Tiro ao boneco
"O presidente do Conselho vai, um a um, sacrificar em público os ministros que andaram quatro anos a dar o corpo ao manifesto.
Vai animado o debate sobre a nova imagem do senhor presidente do Conselho. As opiniões dividem-se, uns garantem que o animal feroz continua vivo e de boa saúde, outros antecipam a sua rápida transformação num simpático miau-miau que os amantes de gatos e gatinhos adorariam ter em casa, deitado no sofá, pachorrento, fiel e sempre à espera dos mimos do dono. É evidente que o senhor presidente do Conselho garante que tudo isso não passa de uma enorme campanha negra, mais uma, e que presidente do Conselho só há um, ele e mais nenhum. Até pode ter razão.
Depois da enorme banhada eleitoral, em que o PS conseguiu a notável proeza de não atingir o milhão de votos, é muito natural que o senhor presidente do Conselho esteja a sentir-se muito mal, como se tivesse sido atropelado por um TIR cheio de pregados congelados numa das muitas estradas e auto-estradas sem trânsito que são o orgulho da gestão socialista. É natural por isso que o estilo humilde, a voz de veludo e a conversa sonsa da sua última entrevista na SIC não tenham acontecido por sugestão de um qualquer consultor de imagem, mas sim consequência de uns tantos comprimidos para o relaxe recomendados pelo farmacêutico da esquina. O que o senhor presidente do Conselho anda a fazer é muito pior do que uma manhosa mudança de imagem. Anda, pura e simplesmente, a atirar aos bichos os ministros que protagonizaram as reformas mais polémicas e mais custosas em matéria de popularidade e de votos.
A cena começou com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, estendeu-se às grandes obras públicas do regime, na pessoa do impagável ministro Mário Lino, e ameaça estender-se ao odiado ministro Jaime Silva, da Agricultura. Com uma máquina calculadora na mão, o ainda presidente do Conselho deste sítio cada vez mais mal frequentado ataca sem qualquer pudor as reformas que defendeu ferozmente no passado. Quando veio a público afirmar que a contestada avaliação dos professores era, afinal, tão exigente, tão complexa e tão burocrática, está tudo dito sobre a falta de vergonha de um senhor que não olha a meios para atingir os fins. A partir de agora, o senhor presidente do Conselho vai fazer tudo para salvar a sua pele. E vai, um a um, sacrificar em público os ministros que andaram quatro anos a dar o corpo ao manifesto pelas suas políticas, pelas suas reformas, pela sua arrogância, pela sua propaganda e pelas suas mentiras eleitorais."
António Ribeiro Ferreira
Vai animado o debate sobre a nova imagem do senhor presidente do Conselho. As opiniões dividem-se, uns garantem que o animal feroz continua vivo e de boa saúde, outros antecipam a sua rápida transformação num simpático miau-miau que os amantes de gatos e gatinhos adorariam ter em casa, deitado no sofá, pachorrento, fiel e sempre à espera dos mimos do dono. É evidente que o senhor presidente do Conselho garante que tudo isso não passa de uma enorme campanha negra, mais uma, e que presidente do Conselho só há um, ele e mais nenhum. Até pode ter razão.
Depois da enorme banhada eleitoral, em que o PS conseguiu a notável proeza de não atingir o milhão de votos, é muito natural que o senhor presidente do Conselho esteja a sentir-se muito mal, como se tivesse sido atropelado por um TIR cheio de pregados congelados numa das muitas estradas e auto-estradas sem trânsito que são o orgulho da gestão socialista. É natural por isso que o estilo humilde, a voz de veludo e a conversa sonsa da sua última entrevista na SIC não tenham acontecido por sugestão de um qualquer consultor de imagem, mas sim consequência de uns tantos comprimidos para o relaxe recomendados pelo farmacêutico da esquina. O que o senhor presidente do Conselho anda a fazer é muito pior do que uma manhosa mudança de imagem. Anda, pura e simplesmente, a atirar aos bichos os ministros que protagonizaram as reformas mais polémicas e mais custosas em matéria de popularidade e de votos.
A cena começou com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, estendeu-se às grandes obras públicas do regime, na pessoa do impagável ministro Mário Lino, e ameaça estender-se ao odiado ministro Jaime Silva, da Agricultura. Com uma máquina calculadora na mão, o ainda presidente do Conselho deste sítio cada vez mais mal frequentado ataca sem qualquer pudor as reformas que defendeu ferozmente no passado. Quando veio a público afirmar que a contestada avaliação dos professores era, afinal, tão exigente, tão complexa e tão burocrática, está tudo dito sobre a falta de vergonha de um senhor que não olha a meios para atingir os fins. A partir de agora, o senhor presidente do Conselho vai fazer tudo para salvar a sua pele. E vai, um a um, sacrificar em público os ministros que andaram quatro anos a dar o corpo ao manifesto pelas suas políticas, pelas suas reformas, pela sua arrogância, pela sua propaganda e pelas suas mentiras eleitorais."
António Ribeiro Ferreira
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