terça-feira, abril 28, 2009

Um pouco de história antiga e recente sobre vírus da gripe.


Virologistas identificaram um grupo de três genes que explicariam a extrema e pouco comum virulência do agente da gripe espanhola de 1918, que matou entre 20 e 50 milhões de pessoas, na maior pandemia da história.
Segundo um trabalho publicado nos Estados Unidos, os três genes permitiram ao vírus da "gripe espanhola" se reproduzir nos tecidos pulmonares, uma característica particular deste agente patogénico que matou mais pessoas que todas as batalhas da Primeira Guerra Mundial.
"Os vírus convencionais da gripe multiplicam-se principalmente na parte superior das vias respiratórias, na boca, garganta e nariz, mas o vírus da gripe espanhola também era capaz de se reproduzir nos pulmões", destaca o doutor Yoshihiro Kawaoka, virologista e professor da faculdade de medicina veterinária da Universidade Wisconsin-Madison (norte), um dos principais autores do estudo.
Este é o motivo pelo qual a gripe espanhola de 1918 provocava pneumonias "tão devastadoras".
As numerosas autópsias das vítimas desta pandemia revelavam pulmões repletos de líquido e gravemente atingidos por hemorragias importantes.
A descoberta destes três genes, responsáveis pelo desenvolvimento da infecção nos pulmões, pode abrir caminho para uma rápida identificação da virulência potencial de uma nova família de vírus capaz de causar outra pandemia", destaca Kawaoka no estudo, publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
(Fonte: Yahoo!)

Um dos maiores assassinos de seres humanos da história, um vírus, foi recriado em laboratório, causando novos temores; mas os estudos feitos agora poderão impedir que uma mortandade parecida aconteça no futuro.
É bem mais fácil recriar um vírus com base em seu material genético do que um dinossauro. Tecidos humanos de vítimas da doença de 1918 foram agora usados para "ressuscitar" a gripe.
Não foi surpresa para os pesquisadores descobrir que o vírus recriado matou animais de laboratório bem mais rapidamente do que fazem os vírus de hoje.
Os vírus da gripe atacam milhões de pessoas todo ano, causando milhares de mortes.
Quando linhagens mais letais surgem, podem se transformar em epidemias globais, em média uma a cada trinta anos.
Foram três no século passado: a de 1918, do vírus H1N1 (a "gripe espanhola"), a de 1957, do vírus H2N2 ("gripe asiática"), e a de 1968, do vírus H3N2 ("gripe de Hong Kong").
As pesquisas foram feitas com normas de biossegurança mais rígidas que o normal, apesar de existirem drogas antivirais eficazes contra o vírus.
E as duas revistas analisaram cuidadosamente o risco de divulgar esse tipo de informação, que poderia ser um "manual" para bioterroristas.

