Os endireitas
"Este sítio já deixou de ser um Estado de Direito. E os seus responsáveis mais parecem endireitas de feira que aldrabam os pobres clientes”.
O sítio só não está calmo e seguro porque uns tantos senhores e senhoras da Comunicação Social andam por aí a inventar ou a impolar crimes que, de outra maneira, seriam simples banalidades sem importância na vidinha dos cidadãos deste sítio hipócrita, manhoso, pobre e cada vez mais mal frequentado. O sítio só não está calmo e seguro porque o crime se democratizou e quando nasce é para todos. Estas sábias palavras de um senhor que até agora era coordenador de um Gabinete de Segurança mostram até que ponto chegou a desorientação nas mais altas esferas de um Estado que faz tudo para fingir que ainda é de Direito.
A verdade é que a criminalidade violenta aumentou 15 por cento e é verdade também que o senhor procurador-geral da República, ainda molhado dos banhinhos de Verão, anunciou a criação de umas brigadas especiais para a combater com mais eficácia. É verdade também que a PSP e a GNR andam por aí a fazer operações em tudo o que é cidade e aldeia, à procura de criminosos e de outros delinquentes.
É verdade também que a violência doméstica disparou no primeiro semestre deste ano e que já foram assassinadas 31 mulheres nestes seis meses, contra 23 em todo o ano de 2007. Tudo isto é verdade neste sítio e também é verdade que a reacção do Estado de Direito e dos seus responsáveis é cada vez mais lamentável e patética. Juízes, magistrados do Ministério Público, ministros, secretários de Estado e polícias andam por aí como baratas tontas a despejar para cima da opinião pública com medidas a vulso e operações vistosas de prevenção para dar a impressão de que sabem o que estão a fazer e de que têm alguma ideia na cabeça sobre as causas do aumento preocupante da criminalidade violenta num sítio que se gabava dos brandos costumes dos seus cidadãos e de ser um local seguro num Mundo cada vez mais perigoso e violento.
No meio da confusão generalizada, secretários de Estado são desmentidos por ministros, juízes atacam o poder político, polícias queixam-se dos magistrados e das leis penais aprovadas na Assembleia da República, o Governo remenda em cima do joelho alguns diplomas que aprovou há poucos meses e o procurador da República atira para cima dos crimes com umas tantas brigadas especiais. Este sítio já deixou de ser um Estado de Direito. E os seus responsáveis mais parecem endireitas de feira que aldrabam os pobres clientes com mezinhas suspeitas e mãozinhas milagrosas."
António Ribeiro Ferreira
O sítio só não está calmo e seguro porque uns tantos senhores e senhoras da Comunicação Social andam por aí a inventar ou a impolar crimes que, de outra maneira, seriam simples banalidades sem importância na vidinha dos cidadãos deste sítio hipócrita, manhoso, pobre e cada vez mais mal frequentado. O sítio só não está calmo e seguro porque o crime se democratizou e quando nasce é para todos. Estas sábias palavras de um senhor que até agora era coordenador de um Gabinete de Segurança mostram até que ponto chegou a desorientação nas mais altas esferas de um Estado que faz tudo para fingir que ainda é de Direito.
A verdade é que a criminalidade violenta aumentou 15 por cento e é verdade também que o senhor procurador-geral da República, ainda molhado dos banhinhos de Verão, anunciou a criação de umas brigadas especiais para a combater com mais eficácia. É verdade também que a PSP e a GNR andam por aí a fazer operações em tudo o que é cidade e aldeia, à procura de criminosos e de outros delinquentes.
É verdade também que a violência doméstica disparou no primeiro semestre deste ano e que já foram assassinadas 31 mulheres nestes seis meses, contra 23 em todo o ano de 2007. Tudo isto é verdade neste sítio e também é verdade que a reacção do Estado de Direito e dos seus responsáveis é cada vez mais lamentável e patética. Juízes, magistrados do Ministério Público, ministros, secretários de Estado e polícias andam por aí como baratas tontas a despejar para cima da opinião pública com medidas a vulso e operações vistosas de prevenção para dar a impressão de que sabem o que estão a fazer e de que têm alguma ideia na cabeça sobre as causas do aumento preocupante da criminalidade violenta num sítio que se gabava dos brandos costumes dos seus cidadãos e de ser um local seguro num Mundo cada vez mais perigoso e violento.
No meio da confusão generalizada, secretários de Estado são desmentidos por ministros, juízes atacam o poder político, polícias queixam-se dos magistrados e das leis penais aprovadas na Assembleia da República, o Governo remenda em cima do joelho alguns diplomas que aprovou há poucos meses e o procurador da República atira para cima dos crimes com umas tantas brigadas especiais. Este sítio já deixou de ser um Estado de Direito. E os seus responsáveis mais parecem endireitas de feira que aldrabam os pobres clientes com mezinhas suspeitas e mãozinhas milagrosas."
António Ribeiro Ferreira
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