quarta-feira, maio 20, 2009

Vá gozar com a sua família, connosco não e já agora ri de quê?

Ministro não estranha aumento dos spreads

O ministro das Finanças não estranha o aumento dos «spreads» por parte dos bancos por entender que esta é a resposta possível das instituições bancárias face ao actual cenário de crise, de acordo com as declarações que hoje prestou perante a comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República.
“«Não estranho que haja um aumento de spreads», disse Teixeira dos Santos, ressalvando que não ficará indiferente a eventuais abusos. “Não podemos ficar indiferentes ao agravamento de ’spreads’ injustificados ou abusivos”, sublinhou. No entanto, o ministro deixou claro que estes assuntos não serão tratados na “praça pública” e sublinhou “o papel dos supervisores”. As declarações do titular da pasta das Finanças surgem três dias depois de o Diário de Notícias ter informado que “os bancos fizeram ‘disparar’ o valor da margem financeira que somam à taxa de juro [spread], com agravamentos quase mensais, em alguns casos de mais de 30%, para valores acima dos três pontos percentuais. Resultado: se o cliente não passar na avaliação de risco do banco e só conseguir contratar os spreads máximos ficará a suportar, em alguns bancos, juros acima de 5%. Isto numa altura em que a média da Euribor a seis meses (a taxa de juro mais usada) está nos 1,7%…”
O DN acrescentou que “também as margens mínimas foram actualizadas, sendo hoje o valor mais baixo os 0,65 pontos percentuais praticados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), seguida pelos 0,7 pontos do Santander Totta e os 0,8 pontos do Banco BPI. No caso do Banco Espírito Santo (BES), o seu spread mínimo duplicou, passando de 0,55 pontos para 1,1 pontos.”
Para os clientes que pretendem um novo crédito à habitação “estes spreads mínimos são difíceis de alcançar”, acrescenta o jornal. “O valor mais alto - adianta - é aplicado pelo Millennium BCP, com um spread de 3,6 pontos. Segue-se-lhe o BES, com um máximo de 3,3 e a pública CGD, com 3,15 pontos.
A bonomia de Teixeira dos Santos face às práticas da banca comercial em matéria de juros também se fez sentir no discurso que proferiu hoje, em Lisboa, durante a conferência “As Estratégias para um Novo Ambiente”, organizada pela Atkearney.
O ministro considerou que o país estará “num ponto de viragem ou próximo de um ponto viragem”.
Nesse sentido, Teixeira dos Santos sustenta que “não podemos lutar contra esta crise tirando os olhos do que vem a seguir [retoma]”, sugerindo que a estratégia do Governo deverá passar pelo combate em duas frentes - retomar o processo de correcção orçamental e fazer crescer o PIB.
Viragem só se for para o abismo.
Se acontecer uma Argentina por cá, depois das malditas eleições, vamos ver se ri tanto e se fica com um bom sorriso.
Tome tento e tenha um pouco de vergonha, porque o caso não está para rir, ou então o riso será indiciador de coisas muito feias...

10 Comments:

Anonymous luís said...

O sr Ministro sabe que o Governo a que pertence, com a pasta das Finanças,não tem alternativa senão contemporizar com o poder ECONÓMICO.
Estamos em período ELEITURAL, logo aumentar impostos para debalar o endividamento do ESTADO, que comparado com uma empresa privada já tinha o título de PRÉ-FALIDO, está fora de causa. Bom então vamos ao cerne da questão: Quem pode ajudar as MPME, PME, GE (estas se não estão doentes contagiam-se, rapidamente, com o virus da drise)? A Banca ...é óbvio. Mas esta precisa de bons resultados para responder às legítima exigências dos Accionistas. Aqui voltamos ao Estado versus CGD. Já diz o povo "pescadinha de rabo na boca". Bom há trinta anos ainda o Estado apregoava uma garantia de respeito: as reservas de ouro do BP. Ou ando distraído ou já não ouço falar do assunto. Terão sido os Judeus que reaveram os bens "ditos" espoliados? Preocupante...estou com receio que tenham ido "os aneis...e os dedos.
Pelo que antecede, o sr. Ministro não estranha o aumento dos "spreds"...pois sofre na procura "doméstica" de equilibrar a "casa", quando tem que ir ao "penhorista" versus Entidades Financeiras Iternacionais. Trapalhada? Pois as Entidades Reguladoras estavam no "sono dos Deuses" e quando acordados com os ALTOS BERROS DA CRISE (dita global) olharam para o "telhado" e gritaram: O TELHADO É DE VIDRO...

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous Anónimo said...

Com essa não indiferença podem bem os bancos e já agora a sua supervisão. Seria caso para rir se não fosse tão grave.
Analisem os balanços das empresas na componente financeira e vejam se encontram resultados financeiros inferiores ao ano anterior (aceitam-se apostas), mais, vejam se os resultados dos bancos, na mesma vertente também diminuíram (aposta não aconselháveis)!
Será milagre? Parece que estes, só em Fátima, e já acabaram faz tempo.
Talvez se fossem tratadas as questões no sítio e acima de tudo tempo certos a supervisão já tivesse saído de cena e existisse um controlo sério e que tivesse como objectivo ajudar as empresas a sair deste lamaçal em que viram inseridas pelo desnorte e alheamento dessa mesma supervisão e do poder instalado!!!

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous paulo said...

Nos tempos anteriores à crise os bancos compravam dinheiro no mercado interbancário pagando uma taxa pouco acima da Euribor.

