domingo, novembro 23, 2008

O OUTRO PARCEIRO

"Salvo as devidas, e raríssimas, excepções, a Educação não está a ser discutida por gente muito educada, pois não? Nem falo dos alunos indignados, já que os pobres não imaginam com quê ou com quem. Mas os jornalistas dedicam à ministra do ramo a arrogância que escondem no contacto com os restantes intervenientes da "luta". A ministra responde aos jornalistas com arrogância similar. Os professores na rua, pelo menos alguns dos que as televisões mostram, garantem que a dra. Maria de Lurdes "é feia" (sic). E Mário Nogueira, típico sindicalista indígena, dispensa comentários.

De longe, porém, o mais excêntrico dos "parceiros sociais" (desculpem o termo) é uma tal Confap, indistinguível do senhor que a preside. Se é público que a Confap é a Confederação Nacional das Associações de Pais e o presidente um sr. Albino Almeida, a natureza de ambos permanece um mistério. O que são? De onde vêm? Para onde vão? O "site"da Confap jura tratar-se de uma estrutura "independente", empenhada em "estudar os problemas relativos à formação global dos jovens" e "intervir junto dos poderes", informações algo vagas. Fora do "site", lembrei-me de dois ou três pormenores sobre a Confederação: costuma opor-se à avaliação e à reprovação das criancinhas; esforça-se por manter as criancinhas presas em "actividades extracurriculares"; defende que as criancinhas "são biologicamente nossas, mas socialmente de toda a comunidade"; certa ocasião, ameaçou processar os blogues que divulgaram o financiamento estatal que, na verdade, recebe. É pouco? Chega.

E sobra. Isto não faz um "parceiro social", faz uma paródia inadvertida dos piores delírios do ministério e dos piores pais. Em lugares menos exóticos, a Confap serviria no máximo de "sidekick", o figurante que dá as deixas essenciais às piadas. O esquisito é que ninguém, na balbúrdia egocêntrica em que o debate do ensino se transformou, aproveita as primeiras para dizer as segundas. Aqui, uma organização como a Confap é ouvida, comentada e levada a sério, o que não tem graça nenhuma. Ou tem, se formos particularmente perversos e, além disso, pudermos pagar escolas privadas
. "

Alberto Gonçalves

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas a realidade está aí - destruir o público - a favor do privado, para que muitas mais fundações apareçam, onde se hão-de refastelar os muitos interesses.
É quando digo destruir o público, afirmo-o relativamente a tudo, desde águas, energias, comunicações, saúde, ensino e... JUSTIÇA. Será o maior regabofe do neoliberalismo. Destruir por completo o erário e o bem público, manter a mama no privado, continuando a sacar altos impostos!

Tão simples quanto isto!

segunda-feira, novembro 24, 2008  

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