Sem olhos vendados...
"Vergonha.’ É a primeira palavra que me ocorre para descrever o estado do País. Sobretudo depois de, ontem, ver confirmado, através da divulgação de escutas do caso ‘Face Oculta’, o entendimento que o primeiro-ministro tem da liberdade da Informação e também das liberdades individuais. O que o ‘Sol’ descreve sobre a operação para manietar e controlar a Comunicação Social revela o inacreditável desrespeito do homem que há anos governa Portugal por aquilo que são princípios elementares da democracia. Não olha a meios para atingir fins e não hesita em mentir se necessário.
O processo relacionado com a TVI tem contornos kafkianos. Se a intervenção de Armando Vara não se estranha, o papel a que a PT se prestou, com o envolvimento activo de um seu administrador, homem de mão do primeiro-ministro, e a cumplicidade do próprio Zeinal Bava, é inadmissível. Estamos perante um polvo que se mexe conforme os propósitos cegos de um homem que quer a qualquer custo agarrar o Poder. Por razões óbvias, relacionadas com os meus actuais compromissos profissionais, inibo-me de fazer considerações sobre aquilo que comigo ocorreu, embora eu seja o tal 'gajo' que era preciso 'limpar'. O que se passou contei à ERC, como era minha obrigação. Quanto ao fim do ‘Jornal Nacional’, confirma-se o que há tempos escrevi: é um escândalo resultante de deliberada acção de silenciamento que resultou de um conluio entre Governo e accionistas da empresa. Há, agora, que cobrar responsabilidades, sem olhos vendados nem ouvidos tapados. Fico à espera para ver o que a Entidade Reguladora irá fazer. Uma pessoa com as deficiências de carácter como as que José Sócrates já não consegue esconder não pode ser chefe de governo. Aqui ou em qualquer país minimamente civilizado. Se estivéssemos nos EUA, o primeiro-ministro e toda a sua ‘entourage’ há muito que teriam sido impiedosamente despedidos. A democracia americana possui mecanismos de autodefesa que não pactuam com situações deste tipo nem com gente assim, que acha possível fazer o que quer e lhe apetece com a vida dos cidadãos e das empresas. É bom que Cavaco Silva leia com atenção o que foi divulgado e que exija esclarecimentos. O Presidente da República não foi eleito para se tornar uma esfinge no universo da política portuguesa. Dele se espera que seja um garante de valores essenciais para a solidez da democracia, entre os quais a transparência e a lealdade. Não é de mais lembrar-lhe essas obrigações.
Com o filme de suspense de baixa categoria e péssimos actores que o Governo faz com o caso da Lei das Finanças Regionais, e numa altura em que os nossos governantes tanto falam da necessidade de credibilidade perante o exterior, mais a situação se agrava, sendo conveniente não se esquecer que, embora o País se assemelhe actualmente a um cinema decadente, convém evitar a sua derrocada."
José Eduardo Moniz
O processo relacionado com a TVI tem contornos kafkianos. Se a intervenção de Armando Vara não se estranha, o papel a que a PT se prestou, com o envolvimento activo de um seu administrador, homem de mão do primeiro-ministro, e a cumplicidade do próprio Zeinal Bava, é inadmissível. Estamos perante um polvo que se mexe conforme os propósitos cegos de um homem que quer a qualquer custo agarrar o Poder. Por razões óbvias, relacionadas com os meus actuais compromissos profissionais, inibo-me de fazer considerações sobre aquilo que comigo ocorreu, embora eu seja o tal 'gajo' que era preciso 'limpar'. O que se passou contei à ERC, como era minha obrigação. Quanto ao fim do ‘Jornal Nacional’, confirma-se o que há tempos escrevi: é um escândalo resultante de deliberada acção de silenciamento que resultou de um conluio entre Governo e accionistas da empresa. Há, agora, que cobrar responsabilidades, sem olhos vendados nem ouvidos tapados. Fico à espera para ver o que a Entidade Reguladora irá fazer. Uma pessoa com as deficiências de carácter como as que José Sócrates já não consegue esconder não pode ser chefe de governo. Aqui ou em qualquer país minimamente civilizado. Se estivéssemos nos EUA, o primeiro-ministro e toda a sua ‘entourage’ há muito que teriam sido impiedosamente despedidos. A democracia americana possui mecanismos de autodefesa que não pactuam com situações deste tipo nem com gente assim, que acha possível fazer o que quer e lhe apetece com a vida dos cidadãos e das empresas. É bom que Cavaco Silva leia com atenção o que foi divulgado e que exija esclarecimentos. O Presidente da República não foi eleito para se tornar uma esfinge no universo da política portuguesa. Dele se espera que seja um garante de valores essenciais para a solidez da democracia, entre os quais a transparência e a lealdade. Não é de mais lembrar-lhe essas obrigações.
