Os bancos centrais "aos papéis"
"No fim-de-semana, Jean Claude Trichet fez um "pedido" estranho para quem dirige o banco central mais influente do mundo: que os bancos repercutam a descida das taxas de referência nas Euribor. Como foi a segunda vez que o fez em 40 dias, dá para perceber que está muito preocupado. E os números do crescimento económico na Europa mostram que não é caso para menos (ontem ficou a saber-se que também Portugal vai entrar em recessão, depois da queda do PIB no 3º trimestre de 2008).
Como explicar o "pedido" de Trichet? O presidente do BCE percebeu que pouco mudou desde que os Estados europeus decidiram criar garantias para os bancos recomeçarem a emprestar uns aos outros: as garantias resolveram metade do problema (a desconfiança inter-bancos) mas deixou a outra metade por resolver (o financiamento da economia). E sem dinheiro (o sangue de qualquer economia) a circular, não há crescimento.
A preocupação de Trichet é partilhada por Vítor Constâncio (e provavelmente por outros governadores). Constâncio disse ontem que é mais difícil a política monetária ser eficiente na "expansão da economia" do que a restringir o crescimento. Tem razão. Só não disse outra coisa: os banqueiros centrais estão a ficar sem munições e não têm nenhuma ideia do caminho a seguir quando ficarem expostos os limites da política monetária numa crise como a actual. Preocupado? É caso para isso."
Camilo Lourenço
Como explicar o "pedido" de Trichet? O presidente do BCE percebeu que pouco mudou desde que os Estados europeus decidiram criar garantias para os bancos recomeçarem a emprestar uns aos outros: as garantias resolveram metade do problema (a desconfiança inter-bancos) mas deixou a outra metade por resolver (o financiamento da economia). E sem dinheiro (o sangue de qualquer economia) a circular, não há crescimento.
A preocupação de Trichet é partilhada por Vítor Constâncio (e provavelmente por outros governadores). Constâncio disse ontem que é mais difícil a política monetária ser eficiente na "expansão da economia" do que a restringir o crescimento. Tem razão. Só não disse outra coisa: os banqueiros centrais estão a ficar sem munições e não têm nenhuma ideia do caminho a seguir quando ficarem expostos os limites da política monetária numa crise como a actual. Preocupado? É caso para isso."
Camilo Lourenço
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