Folclore ideológico
"O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, abriu uma janela de oportunidade para a felicidade suprema dos portugueses: o trabalho gratuito. Descoberta a possibilidade de todos nós podermos ser concorrenciais no mercado global, ele conseguiu mesmo inovar ideologicamente, argumentando que o trabalho gratuito corresponde a uma "prática privilegiada de realização pessoal e social". Não duvidamos: o trabalho voluntário e o comunitarismo deveriam ser promovidos em Portugal. Embora, neste caso, a ideia de Lemos é ter trabalho grátis em vez de prática remunerada. A descoberta de Valter Lemos é a maior desde a invenção da pólvora e, talvez, da criação dos servos da gleba. Valter Lemos, ao abrir a porta a todos os professores reformados, para que estes voltem a trabalhar gratuitamente, torna o altruísmo a nova ideologia do Estado. Num PS órfão de ideologia, desde que esqueceu o cooperativismo de António Sérgio, Valter Lemos deveria ser promovido a ideólogo oficial da agremiação. Claro que ele mostra como Hyde e Jekyll são os contínuos de serviço no Ministério. Por um lado o ME tem tornado a vida dos professores um verdadeiro inferno, tentando, aparentemente, correr com muitos deles e assim poupar as finanças do Estado. Agora quer que eles regressem. Mas sem encargos. Como conceito político é genial. Como estratégia empresarial merece o Nobel. Como ideal socialista nem Tony Blair se lembraria. Valter Lemos, depois desta ideia, deve ser promovido a ministro da Educação. No mínimo. "
Fernando Sobral
Fernando Sobral
1 Comments:
No mínimo o que se poderá dizer é:
-Puta que o pariu. Vai malhar em tua casa
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