O ‘spread' cobrado nas operações de crédito servia para pagar os custos da operação e gerar uma margem de lucro que remunerasse os accionistas. Aqueles custos, para além dos administrativos, consistem sobretudo nas perdas esperadas. Ou seja, quando um banco concede crédito sabe que existe uma probabilidade de aquele contrato entrar em incumprimento, situação em que o banco suportará perdas. Se os ‘spreads' cobrados não forem suficientemente altos, então no final do ano serão insuficientes para compensar as perdas incorridas. E nesses casos a falência da instituição torna-se provável.

Os bancos encontram-se sujeitos a regulação de capital. Por isso, não podem emprestar dinheiro apenas recorrendo a empréstimos de terceiros, sendo forçados a recorrer a uma percentagem de "fundos próprios", ou seja dívida subordinada de longo-prazo e capital próprio (acções). Estes recursos são bastante caros, sendo que parte do ‘spread' se destina a cobrir o respectivo custo. Só a parcela que exceder a soma destes três custos (administrativos, perdas esperadas e capital) é que corresponde a lucro económico do banco.

Com a crise tudo mudou. Com a entrada das economias em recessão a probabilidade de um crédito entrar em incumprimento aumentou substancialmente. Por seu turno, mesmo os empréstimos com garantia vêem o seu risco aumentado, visto que o valor de mercado dessas garantias desceu, nalguns casos, substancialmente. Por isso assistimos a um significativo aumento dos custos de incumprimento.

Com Basileia II o montante da cobertura dos empréstimos por capital depende, também, das perdas esperadas, pelo que se verifica agora uma maior necessidade de cobrir os empréstimos com capital. Ora este está mais caro e escasso do que nunca. Com as perdas nas carteiras, os bancos, via novas regras de contabilidade internacionais, viram reduzir substancialmente os seus montantes de capital. Com a crise nos mercados de dívida e de acções, enfrentam fortes dificuldades em levantar capital, ficando assim quase impossibilitados de conceder crédito novo. Os que o conseguem levantar, têm de o pagar caríssimo. Ainda por cima, os bancos pagam agora pelos recursos interbancários um ‘spread' razoável acima da Euribor. São essas as causas da subida dos ‘spreads'.

Quando alguém contrata uma operação de crédito tem de saber os riscos em que incorre. Indexar todo o crédito à Euribor implicava um risco de indexante, que cabe aos bancos saber gerir. Reflectir nos novos contratos as actuais condições de mercado constitui uma prática legítima. Mas subir ‘spreads' em contratos onde estes se encontram rigidamente fixados é ilegítimo, imoral e ilegal.

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous vg said...

Passámos de "spreads" de 0,5 para 3,5 que não~são justificadso pleo aumneto de risco ,pela simples razão de qeu os bancos não emprestam a quem não confiam.Trata-se de um opostunismo apoiado em verdadeiro cartel de actividade.A nós resta-nos engulir ,nesta como em outars actividades importantes da vida portuguesa.Quem nos defende,mesmo com um banco público?

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous rjmo said...

Sendo os empréstimos para habitação efectuados com garantia real (o próprio bem) para além da exigência de seguros de vida associados ao financiamento, não se percebe de facto este aumento, agora, da margem financeira através dos spreads. Aqui a questão é apenas de saber se a avaliação do bem está de acordo com as condições do mercado ou não. Se uma casa vale apenas 100.000 euros, por exemplo, não podem emprestar 150.000 euros (em alguns incluía-se no financiamento da casa, a compra de carro novo, mobílias... etc). Esta é que é a situação real em que os Bancos aproveitavam o 3 em 1, como os detergentes e agora estão todos a pagar estas "maringanças".

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous Anónimo said...

fazem falta mais exerccícios de pedagogia como este.
É necessária que a opinião pública, através dos jornais e tv´s, tenha acesso a este tipo de informação, para que as críticas feitas pelos clientes bancários sejam mais consistentes.
Se as pessoas perceberem a lógica implícita na formação do seu spread, mas facilmente poderão reclamar o porquê de num contrato já com 10/15/20 anos e a decorrer sem incumprimento, verem o seu spread passar para o dobro: 0.70% para 1.40%.

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous nap said...

Deixemos a banca facturar e facturar ! O BdP vai estar atento, tão atento como até aqui. O BPN foi um acidente de percurso tal como o BPP. A banca "nacional" vai levar umas bicadas da banca estrangeira e depois...lamberá as feridas !

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous melo said...

Joseph Stiglitz considera que economias como a portuguesa podem resistir melhor à crise se os Governos garantirem os empréstimos da banca, fazendo diminuir os respectivos 'spreads'.

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous pois é said...

É necessário cautela para garantir que não se dão garantias a quem não vai poder pagar o empréstimo - foi isto que aconteceu nos EUA

quarta-feira, maio 20, 2009  
Anonymous  said...

Os senhores economistas, prémios nobel incluídos, estão muito bem na actividade que eles próprios definiram como:" Passando metade do tempo a prever e a outra metade a justificar por que se enganaram, pois nunca acertam! " Mas, por outro lado, se dissessem a verdade, eram logo despedidos e nunca chegariam a NOBEL , quando muito, poderiam ser citados (se as editoras deixassem publicar sua ideias) a título póstumo, nas teses de doutoramento em economia e noutros trabalhos de investigação!...

quarta-feira, maio 20, 2009  

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