A I Guerra Mundial terminou em 1918 com 9 milhões mortos.
A gripe “Espanhola” desse mesmo ano acabou com a vida de 40 milhões.
Foi a pior das epidemias mundiais de gripe do século XX ( 1918, 1957 e 1968), e de facto, a pior pandemia de qualquer tipo registad na história.
O vírus que a causou não provinha dos porcos, mas sim das aves, pelo que era um H1N1, como o actual.
O H1N1 era um vírus avícola até 1918 e foi a “Gripe Espanhola” quem o converteu numa cepa humana típica.
Os países implicados na Grande Guerra não informavam sobre a epidemia para não desmoralizar as tropas, de maneira que as únicas notícias vinham da imprensa espanhola.
A “Gripe Espanhola” deve o seu nome, portanto, à censura em tempos de guerra, e não à sua origem, já que o primeiro caso se registou em Camp Funston (Kansas) a 4 de Março de 1918. Então o vírus causava uma dificuldade respiratória leve, ainda que muito contagiosa, como qualquer gripe.
Em Abril já se tinha espalhado por toda a América do Norte e tinha dado o salto para a Europa com as tropas americanas.
O primeiro caso da segunda vaga mortal registou-se em 22 de Agosto no porto francês de Brest, uma das principais entradas das tropas norte americanas.
Era o mesmo vírus, porque os afectados pela primeira onda estavam imunizados frente à segunda.
Em determinado momento no Verão, sem dúvida, converteu-se num agente mortal.
Causava pneumonia viral rápida e habitualmente a morte em 2 dias depois dos primeiros sintomas.
Em Camp Devéns Massachussetts, 6 dias depois de se comunicar o primeiro caso já havia 6.674 contagiados. Os focos estenderam-se a quase todas as partes hbitadas do mundo, começando pelos portos e propagando-se às estradas principais. Só na Índia calcula-se que faleceram 12 milhões de pessoas.
Foi a chegada dos vírus aos lugares mais recônditos do planeta que permitiram reconstruí-lo há alguns anos. Johan Hultin, um médico reformado e os cientstas militares chefiados pelo geneticista Jefferey Taubenberger, lograram resgatar o vírus dos pulmões de uma vítima, uma mulher que falecera em em 1918 de um povoado esquimó do Alaska, que frio tinha conservado particularmente bem.
Houve a suposição que o vírus de 1918 não tinha nenhum gene de tipo numano: era um vírus avícola, sem misturas.
Tinha sim, 25 mutações que o distinguiam de um vírus avícola típico e entre elas deveriam estar as que permitiram adaptar-se ao ser humano.
Supôs-se assim, que o vírus da “Gripe Espanhola” se multiplicava 50 vezes mais rapidamente que o da gripe comum depois de um dia de infecção e 39.000 vezes ao 4º dia.
Mata todos os ratos de laboratório numa semana.
Os grupos de Terrence Tumpey, do CDC de Atlanta ( principais laboratórios de controlo de doenças dos EUA ) e Adolfo Garcia-Sastre, de Mount Sinai em NY, interrogaram-se que mutações do vírus da “gripe Espanhola” poderiam eliminar a sua capacidade para se transmitir entre as pessoas.
O resultado é que bastavam 2 mutações na sua hemaglutinina (ah de H1N1), essas mesmas mutações colocadas ao contrário bastavam para conferir a um vírus avícola uma alta capacidade para se transmitir de humano para humano.
A Hemaglutinina é um componente da superfície do vírus que reconhece as células do hospedeiro.
É a principal determinante da especificidade do vírus ( a espécie ou lista de espécies que pode infectar).
O importante não são os números adicionados ao H (H5, H1…), mas sim os detalhes da sua sequência e a ordem exacta dos aminoácidos da cadeia.
As duas mutações chave afectam criticamente a interacção da Hemaglutinina com os seus receptores nas células animais, que podem ser de dois tipos: alfa-2,3 ou alfa 2,6.
Os vírus da gripe avícola unem- se preferencialmente ao receptor alfa-2,3, que se encontram em altas concentrações nas células do intestino das aves aquáticas ou costeiras.
Sem dúvida, os vírus humanos, unem-se preferencialmente aos alfa-2,6, que se encontram no sistema respiratório das pessoas.

Um conselho:
Cumpram as determinações da DGS, as discussões sobre assuntos paralelos são assuntos paralelos e nada mais.
O Pelicano

10 Comments:

Blogger Toupeira said...

Um aparte:
Embirro com o facto de chamarem gripe porcina, a uma gripe humana, chamem-lhe gripe americana ou nova gripe ou o diabo que os carregue.

terça-feira, abril 28, 2009  
Anonymous mp said...

O porco recebe as variantes aviária e humana do vírus da parainfluenza, recombinando-os e replicando-os no seu organismo, permanecendo assintomático na maioria dos casos. Não dá para entender a opinião da OMS, até porque subiu o grau de risco de pandemia de 3 para 4 numa escala cujo risco máximo é de 6. Claro que as quarentenas servem exactamente para dar tempo a que os sintomas da doença se manisfestem, quando os turistas estão assintomáticos e vêm de países existe a doença.

terça-feira, abril 28, 2009  
Anonymous jorge said...

O que realmente está em jogo é a saúde das pessoas e não o lucro das Empresas ou dos serviços. Portanto, quem é o responsavel, seja a O.M.S. seja lá o que for, é que tem que dar um veredicto sério. Estas pandemias tendem a agravar-se dado se verificar a continuada alteração na alimentação dos aminais para consumo humano, em que lhes são dados produtos como as hormonas e não só que provocam novas doenças nesses animais. É o caso das farinhas de carne que são ministradas na alimentação de animais que são herbiveros e que fazem dê-les autenticos canibais. Mas a ganância é tanta que apenas conta o lucro e não o evitar este tipo de ocorrências pois, só quando morre alguém, é que se tomam medidas. Cada vez menos recursos e mais doenças, é sinal de que algo vai mal no Planeta e o que fim não estará longe. Até porque, as previsões que apontavam para um período mais dilatado face aos recursos, estão cada vez mais pessimistas e encortados. Aguardemos!!

terça-feira, abril 28, 2009  
Anonymous confuso said...

"No que diz respeito às pessoas que venham do México ou de outras zonas consideradas de risco, Ana Jorge desaconselha a ida às urgências hospitalares – “como em qualquer gripe” – para evitar a propagação dos vírus. “O doente deve permanecer resguardado para se proteger e evitar contágios”, explicou. Lembrou também que nos aeroportos estão a ser identificados todos os passageiros destes destinos a quem é fornecida informação." Então onde vou eu? Por um lado dizem que se deve tratar aquilo nas primeiras 48 horas, por outro mandam-nos ficar em casa...

terça-feira, abril 28, 2009  
Anonymous luis said...

