Cego, surdo e mudo
"Como Constâncio não pede desculpa, é legítimo que alguém lhe diga que tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta.
Um dia depois das eleições Europeias, o senhor governador do Banco de Portugal vai estar na comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN. A data escolhida pela maioria socialista tem que se lhe diga. Ainda por cima depois do seu cabeça-de-lista europeu, o doutor de Coimbra, Vital Moreira, ter andado na campanha eleitoral a dizer que os sociais-democratas estavam ligados à roubalheira do banco fundado por Oliveira e Costa.
É verdade que o que aconteceu no BPN, e já agora no BPP de João Rendeiro e também a outra escala no BCP, é manifestamente um caso de polícia que tem de ser investigado e os responsáveis levados a tribunal. É evidente também que os indígenas deste sítio pobre, triste, manhoso e cada vez mais mal frequentado acreditam tanto na Justiça como no Pai Natal. E têm razão.
Os responsáveis policiais e judiciais são notáveis nos nomes das operações, mostram ter uma imaginação sem limites para arranjarem coisas como ‘Apito Dourado’, ‘Furacão’ e outras coisas mais, mas os resultados ficam normalmente muito aquém do esperado e do anunciado com muita pompa e circunstância.
Seja como for, é digno de registo o trabalho efectuado pelos deputados da comissão de inquérito ao caso BPN, com destaque para os representantes do CDS e do Bloco de Esquerda, que, de mãos limpas, têm revelado inúmeros documentos e preparado muito bem as questões que colocam aos principais protagonistas da roubalheira. E foi na sequência da segunda audição a Oliveira e Costa que Dias Loureiro decidiu, finalmente, demitir-se do Conselho de Estado.
O banqueiro detido atirou-o positivamente pelas escadas abaixo ao fim de sete meses de resistência e de muitas contradições. Agora chegou a vez do senhor Vítor Constâncio, que continua agarrado com unhas e dentes à cadeira de governador do Banco de Portugal. Cego, surdo e mudo, o homem que conseguiu inventar um défice orçamental para o senhor presidente do Conselho não cumprir uma data de promessas e aumentar os impostos em 2005 vai ser devidamente apertado e encostado à parede pelos deputados da comissão de inquérito.
É óbvio que conhecendo o senhor não se espera que peça desculpa aos indígenas pelas suas falhas de supervisão e pelo dinheiro que o Estado já gastou e vai gastar com o BPN nacionalizado e, já agora, com o BPP. Mas, como não pede desculpa, é legítimo que alguém lhe diga que tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta."
António Ribeiro Ferreira
Um dia depois das eleições Europeias, o senhor governador do Banco de Portugal vai estar na comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN. A data escolhida pela maioria socialista tem que se lhe diga. Ainda por cima depois do seu cabeça-de-lista europeu, o doutor de Coimbra, Vital Moreira, ter andado na campanha eleitoral a dizer que os sociais-democratas estavam ligados à roubalheira do banco fundado por Oliveira e Costa.
É verdade que o que aconteceu no BPN, e já agora no BPP de João Rendeiro e também a outra escala no BCP, é manifestamente um caso de polícia que tem de ser investigado e os responsáveis levados a tribunal. É evidente também que os indígenas deste sítio pobre, triste, manhoso e cada vez mais mal frequentado acreditam tanto na Justiça como no Pai Natal. E têm razão.
Os responsáveis policiais e judiciais são notáveis nos nomes das operações, mostram ter uma imaginação sem limites para arranjarem coisas como ‘Apito Dourado’, ‘Furacão’ e outras coisas mais, mas os resultados ficam normalmente muito aquém do esperado e do anunciado com muita pompa e circunstância.
Seja como for, é digno de registo o trabalho efectuado pelos deputados da comissão de inquérito ao caso BPN, com destaque para os representantes do CDS e do Bloco de Esquerda, que, de mãos limpas, têm revelado inúmeros documentos e preparado muito bem as questões que colocam aos principais protagonistas da roubalheira. E foi na sequência da segunda audição a Oliveira e Costa que Dias Loureiro decidiu, finalmente, demitir-se do Conselho de Estado.
O banqueiro detido atirou-o positivamente pelas escadas abaixo ao fim de sete meses de resistência e de muitas contradições. Agora chegou a vez do senhor Vítor Constâncio, que continua agarrado com unhas e dentes à cadeira de governador do Banco de Portugal. Cego, surdo e mudo, o homem que conseguiu inventar um défice orçamental para o senhor presidente do Conselho não cumprir uma data de promessas e aumentar os impostos em 2005 vai ser devidamente apertado e encostado à parede pelos deputados da comissão de inquérito.
É óbvio que conhecendo o senhor não se espera que peça desculpa aos indígenas pelas suas falhas de supervisão e pelo dinheiro que o Estado já gastou e vai gastar com o BPN nacionalizado e, já agora, com o BPP. Mas, como não pede desculpa, é legítimo que alguém lhe diga que tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta."
António Ribeiro Ferreira
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