NOBRE DE NOME
"Gostaria de dizer algumas palavras sobre o dr. Fernando Nobre. Mas quais? A julgar pelo que se escreve a propósito do fundador da AMI, os únicos qualificativos que a lei nos permite dirigir-lhe vão de "excelso" para cima: "bom", "valente", "digno", "altruísta", etc.
Com certeza, os que assim avaliam o dr. Nobre são testemunhas oculares dos feitos realizados pelo homem nos cento e cinquenta países a que levou o espírito missionário que o embala. Eu limito-me a conhecê-lo à distância, e talvez por isso tenha dele uma ideia ligeiramente diferente da do consenso que o canonizou. Não só não segui o dr. Nobre pelos cento e cinquenta países como não li os seus produtos literários: Gritos contra a Indiferença, Viagens contra a Indiferença e Imagens contra a Indiferença, obras que na minha prioridade de leituras estão logo após a colecção encadernada de "Teleculinária e Doçaria" do chef Silva.
O que conheço do dr. Nobre fundamenta-se apenas no que o próprio afirma em entrevistas e publica no seu blogue, misteriosamente intitulado Contra a Indiferença. Isto, lamento, não me chega para perceber a canonização ou sequer a reverência generalizada que a figura suscita.
Na opinião do dr. Nobre, o grupo terrorista Hezbollah, por exemplo, "não é um movimento de fanáticos, é composto por muita gente qualificada: professores universitários, muitos médicos".
O fundamentalismo islâmico deve-se à "política autista e irresponsável do Ocidente".
As acções de Israel são comparáveis às "dos nazis no Gueto de Varsóvia e nos campos de extermínio".
Os delinquentes que contestam a globalização através da incineração da propriedade alheia são "altermundistas, que gostariam de ver outro mundo, onde os cidadãos são respeitados e a política e a economia têm razão de ser, porque lutam pela valorização do ser humano".
O Ocidente é tão vil que "já não tem muita idoneidade para falar de democracia e de direitos humanos ao Governo birmanês".
A invasão da Geórgia deveu-se ao "aventurismo (sic) intempestivo do seu pouco democrático presidente" (por contraponto, presume-se, ao muito democrático Putin).
Por fim, o rematado psicopata Che Guevara inspira uma "certa admiração" ao dr. Nobre, que às vezes confessa admitir que "isto só lá vai com metralhadora".
Se me permitem, os delírios acima não configuram um santo nem ao menos um médico aflito com os males do mundo: configuram um extremista ideológico com agenda definida, ardores publicitários e um discurso que, não fora uma confessa aversão a partidos e a "politiquices" ("Fujo delas!", garante), se sentiria em casa no Bloco de Esquerda, de cuja lista às "europeias" o coerente dr. Nobre é aliás mandatário."
Com certeza, os que assim avaliam o dr. Nobre são testemunhas oculares dos feitos realizados pelo homem nos cento e cinquenta países a que levou o espírito missionário que o embala. Eu limito-me a conhecê-lo à distância, e talvez por isso tenha dele uma ideia ligeiramente diferente da do consenso que o canonizou. Não só não segui o dr. Nobre pelos cento e cinquenta países como não li os seus produtos literários: Gritos contra a Indiferença, Viagens contra a Indiferença e Imagens contra a Indiferença, obras que na minha prioridade de leituras estão logo após a colecção encadernada de "Teleculinária e Doçaria" do chef Silva.
O que conheço do dr. Nobre fundamenta-se apenas no que o próprio afirma em entrevistas e publica no seu blogue, misteriosamente intitulado Contra a Indiferença. Isto, lamento, não me chega para perceber a canonização ou sequer a reverência generalizada que a figura suscita.
Na opinião do dr. Nobre, o grupo terrorista Hezbollah, por exemplo, "não é um movimento de fanáticos, é composto por muita gente qualificada: professores universitários, muitos médicos".
O fundamentalismo islâmico deve-se à "política autista e irresponsável do Ocidente".
As acções de Israel são comparáveis às "dos nazis no Gueto de Varsóvia e nos campos de extermínio".
Os delinquentes que contestam a globalização através da incineração da propriedade alheia são "altermundistas, que gostariam de ver outro mundo, onde os cidadãos são respeitados e a política e a economia têm razão de ser, porque lutam pela valorização do ser humano".
O Ocidente é tão vil que "já não tem muita idoneidade para falar de democracia e de direitos humanos ao Governo birmanês".
A invasão da Geórgia deveu-se ao "aventurismo (sic) intempestivo do seu pouco democrático presidente" (por contraponto, presume-se, ao muito democrático Putin).
Por fim, o rematado psicopata Che Guevara inspira uma "certa admiração" ao dr. Nobre, que às vezes confessa admitir que "isto só lá vai com metralhadora".
Se me permitem, os delírios acima não configuram um santo nem ao menos um médico aflito com os males do mundo: configuram um extremista ideológico com agenda definida, ardores publicitários e um discurso que, não fora uma confessa aversão a partidos e a "politiquices" ("Fujo delas!", garante), se sentiria em casa no Bloco de Esquerda, de cuja lista às "europeias" o coerente dr. Nobre é aliás mandatário."
Alberto Gonçalves
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