Porque não vamos apanhar o pelotão da frente
"De todas as previsões avançadas pela Comissão Europeia a mais preocupante não é a profundidade da recessão, -3,7% (que até fica abaixo do previsto pelo FMI), mas a acelerada deterioração das contas públicas. Com particular destaque para o rácio da dívida pública em função do Produto Interno Bruto, que deverá chegar a 81% (em 2010 era de 66,4%).
Quando olhamos para a dívida pública é como se olhássemos para o pára-brisas de um carro, antevendo o que está para vir. Ou seja, a dívida pública antecipa a qualidade de vida de um país nos cinco ou dez anos seguintes. Porque dá a medida exacta dos sacrifícios (impostos altos) que os cidadãos terão de fazer para pagar o que o Estado pediu emprestado.
Poder-se-á argumentar que Portugal não está sozinho neste campeonato: a Irlanda, que em 2007 tinha um rácio de 43,2%, vai chegar a 2010 com 79,7%; a Espanha, que em 2008 tinha 39,5% vai terminar 2010 com 62,3%; e a Itália, que em 2008 tinha 105%, vai chegar a 2010 com 116,1%. É verdade. Só que qualquer um destes países está à nossa frente em matéria de riqueza. E se para pagarem o que andam agora a pedir emprestado tiverem de crescer menos nos próximos cinco anos, não vem daí grande mal. Connosco o cenário é diferente: o esforço que teremos de fazer para amortizar dívida (impostos mais elevados) não nos permitirá aproveitar a estagnação daqueles países para lhes chegarmos aos calcanhares. Em economia, definitivamente, não há milagres."
Camilo Lourenço
Quando olhamos para a dívida pública é como se olhássemos para o pára-brisas de um carro, antevendo o que está para vir. Ou seja, a dívida pública antecipa a qualidade de vida de um país nos cinco ou dez anos seguintes. Porque dá a medida exacta dos sacrifícios (impostos altos) que os cidadãos terão de fazer para pagar o que o Estado pediu emprestado.
Poder-se-á argumentar que Portugal não está sozinho neste campeonato: a Irlanda, que em 2007 tinha um rácio de 43,2%, vai chegar a 2010 com 79,7%; a Espanha, que em 2008 tinha 39,5% vai terminar 2010 com 62,3%; e a Itália, que em 2008 tinha 105%, vai chegar a 2010 com 116,1%. É verdade. Só que qualquer um destes países está à nossa frente em matéria de riqueza. E se para pagarem o que andam agora a pedir emprestado tiverem de crescer menos nos próximos cinco anos, não vem daí grande mal. Connosco o cenário é diferente: o esforço que teremos de fazer para amortizar dívida (impostos mais elevados) não nos permitirá aproveitar a estagnação daqueles países para lhes chegarmos aos calcanhares. Em economia, definitivamente, não há milagres."
Camilo Lourenço
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