segunda-feira, outubro 20, 2008

As casinhas SCUT

Este novo Fundo Imobiliário é o exemplo acabado de uma política que alimenta a cultura do facilitismo e da irresponsabilidade ”

O Governo do sítio continua feliz e contente com a crise mundial porque acredita que pode, mais do que nunca, vencer de novo as eleições de 2009 com maioria absoluta. A economia de rastos, as quedas da Bolsa, a subida do desemprego, o endividamento das famílias, das empresas e do Estado são minudências para uns senhores e senhoras que andam há anos e anos pelos corredores do poder a viver bem, independentemente das crises.

O Orçamento do Estado para 2009 é bem um exemplo desse estado de espírito de uma classe que desgraçadamente governa este desgraçado sítio há mais de trinta anos, numa democracia cada vez mais pífia e em que a liberdade se compra e vende em função de interesses e negócios. Desenganem-se pois os que pensavam que esta violenta crise internacional seria uma excelente oportunidade para mudar de vida e de cultura. Vai tudo ficar como dantes, quartel-general em Abrantes. O sítio decididamente não tem emenda. É pobre, deprimido, manhoso e está obviamente cada vez mais mal frequentado. Veja-se o que aí vem com um tal Fundo de Investimento Imobiliário e de Arrendamento, uma ideia nascida na terra do Bambi Zapatero e prontamente imitada pelo feroz animal José Sócrates. A ideia, pelo que se conhece, é premiar os indígenas que foram empurrados para a compra de casas a crédito por sucessivas políticas criminosas que mantiveram o congelamento das rendas e agora não têm dinheiro para pagar as prestações à Banca.

A ideia é premiar os cidadãos incumpridores com dez anos de arrendamento a um preço inferior ao das prestações mensais do empréstimo. A ideia é transformar o Estado num enorme senhorio de gente falida, com rendas artificiais, uma despesa incalculável que todos os cidadãos, cumpridores e não cumpridores, irão obviamente pagar no futuro. Esta ideia peregrina, perigosa e mesmo criminosa, justificada com o apoio às famílias, é, no fundo, uma tentativa desesperada de manter tudo na mesma e de continuar a alimentar a enorme mentira de uma sociedade que vive muito acima das suas possibilidades e que vota inconscientemente nos políticos que lhe vão alimentando a ilusão de uma riqueza que nunca existiu, não existe e provavelmente não existirá. O que este Governo anda a fazer nesta crise não tem classificação. E este novo Fundo Imobiliário é o exemplo acabado de uma política que alimenta a cultura do facilitismo e da irresponsabilidade
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António Ribeiro Ferreira

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