domingo, março 15, 2009

Empresa falida paga bónus aos responsáveis pela crise da própria

A AIG, uma das instituições financeiras salva da falência com dinheiro dos contribuintes, vai pagar 165 milhões de dólares (cerca de 127 milhões de euros) em estímulos aos executivos e trabalhadores, incluindo os que lideraram áreas de negócios responsáveis pela falência técnica da maior seguradora dos Estados Unidos.
A AIG foi intervencionada pelo Estado, em Setembro passado, que agora detém 80% do capital. Desde então, o Tesouro já injectou na empresa USD 170 mil milhões/bilhões (mm/bi), cerca de EUR 131 mm/bi, para impedir a falência.
A AIG justifica o pagamento com o argumento de que os prémios e bónus a pagar a 6.400 funcionários não podem ser cancelados uma vez que foram acordados antes da intervenção estatal.
A parte de leão vai para meia centena de administradores, directores e quadros intermédios. Sete deles, responsáveis pela área dos derivativos de crédito, responsável pelo colapso do grupo, vão receber 3 milhões de dólares em bónus.
O Washington Post e o New York Times referem que a administração americana está furiosa com a situação.
Porém, o governo liderado por Barack Obama parece impotente para impedir a decisão da seguradora devido a constragimentos jurídicos.
O diário novaiorquino adianta que o Departamento do Tesouro planeia obrigar a AIG a devolver o dinheiro, no âmbito do acordo de pagamento da dívida ao Estado, actualmente em fase de renegociação.
Na semana passada, o presidente da AIG, Edward M. Liddy, escreveu uma carta ao secretário do Tesouro, Timothy Geithner, tentando pôr água na fervura e lamentando a impossibilidade de contornar o plano de compensações.
Liddy informou Geithner que, a partir de agora e até ao final do ano, os 25 executivos da divisão de produtos financeiros aceitaram reduzir os salários para um dólar por mês.
Só quem está desatento não sabe que é tudo encenação.
Os patrões da AIG sabem o que fazem e Obama e administração encenam e fazem que estão revoltados.
Trata-se de um caso de que de facto o palno para salvação das empresas é um plano para cumprir o que fora prometido. De facto a empresa já é do Estado americano, bastava cancelar por lei, não é verdade o que diz a administração.
Prova mais uma coisa, é que a crise foi provocada e o dinheiro dos bolsos dos contribuintes não serve para melhorar a performance da empresa em bolsa o que interessa aos que a vão comprar em saldo, para ficar com os seus ramos sãos.
Falta saber o que aconteceu antes da eleição e quanto entrou para a campanha a dita empresa.
Por cá acontece caso semelhante em empresas que até agora parecem bem e nas que estão na sombra da CGD, ou seja nacionalizadas e até como estará a própria CGD.
Mas por cá o que está a dar são férias em Cabo Verde pagas pelos contribuintes.
O Pelicano

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