Mantém-se as orientações da OMS. Diz o seu último comunicado: "O Comité da OMS para a gripe suína confirmou casos de gripe suína A/H1N1 nos USA, México, e Canadá. O Cpmité considerou também notificações noutros países. conselho do Comité o Director-Geral da OMS decidiu: elevar o nível da pandemia da gripe do 3º para o 4º nível. Esta mudança para um nível mais elevado indica que aumentou a possibilidade de uma pandemia, mas não que seja inevitável uma pandemia. Esta decisão teve apenas por base registos epidemiológicos que provam transmissão humano-a-humano e a capacidade do vírus criar focos a nível da comunidade. Dada a presença alargada do vírus, o Director-Geral considerou que não é possível conter focos. O foco actual deve pôr-se em medidas mitigadoras. O Director-Geral recomendou que não se fechem fronteiras nem se restrinjam viagens internacionais. Foi considerado prudente que as pessoas que estejam doentes adiem viagens internacionais e que pessoas que depois de viagens internacionais desenvolvam sintomas que procurem ajuda médica".

terça-feira, abril 28, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Então o goucha já anunciou que no jornal da noite de sexta-feira a tvi ía ter em directo a primeira vítima portuguesa da gripe suína... se ainda não existe ninguem infectado como é que a tvi vai arranjar a entrevista com o primeiro cidadão nacional infectado com a gripe suína?
Será que vão contratar mais algum dos actores que participaram nos noticiários sobre a casa pia? Ou existirá um casting para engripados para escolher qual é o infectado com a gripe suína?

quarta-feira, abril 29, 2009  
Anonymous joca said...

Quem sabe não é a solução para os problemas do mundo!
É que este mundo está cheio de "suinos" á frente de tudo, veja-se os Governo....
Pena é que a gripe não ataque só os suínos!!!

quarta-feira, abril 29, 2009  
Anonymous e o burro sou eu said...

Agora temos pânico... qualquer constipação vai ser sinonimo de fim do mundo... Não tarda nada vão os politicos tomar medidas restritivas da liberdade das pessoas que nunca seriam aceites se não tivessem medo de morrer... de gripe... que tristeza a falta de escrupulos de alguns e ignorancia de outros...

Isso é tudo treta! Mais uma “false flag operation” (pesquisem no google o que é) para meter medo à população mundial e com isso conseguem distrair as atenções da população dos assuntos que realmente interessam e ao mesmo tempo conseguem impôr medidas que de outra forma a população não permitiria...
E a populaça, qual manada de cordeiros, segue direitinho as manipulações das massas... enfim...
Algum jornalista viu/filmou algum morto devido a esta gripe??? e os doentes???
Se já há várias dezenas de mortos deve haver muitos mais contaminados... onde estão??? os jornalistas não os conseguem ver???
A gripe propaga-se por via aérea e por contacto (por exemplo mãos contaminadas que se tiverem ferimentos ou entrarem em contacto com olhos, nariz ou boca, vão contaminar a pessoa), e não há qualquer perigo de consumir carne de porco porque o processo de cozedura mata os virus??? então e durante a manipulação da carne crua??? já não há problema??? essa é boa!
É tudo treta!!!
Pode-se consumir a carne à vontade porque não existe qualquer perigo para a saude humana!!!
Os politicos norte americanos estão é a preparar alguma! Mantenha-se atento aos próximos acontecimentos mais relevantes da politica internacional e verá qual o objectivo da criação de todo este medo/terror na população!!!

Veja ainda o seguinte:
http://www.youtube.com/watch?v=f40crKfM4po
http://en.wikipedia.org/wiki/False_flag

A gripe suína é a desculpa perfeita para a incompetência dos políticos e da ineficiência das medidas anti crise!!! Assim a culpada crise passa a ser da gripe e não dos políticos com as suas medidas insensatas...
As culpas, a quem as tem!!!

quarta-feira, abril 29, 2009  
Anonymous mr said...

Quem escreve isto revela um desconhecimento profundo do que é a gripe suína. Com a primavera a aquecer as temperaturas médias a gripe suína vai esmorecer, como aliás já está a acontecer no México. Caso o surto epidémico tivesse surgido no fim do Outouno seria muito pior no hemisfério Norte. Já agora a recomendação da OMS é de se lavar as mãos cuidadosamente várias vezes ao dia. custa ssim tanto publicar este útil aviso, senhora Ministra da Saúde?

quarta-feira, abril 29, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Os srs da Roche é que se devem estar a rir.
Primeiro foi o que se viu com a gripe das aves (ou melhor, felizmente não se viu).
Agora é a gripe suína ( em que por milagre, o Tamiflu é outra vez a droga de eleição)
Isto está a começar a cheirar mal. Será que é dos suínos…..

quarta-feira, abril 29, 2009  

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