quinta-feira, dezembro 10, 2009

Impostos elevados? Sim e para ficar!

"E vão duas. Agências de "rating", refira-se. Desta vez foi a Standard & Poor's a dizer que as finanças públicas portuguesas não se recomendam, ao baixar de estável para negativo o "outlook" da nossa dívida pública. Há poucas semanas outra agência, a Moody's, havia feito o mesmo. As razões são praticamente as mesmas (um défice é um défice sejam lá qual forem os eufemismos com que o ministro das Finanças se lhe refira): a deterioração acentuadíssima das finanças públicas, expressa num défice orçamental superior a 8% e uma dívida pública que vai chegar a uns perigosos 90% do PIB em 2011 (se é que não vai ser 100%). Mais: a S&P diz, repetindo um argumento que tem sido muito glosado pelos analistas em Portugal nas últimas semanas, que a situação política (ausência de maioria absoluta) não ajuda a criar um plano credível de redução da despesa pública.

Surpresa? Nenhuma. Ainda ontem tivemos o PSD a dizer, em matéria de finanças públicas, o mesmo que diz o PS: o combate ao défice ainda não é uma prioridade. Como se o despesismo do Estado não devesse ser uma preocupação permanente O mais provável, por isso, é que a S&P cumpra aquilo que dizia na quarta-feira: vai haver novas descidas do "rating" nos próximos meses. O que, como qualquer caloiro de Economia percebe, traduzir-se-á em crédito mais caro. Para o Estado e para os particulares. Mas há outra consequência, menos visível e menos imediata para um país onde a dívida pública pesa 90% do PIB: não há a mínima hipótese de termos impostos mais baixos nos próximos 10 anos
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Camilo Lourenço

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