Não para darem ordens, mas para ensinarem a tolerância, a compreensão e o respeito pela diginidade humana. O Ocidente industrializado e da máquna de calcular, tem desprezado sistemáticamente o ministério desta disciplina, dizendo que " É uma ciência que, com a qual ou sem a qual, se fica tal e qual"...é é... o resultado está à vista! Educar o ser humano no sentido da Ética,da Responsabilidade e no Reconhecimento do semelhante como um ser digno e humano tal qual exigimos para nós próprios, pode por si só, não ser a garantia de que na prática teremos um Mundo melhor, mas diferente...será de certeza! Boa tarde.

segunda-feira, setembro 29, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Os só têm problemas de endividamento porque não ganham mensalmente o que ganha João Salgueiro. Por outras palavras, se João Salgueiro ganhasse aquilo que, em média, ganha um português, também estaria endividado até à raiz dos cabelos... porreiro pá! Portugal está dividido: há o país real e o país do faz de conta (que é um país cor de rosa, com gravatinha azul e mangas arregaçadas para dar um ar de muito atarefado... a imagem do nosso PM anda a ser trabalhada... será que ele também vai concorrer às eleições americanas?)...

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Quando tentamos comprar os EUA a Portugal, estamos sempre a comparar o incomparável... O que ainda ninguém disse, é qual é a grande diferença entre um cidadão americano e um português, no que diz respeito ao crédito. É que um Cidadão americano TEM O DIREITO DE SE DECLARAR FALIDO e como tal os bancos/financeiros ficam a ver navios. O TUGA é perseguido que NEM A PIDE! Bloqueiam contas, penhoram Ordenados, tachos e panelas...etc.. Mudem a lei, deixem os Cidadãos portugueses declararem-se falidos, e aí terão a realidade do País, até lá, é só um faz de conta ... blá, blá.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Chegámos a um ponto: Há ou não há confiança no sistema financeiro? resposta: Não há ! Provas? Em 10 dias, os CLIENTES americanos faliram um banco ao correrem a levantar o dinheirinho (que nem sequer faltou) mas o que é certo é que o banco faliu e foi Nacionalizado ! O europeu Fortis num dia disse que estava confortável com a liquidez e passados 2 dias o Estado interviu... Os reis do liberalismo europeu na Inglaterra, acorreram a Nacionalizar mais um banco. Afinal depois de tantas "explicações" o que se passa? Falta de Confiança ! E não havendo confiança, não Há Sistema que se Aguente! última prova, o plano de "Salvação do Sistema" (SS)foi aprovado com uma série de Alterações importantes, resultado ? Os mercados estão hoje a cair ! portanto continua a falta de confiança...

