O salazarismo que perdura em nós
"O tema é recorrente em momentos eleitorais ou em crises económicas profundas. Falo da versão light do slogan "os ricos que paguem a crise": é preciso agravar a carga fiscal de quem ganha mais para ajudar quem ganha menos.
Não vale a pena repescar a estafada ideia de que tributar quem ganha mais desencoraja o investimento. Nem outra (válida) de que, à medida que a tributação sobe, se reduz o incentivo para trabalhar mais. A questão é mais profunda e vem do salazarismo: gostamos de ser remediados (adoramos cultivar a pobreza).
Faz sentido aumentar as deduções fiscais às famílias de menores rendimentos, agravando as deduções às que ganham mais? Faz. Mas se o Governo quer fazer alguma coisa pelo País, tem de promover a riqueza, não o nivelamento por baixo. Isto é, não se pode contentar com discriminar positivamente quem tem menos rendimentos. Tem de implementar políticas que nos façam enriquecer: os que (agora) ganham menos e os que, ganhando mais (agora), podem ganhar ainda mais no futuro. Porque o problema da sociedade portuguesa não é ter pessoas que ganham bem e outras mal. É não conseguirmos que as segundas migrem desse grupo para o dos mais ricos. É que, bem vistas as coisas, todos ganharíamos se em vez de 30 mil famílias que ganham mais de 5 mil euros, tivéssemos 100 mil. Nivelar por baixo é defender um dos complexos do salazarismo, de que ainda não nos livrámos. A propósito, alguém se admira de estarmos cada vez mais pobres face aos nossos parceiros?"
Camilo Lourenço
Não vale a pena repescar a estafada ideia de que tributar quem ganha mais desencoraja o investimento. Nem outra (válida) de que, à medida que a tributação sobe, se reduz o incentivo para trabalhar mais. A questão é mais profunda e vem do salazarismo: gostamos de ser remediados (adoramos cultivar a pobreza).
Faz sentido aumentar as deduções fiscais às famílias de menores rendimentos, agravando as deduções às que ganham mais? Faz. Mas se o Governo quer fazer alguma coisa pelo País, tem de promover a riqueza, não o nivelamento por baixo. Isto é, não se pode contentar com discriminar positivamente quem tem menos rendimentos. Tem de implementar políticas que nos façam enriquecer: os que (agora) ganham menos e os que, ganhando mais (agora), podem ganhar ainda mais no futuro. Porque o problema da sociedade portuguesa não é ter pessoas que ganham bem e outras mal. É não conseguirmos que as segundas migrem desse grupo para o dos mais ricos. É que, bem vistas as coisas, todos ganharíamos se em vez de 30 mil famílias que ganham mais de 5 mil euros, tivéssemos 100 mil. Nivelar por baixo é defender um dos complexos do salazarismo, de que ainda não nos livrámos. A propósito, alguém se admira de estarmos cada vez mais pobres face aos nossos parceiros?"
Camilo Lourenço
posted by Dr. Assur at 08:54
1 Comments:
Confundir Salazar com Cunhal não lembra ao Diabo.
Uma coisa é pobres mas honestos, com leis a sério, não contra o enriquecimento lícito mas contra o ilícito de que se conhecem muitos milhares de exemplos depois de Abril, especialmente contra e ao chamado de Novíssimo Estado, para contrapor ao Estado Novo que de facto existia e exercia a Justiça.
Sobre nivelar por baixo é coisa típica do Partido Comunista de que este governo é exemplo nos nomes, comunistas reciclados antigos militantes e hoje arrependidos,não sei se de tudo, mas pelo menos, no que diz respeito ao vil metal, não degeneram dos plutocratas da estirpe dos pequenos e maiores Lenines que Abril gerou pela cloaca.
Portanto só nos resta a Liberdade que ao que parece não existe.
Afinal Fiodor Dostoievski tinha razão na Parábola do Grande Inquisidor, quando disse a Jesus que viera fora do tempo e se pusera a fazer milagres como era seu hábito, que afinal ele, e os seus, deram a escolher ao imenso rebanho, entre a liberdade, o pão terreno e o pão celeste.
O rebanho veio então depor a Liberdade a seus pés e preferiu o pão terrestre, e assim sucederá a este rebanho.
Salazar conhecia este povo e afinal se olharem para as estatísticas os maiores crescimentos e emprego foram nas décadas do Estado Novo, depois foi sempre a cair até à derrota final.
Claro que havia presos, foram os que vieram depois ocupar o estado novíssimo e agora roubam sem vergonha ou já deixaram a herança genética aos filhos,sobrinhos e enteados.
Esses estão todos bem de vida, no Estado Central, nas empresas públicas e semi públicas, nos IPs que nascem como cogumelos e nas autarquias.
De facto Salazar não permitia roubos ao Estado, não permitia aos banqueiros a agiotagem a que se assiste, tinham baias como o gado e tinham medo de ser presos ou desterrados.
Portanto este senhor não sabe do que fala.
Parece um comediante.
Salazar teve todas as culpas da ladroagem instalada há mais de 30 anos no poder, foi não ter cortado o mal pela raíz como se deve fazer a um cancro.
Aí foi culpado.
Venham lá agora contar a história dos desgraçadinhos que tinham afinal o hábito de não querer trabalhar e que estavam na clandestinidade coitados.
Afinal que me lembre havia emprego e trabalho para quem queria e sobre fome, havia para quem não queria, seguindo o lema: "Quem não trabuca não manduca".
Não conheço um único jornalista sério, não me lembro de nenhum e se houve o patrão obrigou-o a seguir outras pisadas.
O BB deixou de trabalhar?
O espanhol com nome de erva daninha não saneou colegas?
Ora tenham vergonha e vão bater noutro santinho.
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