segunda-feira, outubro 26, 2009

Bombas sexuais.

"Nem a mais refinada sátira consegue competir com as excrescências da ONU dedicadas aos "direitos humanos". Essas prestimosas instâncias, que essencialmente combatem Israel por via de "resoluções" e "relatórios", atingiram agora o apogeu de um já notável currículo de demência. A demência mais recente, e juro que não exagero nem um pedacinho, condena as subtilmente medidas antiterroristas levadas a cabo pelo governo israelita a pretexto de perturbarem, ou até humilharem, indivíduos de sexualidade "alternativa" ou "transgénica" (lamento, mas "transgénero" não passa no corrector ortográfico do Word, sem dúvida uma geringonça reaccionária).

Não perceberam? Também não é bem para ser percebido. Ainda assim, tentarei explicar. Parece que alguns dos senhores que em Telavive ou Jerusalém se rebentam no meio de civis têm por hábito disfarçar o intento vestindo-se de mulheres. Parece que, avisadas do disfarce, as autoridades locais inspeccionam os aparentes travestis árabes com particular atenção. Parece que a ONU acha intoleráveis - as inspecções, não os atentados.

Perante isto, o que dizer? No máximo, uma réstia de lucidez lembra-nos que, no Médio Oriente, um muçulmano travestido é sempre um potencial suicida: se não se mata entre israelitas, será provavelmente morto a título de heresia pela família ou pelo seu governo, se este não for o de Israel. Mas quem usa a lucidez para comentar o absurdo arma-se em excêntrico num mundo que, pelo menos se visto das Nações Unidas, enlouqueceu de vez
."

Alberto Gonçalves

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