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

A economia mais sólida em 2008 é Comunista e chama-se CHINA. Claro que como está na moda e é apoiada pela ganância americana, não convém criticar... Ora os chineses aliaram o pragmatismo Comunista à ganância Capitalista. Resultado? Batem tudo e todos. E... hoje... têm armas, que os soviéticos não tinham - Os computadores !!! A informática é uma arma poderosíssima nesta aliança comuna/capitalista. De qualquer das maneiras, hoje, não se consegue perceber qual é a diferença entre um desgraçado americano e um chinês. Nem tão pouco entre um capitalista comunista e um capitalista americano. Curioso, curioso... é o Comunismo que se está a instalar nos EUA por via dos financeiros, que são tão bons a distribuir riqueza, que sem quererem, precisam dos pobres e do seu "agrément" nas hipotecas, para que não estoirem. Será de rir, vermos nos próximos tempos o Bush a falar aos pobres e a dizer-lhes, fiz isto por vocês... etc e tal, fiquem com as hipotecas a bom preço que eu faço um bom DESCONTO e um juro Bonificado... e Juro por Deus que não vos ponho na rua.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Um artigo com espírito e ironia. "Espírito" no sentido em que o Eça o entendia.Ironia porque é a arma mais eficaz para retratar a realidade segundo ainda o acima citado autor. Quanto à questão de fundo do artigo, o problema é que entre a dimensão temporal da crise financeira, volátil, à velocidade da banda larga, com picos de euforia e pessimismo e a dimensão da economia real, há uma distância espaço-luz como da terra para o sol. Agora anda tudo numa euforia à espera do Plano Paulson, totalmente alienados dos indicadores macro-económicos da economia norte-americana e algumas europeias que, por exemplo foram divulgados nestas últimas quinta e sexta-feira. E não é para admirar, com tantas injecções de liquidez nos mercados, anda tudo com uma "pedrada" que nem sabe em que dimensão está. O problema vai ser a ressaca quando a situação da economia real chegar aos mercados financeiros, nos resultados líquidos das empresas, na política de dividendos, nas expectativas dos analistas e dos investidores. Afigura-se um cenário conturbado semelhante ao célebre episódio da banda desenhada da aterragem na terra do foguetão em que seguiam Tintin e Milou.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Concordo que não é o fim do Capitalismo como é evidente. É sim o fim da fé no Capitalismo sem mecanismos de controlo esternos a si próprio. O Capitalismo tem melhor performance que o Comunismo porque é semelhante no seu funcionamento a uma selva em que impera o egoísmo e a desonestidade, a falta de lealdade e de honra. Não é pois de estranhar que sendo o ser humano o resultado de milhões de anos de evolução em ambiente selvagem de adapte melhor ao Capitalismo. Neste momento aqueles que acreditam que o Estado não tem que interferir no mercado escondem-se e ficam calados. Lamentavelmente a solução encontrada para o problema do EUA parece ser a privatização dos lucros e a Nacionalização do prejuízos, em proveito dos mesmos de sempre.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

E o animal mais parecido com o Capitalismo...

...é o gato! Mas também é muito provável que até tenha mais vidas que o miante!

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

As "gafes" e a ganância desmedida das financeiras americanas, fizeram mais num ano do que os comunistas em 100 anos. Os EUA tornan-se assim a primeira potência comunista/capitalista. Será que quererão copiar a China? Os impérios só existem com escravos... mas ao terem que dar casas aos pobres... para aguentarem um sistema podre estarão a criar as bases comunistas? O problema é que os escravos já deram tudo o que tinham aos financeiros e outros especuladores e até lhes deixaram as hipotecas nas mãos... portanto a resolução será... Todos terão que pagar para os pobres... Comunismo digo eu.. Por outro lado o dinheiro que faz falta... está nas mãos de "alguém", pois como se sabe o dinheiro circula de uns bolsos para outros. O que ainda ninguém disse é ONDE ESTÁ ESSE DINHEIRO ! Claro que são muitos especuladores a detê-lo. Neste imbróglio... deixam incólumes esses especuladores? Não apresentam também uma solução para a especulação livre do Petroleo? Vão ter que o tabelar, caso contrário não há dinheiro que aguente, pois os especuladores estão concentrados nesse joguinho do ouro negro. E não podem andar semana a semana a apagar fogos. O Plano é mau pois apenas prevê o apagar dos primeiros fogos esquecendo que o fogo petrolifero é terrível para a economia.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Ignorancia sobre os mercados e jogo politico dos dois lados. A vida continua....

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

Acho que deviam consultar o dr. António Borges.

Ele, que trabalhou até há pouco como dirigente na recem-falida Goldman Sachs e acha duas coisas: a) que o subprime americano é uma inovação financeira de estalo, de provar e chorar por mais, b) que o sistema financeiro português está mais protegido destas convulsões porque não é tão sofisticado (leia-se atrasado no pensamento de Borges) como o americano da Goldman Sachs e de outras falidas que tais... Sr. CL, esteja atento aos sábios conselhos e opiniões do dr. Borges, para aprendermos o que (não) devemos fazer.

terça-feira, setembro 30, 2008  
Anonymous Anónimo said...

No meio daquilo que parece um caos, há uma teoria cabalística que em objectivos irá destruir a China comunista, se os estads fortes voltarem.
Por muitas armas que os chineses tenham, vão-se envolver entre eles, porque não vão receber um tostão dos caloteiros e as exportações vão cair, porque abandonaram o arado.

terça-feira, setembro 30, 2008  

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