sexta-feira, maio 01, 2009

Financiar partidos

"De contradição em contradição até à derrocada final. Assim vai a política, que numa semana quer transparência mas noutra protege toda a opacidade do financiamento partidário, principal responsável pelo pântano conhecido. Não tem qualquer sentido que os mesmos partidos que aprovam um regime contra o sigilo bancário venham depois alargar as possibilidades do seu próprio financiamento.

Ou que, mesmo não defendendo a criminalização do enriquecimento ilícito, venham agravar as penalizações fiscais deste comportamento, mas depois achem que podem receber generosas dotações privadas. Tudo decidido entre todos e, convenientemente, à porta fechada. Com este nível de clareza não há democracia que resista...

A pretexto de uma absurda fiscalização à Festa do Avante – equiparada ao filão que costuma fazer das campanhas dos partidos de poder um luxo faraónico –, foi alargada a malha para receber dinheiros de toda a origem, incluindo a duvidosa. Com este poder legislativo há pouco a fazer. Sabe que pode tecer as teias mais labirínticas em matérias que costumam cair no domínio da criminalidade económica e que o ónus acabará sempre por cair sobre a ‘justiça’ e os seus agentes. Enquanto todos na dita ‘justiça’ estiverem calados e inertes, nunca haverá qualquer problema.
"

Eduardo Dâmaso

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