Com o filme de suspense de baixa categoria e péssimos actores que o Governo faz com o caso da Lei das Finanças Regionais, e numa altura em que os nossos governantes tanto falam da necessidade de credibilidade perante o exterior, mais a situação se agrava, sendo conveniente não se esquecer que, embora o País se assemelhe actualmente a um cinema decadente, convém evitar a sua derrocada."
José Eduardo Moniz
10 Comments:
O que está em causa não são problemas particulares. O que está em causa é uma manobra contra direitos fundamentais, é um ataque ao Estado de Direito democrático constitucionalmente consagrado. E esse é um problema de todos nós. Pouco importa que figuras gradas do aparelho judicial, em vez de procurarem apurar os factos e a sua relevância para o Estado de Direito, se tenham sentido «gratos e obrigados» ao ponto de mandar arquivar ou até destruir as provas sobre a maquinação em curso. Felizmente para nós, não vivemos na época da Inquisição. Não aceitamos, pois, os dogmas que nos querem impingir sobre a «não relevância criminal» do material probatório recolhido. De resto, as várias frases divulgadas são, por si sós, elementos suficientes para avaliar da relevância do material recolhido e do perigo real para o Estado de Direito democrático. É nestas alturas que se comprova a importância da separação de poderes e de um Presidente da República, mesmo que relegado para um papel decorativo no comum dos dias. Oxalá seja digno da confiança que os portugueses nele depositam.
Esse tal Sr de Assis que se cuide não tenha por aí outro precalço à la Felgueiras..... Uma das coisas irritantes da corte de S. Bento, é que torcem a realidade com a mesma displicência e pouca vergonha com que existem, julgando dar assim a impressão de que têm razão. Mas não têm. Conhece o Sr. o quotidiano "abafado" da Administração Publica infiltrada nas chefias pelo PS e respectivas clientelas,onde só se avança por compadrios e cumplicidades, se defrauda o erário e vilipendia o interesse nacional todos os dias e se procura manter tudo isto num rigoroso pacto de silêncio...? E quem não pactuar ou ousar balbuciar o mais pequeno desconforto com esta vilanagem, cai em desgraça, é preterido e passa a vegetar em prateleiras. O Sr chama a isto liberdade de expressão? Asseguro-lhe caso não saiba que essa é a realidade quotidiana neste país. Os senhores são a negação dos valores em que cobardemente se escondem, os mesmos que um dia foram os do vosso próprio Partido, nobres valores democráticos com que todos sonhámos um dia. Os senhores são maus portugueses porque a vossa agenda nada tem que ver com a de Portugal. Combater-vos é um acto da mais nobre cidadania e patriotismo.
A liberdade e a democracia, aparentemente postas em causa com as manobras de Sócrates, são valores primeiros em qualquer país. E a degradação da vida económica e social pode ser assacada, sobretudo, à governação incompetente do PS/Sócrates nos últimos anos, virada para a propaganda de quiméricos êxitos que hoje niunguém consegue ver.
Em Portugal não existe liberdade nenhuma. Não existe liberdade na comunicação social, pois o Docas controla-a totalemente, não existe liberdade nas empresas de sondagens porque os milhões do povo entregue pelo Socas fala mais alto, não existe liberddae económica porque o Socas é que decide quem recebe os fundos para aniquilar os outros. Projectos PIN que mais não são que Projectos Intervencionados pelo Nacional xuxalismo. Como empresário sinto que fugi a tempo para Murcia e apesar do Zapatero estar a seguir as politicas ruinosas e assassinas do Socas sempre é mais forte a sociedade civil. Pior é qu o Cavaco é responsável pois viu o Pantanal e o povo a ficar enlameado e ainda dá a mão ao responsável Socas.
De facto a liberdade de expressão existe, já o Dr. oliveira Salazar dizia o mesmo. Os jornais e revistas podiam escrever sobre distintos temas, apenas tinham que respeitar as regras impostas pelo "Regime". Na situação actual, temos igualmente "liberdade de expressão", isto, desde que não denunciem situações que afectem os membros do poder instituído. será esta a verdade democrática pela qual tantos portugueses lutaram? Não será melhor os senhores do governo recorrerem aos tribunais para provarem que têm razão? Tudo ficará calmo e claro quando os sehores governantes se dispuserem a actuar como verdadeiros cidadãos: utilizarem os meios legais para provarem a sua inocencia, até lá bem podem pregar...
