domingo, outubro 04, 2009

Gripe A e os comportamentos de organizações, opiniões. - 3ª parte

Juan Gérvas, médico rural e coordenador de equipa CESCA – dirigiu à ministra da Saúde as seguintes palavras:

“Todos temos culpa , desde a OMS, ao ministério da Saúde e Política Social, passando pelos serviços de saúde das regiões autónomas, colégios de especialidade e meios de comunicação.”(…) “Infelizmente a vacina esperada chegará tarde demais e não deixa de ser uma vacina cuja eficácia desconhecemos. Até que exista mais conhecimento sobre estas vacinas, muitos de nós nem as tomaremos nem as receitaremos”.
Um exemplo assenta no facto de “ até 70% das pessoas falecidas com gripe sazonal carecem de factores de risco definidos”, de acordo com dados publicados no New England Journal of Medicine sobre gripe sazonal. Faz tanto sentido dar a vacina a grupos de risco como escolher as pessoas à sorte.
Quanto à adesão dos próprios profissionais de saúde afirma que “ não somos parvos ao ponto de tomar uma vacina porcina experimental”. Recorda, a propósito, na sequência de uma epidemia de gripe porcina , ocorrida nos EUA em 1976, que contagiou basicamente, dois quartéis do Exército, o governo Norte Americano preparou imediatamente uma vacina, como a que se está a fazer agora. Todavia, a campanha de imunização parou subitamente. Quando já se tinham vacinado alguns milhões de pessoas, começaram a surgir efeitos adversos raros e severos como a síndroma de Guillain-Barré. “ A vacina provocou mais mortes e complicações que a própria gripe”.
Em 500 anos raramente houve uma 2ª onda.

As previsões sobre a evolução da gripe “deveriam basear-se no que sabemos desta epidemia e de pandemias prévias”, acrescenta Gérvas, cujas previsões apontam no sentido de “ uma onda de contágio rápido”. Na sua opinião, “falar de outras possibilidades é ignorância, fantasia, irresponsabilidade ou maldade”.

“Quando a Presidente da OMS Margaret Chan, lança a mensagem de pânico com a possibilidade de ocorrência de uma primeira, segunda e terceira onda, ou é ignorante ou está a mentir”, conclui Juan Gérvas.

Juan Gérvas é Profesor Honorário do Departamento de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade Autónoma de Madrid

Mais uma opinião:

António Vaz Carneiro, Director do Centro de Medicina Baseada na Evidência, da FML,” (…) o papel da OMS tem sido “ profundamente errada sob o ponto de vista científico”.
Independentemente das recomendações do CDC ou, em Portugal da DGS, “ à luz da evidência dos ensaios clínicos originais sobre as vacinas dos antivirais e do impacto epidemiológico das doenças não é possível afirmar-se o que afirma. Esta é a minha opinião clara, inequívoca e transparente”.
Esta discussão deveria implicar reuniões médicas com números, estatísticas, extrapolações de estudos realizados no passado, análises desapaixonadas…”Ora, existe aqui uma discrepância entre aquilo que, sob o ponto de vista científico esta doença parece ser e aquilo que as autoridades mundiais, incluindo as americanas e europeias, nos vêm dizer”

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Recomendável leitura do artigo de Ignacio Ramonet no Le Monde Diplomatique (Espanhol): http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=63569

segunda-feira, outubro 05, 2009  
Blogger Biranta said...

Ia fazer uma referência e um link para aqui mas...
Copiei o texto, na íntegra, sem pedir licença, porque me cconstou haver receio de estes textos serem eliminados

terça-feira, outubro 06, 2009  
Blogger Toupeira said...

Não consegui fazer um comentário ao Atento ou responder.

terça-feira, outubro 06, 2009  
Blogger Toupeira said...

Aqui vai então.
A Bloomberg publicou o artigo acerca da contaminação do material da Baxter.
Tinha vírus não atenuado H5 N1 com outros vírus para a gripe sazonal.
No coments.
Sobre as vagas da gripe espanhola.
Parece ter havido de facto 3 vagas. A explicação para o facto não é fácil, será que foram 3 vagas?
Passo a explicar:
Em 18 uma epidemia transformava-se em pandemia no caso da gripe, num espaço de tempo que nada tem a ver com os dias de hoje.
Explicando melhor e de forma ficcionista, um bioterrorista espalha um sray em vários locais e um vírus com a categoria deste vírus (gripe em geral é de alta contagiosidade).
Com a facilidade e rapidez de transportes espalha-se pelo planeta em menos de um mês.
Em 18 não era assim.
A Europa estava em guerra e a pobreza e miséria era regra, o que tornava fácil a "tarefa" de um vírus altamente letal.
O vírus na 1 vaga era o mesmo?
Podia ser um outbreak tardio de um vírus da gripe sem qualquer semelhança com o de 1918.Talvez um sazonal tardio.
A 2ª vaga parece ter sido provocada por um vírus diferente que podia ser um novo vírus sazonal, mas altamente letal, atacava directamente os pulmões.
Portanto a teoria das vagas é apenas uma teoria.
O que não se pode admitir é que Margaret Chan diga que vão acontecer 3 vagas e que o vírus poderá sofrer uma mutação. Assim volto a perguntar:
Se sofrer mutação para que servem as vacinas?
Porque razão as vacinas são diferentes?
Porque razão os laboratórios trabalharam de forma independente sem orintações da OMS como de costume, nas vacinas da gripe sazonal.
Quem manda de facto na OMS?
São os labs?
Não sei se respondi à teoria das vagas, mas este campo é pouco conhecido a história das epidemias é apenas isso e pouco se sabe o que aconteceu.
Aliás sabe-se alguma coisa porque a Espanha não estava em guerra e não tinha censura na imprensa acerca de baixas que se misturavam com gripe , tifo e cólera, no lado alemão e aliado.
Daí se ter chamado à gripe de espanhola, tinha a ver com a censura de guerra.

terça-feira, outubro 06, 2009  
Blogger Toupeira said...

O amigo Atento pode colocar as questões que quiser, eu tentarei responder no que me for possível.
Peço desculpa mas o Blog está difícil de trabalhar. O assunto não é do agrado de muita gente...
Não me refiro aos donos do Blog como é óbvio, o que noto é medo de perguntar e isso é um sintoma de muito mau presságo.
Posso dizer que em França e na GB discute-se abertamente o problema na internet que não nos jornais, mesmo os médicos.
É preciso fazer um forcing e romper o véu de cumplicidade dos media com os sectores financeiros e os media que são controlados por eles. Trata-se de dizer o mesmo que a crise está a melhorar e a desaparecer, é mentira.
Vai piorar.

terça-feira, outubro 06, 2009  

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