terça-feira, julho 14, 2009

Sozinhos no palco

"Ninguém precisa de despertador para assistir horas a fio ao triste desmontar da feira do PS do senhor presidente so Conselho.

Os socialistas estão decididamente a animar o Verão e a fazer uma enorme concorrência aos tristes e pirosos espectáculos que as várias televisões organizam nas praias do sítio, com muitas meninas cheias de celulite e muitos meninos parvos, sempre a rirem com graçolas estúpidas e música pimba à mistura para animar a malta que adora filas de trânsito, calor, areia, sardinhas assadas, uns bons copos de vinho ou cerveja e não perde um regresso a casa recheado de incidentes, crianças aos berros e zangas domésticas que duram até à próxima saída em família.

Enfim, desta vez o PS do senhor presidente do Conselho achou que era altura de tomar conta do palco e mostrar aos indígenas o que andou a esconder bem escondidinho nestes quatro anos e meio de governação. Vale a pena ocupar um bom lugar no sofá, ligar o ar condicionado, agarrar num copo bem gelado e fumar um bom cigarro. O espectáculo vai começar. O primeiro actor é recorrente e já não diz nada de novo, mas tem sempre audiência garantida, seja pela voz ou pelo ar imponente com que repete lugares comuns sobre a esquerda.

Chama-se Manuel Alegre e decidiu agora acordar os seus camaradas de um imenso sono cheio de mordomias, prebendas e tachos oferecidos a torto e a direito pelo senhor presidente do Conselho. É evidente que este apelo ao despertador só acontece porque o poder está por um fio e a vidinha pode ficar dura para a imensa legião que andou neste anos a comer à conta do Orçamento. Logo a seguir aparece António Costa, que olhou à volta, viu a desgraça em que está metido em Lisboa e, qual Rambo, dispara tiros de morteiro contra os ministros do senhor presidente do Conselho para mostrar que é um homem de esquerda, tão de esquerda que até paga fitas a Saramago, convida amigos de Alegre e faz acordos com o Zezinho que não faz falta alguma a Lisboa.

Para completar este festival de zangas, traições e facadas nas costas, os socialistas do Porto decidiram entrar em cena, tarde e a más horas, com uns obuses contra a sua candidata à Câmara que já garantiu um bom lugarzinho em Bruxelas. O espectáculo, como se vê, é aliciante e ninguém precisa, neste sítio manhoso, pobre, cheio de larápios e cada vez mais mal frequentado, de despertador para assistir durante horas a fio ao triste desmontar da feira do PS do senhor presidente do Conselho. Um espectáculo de terceira categoria, com personagens lamentáveis. São os socialistas democráticos no seu melhor.
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António Ribeiro Ferreira

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