Krak des Chevaliers
O Krak dos Cavaleiros (designado pelos muçulmanos como "qalajat al-Husn") localiza-se na actual Síria, 65 quilómetros a oeste da cidade de Homs, perto da fronteira do Líbano.
A expressão "Krak" ou "Karak" designa um tipo de fortificação erguida no século XII e no século XIII pelos Cruzados, nas regiões das actuais Síria e Palestina, para assegurar a defesa dos chamados "Reinos Latinos do Oriente". Os principais eram o Krak dos Cavaleiros, que defendia o limite Nordeste do Condado de Tripoli, o Krak de Montreal, em al-Chawbak, defendendo o limite Sudeste do Reino de Jerusalém, e o Krak de Moab, em al-Karak, também no Reino de Jerusalém.
O Krak dos Cavaleiros foi erguido sobre um esporão rochoso do deserto sírio com a função de proteger a rota que unia a cidade síria de Homs (sob domínio muçulmano) à de Trípoli (Líbano), capital do condado de Trípoli, na costa do mar Mediterrâneo.
O castelo foi erguido em duas etapas. Na primeira, foram levantadas as muralhas exteriores e um núcleo interno, composto por pequenas edificações de planta quadrada, de modo que, em 1170, as obras estavam concluídas. Em 1202, um terramoto afetou parte do conjunto, de maneira que, pouco tempo depois, iniciou-se uma grande reestruturação das defesas, conferindo-lhe a actual feição: uma muralha exterior de trinta metros de largura, amparada por sete torres com 8 a 10 metros de largura, definindo uma fortificação concêntrica. As escarpas do esporão foram aproveitadas com fins tácticos.
Ainda que o local em que se erguia pudesse ser considerado ideal, uma fortificação neste ponto possuía dois pontos fracos: o portão de armas e o flanco Sul, voltado para a planície. Para defender este lado exposto, ergueu-se uma muralha de alvenaria com três grandes torres, precedido de um extenso parapeito também de alvenaria, que em alguns trechos possuía 25 metros de espessura
A questão de defesa da entrada foi solucionada construindo-se um acesso em zigzag pelo declive escarpado, de modo a expor as forças de um invasor ao fogo dos defensores. Entre as portas exterior e interior, um estreito caminho entre as muralhas e defesas colossais.
A possibilidade de sujeitar a fortificação mediante um assédio também era dificultada. O conjunto contava com um armazém principal de 120 metros de largura e com armazéns adicionais escavados na rocha sob o castelo, onde se armazenavam água e alimentos suficientes para sustentar durante muito tempo uma guarnição de 2.000 homens. Estima-se que, completamente abastecida, ela estaria em condições de resistir a um assédio de cinco anos.
Complementarmente ao controle da rota até ao mar Mediterrâneo, os Hospitalários exerceram influência sobre o lago Homs a Leste, onde podiam ter controlado a indústria pesqueira vigiado as forças muçulmanas reunidas na Síria.
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