HOLOCAUSTO, PASSADO E FUTURO
"O Governo argentino serviu-se de um pormenor burocrático para expulsar do país o bispo Inglês Richard Williamson. A burocracia não passou de pretexto. A verdadeira razão da expulsão prendeu-se com as declarações do sujeito a uma televisão sueca em Janeiro último, nas quais negou que o Holocausto tivesse eliminado seis milhões de judeus. Segundo Williamson, entretanto erguido a curiosa celebridade, os nazis mataram somente 300 mil, um número que o bispo presumirá irrisório. É, também, um número falso. A evidência histórica confirma amplamente a existência dos campos de concentração e de extermínio, das câmaras de gás e, claro, de uma quantidade de vítimas judias próxima dos tais seis milhões. Ao rejeitar um facto comprovado, Williamson não está a cometer um crime: está a fazer uma figura triste, no fundo semelhante à dos que recusam o 11 de Setembro ou a importância da penicilina.
Infelizmente, muitos discordam e defendem que Williamson merece o degredo pelas suas alucinações. Alguns são representantes de associações judaicas. Outros são os típicos profissionais da indignação, especializados em seleccionar escrupulosamente os seus alvos. Para estes, é inadmissível que um católico apalermado questione (?) o Holocausto, mas é tolerável que o islão em peso o negue e, em simultâneo, ambicione repeti-lo. Ou que o puro ódio mobilize uma parte da Europa em peculiares manifestações contra Israel. Ou que desportistas israelitas se vejam impedidos de participar em competições à conta da sua nacionalidade. Ou que académicos judeus sofram boicotes em universidades do mundo dito civilizado. Ou que, em Lisboa e onde calha, se vandalizem cemitérios judaicos. Ou que se pinte nas sinagogas de Caracas a velha ameaça "Fora com os judeus" e que as invectivas "aos que mataram Cristo" apareçam nas prédicas do tiranete local, aliás um bom amigo da presidente argentina agora louvada por enxotar Williamson.
Em matéria de anti-semitismo, cai bastante melhor penalizar as tragédias irreparáveis do que evitar as que ainda vêm a caminho."
Alberto Gonçalves
Infelizmente, muitos discordam e defendem que Williamson merece o degredo pelas suas alucinações. Alguns são representantes de associações judaicas. Outros são os típicos profissionais da indignação, especializados em seleccionar escrupulosamente os seus alvos. Para estes, é inadmissível que um católico apalermado questione (?) o Holocausto, mas é tolerável que o islão em peso o negue e, em simultâneo, ambicione repeti-lo. Ou que o puro ódio mobilize uma parte da Europa em peculiares manifestações contra Israel. Ou que desportistas israelitas se vejam impedidos de participar em competições à conta da sua nacionalidade. Ou que académicos judeus sofram boicotes em universidades do mundo dito civilizado. Ou que, em Lisboa e onde calha, se vandalizem cemitérios judaicos. Ou que se pinte nas sinagogas de Caracas a velha ameaça "Fora com os judeus" e que as invectivas "aos que mataram Cristo" apareçam nas prédicas do tiranete local, aliás um bom amigo da presidente argentina agora louvada por enxotar Williamson.
Em matéria de anti-semitismo, cai bastante melhor penalizar as tragédias irreparáveis do que evitar as que ainda vêm a caminho."
Alberto Gonçalves
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