Que interessa ao país o que este aspirante ao poder proclama? Cinco anos de autoritarismo, prepotência e corrupção não são suficientes para se perceber com que detergente se lavam? Que dizer das ameaças a jornalistas e a pessoas que dizem mal das porcarias do senhor 1º ministro? Será que não têm sido perseguidas de forma infame? Será isso um exemplo democrático de liberdade de expressão?
Pelo espectáculo incongruente que o sr. José Socrates está a dar na sua função de Primeiro Ministro, com tantos casos. Em que já nâo "colam" as explicações que pretende dar. Tanto para "consumo interno", como, também penso,no "consumo externo", advindo daí para o País, para além do péssimo nome, custos em várias áreas tanto no plano económico como no financeiro, numa fase de verdadeira crise, em que Portugal atravessa, será da mais elementar prudência por parte dos verdadeiros socialistas, sob pena de lhes acontecer com o que acontece em França em que por falta de visão oportuna, há muitos anos que deixaram o poder,digo, será da mais elementar prudência substituirem o actual Primeiro Ministro, por razões que por bem entendam. O bem do País está acima de quem quer que seja ! Ou não será ? Se substituírem o actual PM por outra individualidade continuarão no poder,podendo recuperar parte da credibilidade. Pensem nisto ! A chamada oposição conhecedora da situação do País, deixaram de parte as suas diferenças, e fazem leis em conjunto.E o PS é anti Portugal ?
Sócrates, por uma razão ou por outra, atraiu múltiplos ódios; É o caso dos juízes, que, pela 1ª vez em séculos, viram o poder político a mexer em privilégios arcaicos (caso das férias); É o caso dos profs, que pela 1ª vez passaram de avaliadores a também avaliados e que viram subtraída (os sindicatos) a gestão das escolas; É o caso muitos jornalistas, que tomaram como uma afronta a extinção da sua Segurança Social privativa (mas sustentada pelo Estado) e a inclusão no regime geral; É o caso de muito cronista de pasquim, especializados na trica e maledicência político-partidária, que perdeu mordomias e lugar na corte de S. Bento, outrora de Barroso e Santana; É o caso de Belmiro Azevedo, que culpa Sócrates pelo insucesso da OPA da SONAE s/PT. Enfim, muitos outros casos ainda existirão. Todos esses ódios, quais mastins, filaram as canelas de Sócrates desde que sentiram a 1ª fragilidade exposta, e foi o caso da licenciatura da Independente; A partir daí nunca mais os mastins lhe largaram as canelas; inventando casos rocambolescos e pré-históricos (como o das casa de Covilhã), associando, sem provas, o seu nome a casos em investigações judiciais que se eternizam para o desgaste permanente da sua imagem (Freeport) ou mandando informadores pidescos ouvir todas as suas conversas (sejam no WC ou no restaurante) para depois as escarrapacharem nos sempre solícitos pasquins da ordem laranja (CM e Sol posto). É claro, desde a 1ª hora (quando as tropas de Santana engendraram o Freeport), que isto é uma estratégia que obedece a um plano traçado pelo PSD, a que alguns outros franco-atiradores se têm juntado, e que tem como objectivo desgastar o PS e todos os seus dirigentes (já vem do tempo da “Casa Pia”) para que o PSD possa ascender de novo ao poder, porque de outro modo já viram que não conseguem. Só que Sócrates tem demonstrado ser coriáceo, duro de roer e nem mesmo a tramóia das escutas que o PR Cavaco lhe preparou foi suficiente para o derrotar. É assim que eu vejo, com toda a sinceridade toda esta trama. Por isso apelo a todos os socialistas para se “alistarem” neste combate vital pela verdade e democracia. Monizes e Manelas (bocas de inferno) e ladrões da alta finança (engraçado como se deixou de falar neles! LOL), não passarão! A resistência estóica de Sócrates vai matá-los com úlceras gástricas! LOL
Ver na acção da sociedade uma "caça" ao PM é esconder o Sol com a peneira. Sócrates está enterrado em evidências que justificam as suspeições que sobre ele recaem. E cada dia que passa aparece mais uma. Os socialistas, quais mastins de serviço (aqui, mastins quer dizer cães de guarda) tentam fazer crer que tudo não passa de uma campanha negra contra o PM. Querem fazer-nos crer que o PM é uma vitima mas, evidências são evidências e elas mostram à saciedade que o PM é um traficante de influências, que usa e abuso do compadrio e que está envolvido em crimes cometidos contra o estado português. Os socialistas lá sabem com que linhas é que se cosem mas as evidências dizem-nos que se cosem com as linhas da corrupção, do compadrio e do tráfico de influências entre outras não menos importantes. Se querem continuar a usar a peneira para tapar o Sol, não se admirem com as consequências.
Sócrates só faz declarações evasivas, não desmente os factos, foge de vir à televisão rebater ponto por ponto, olhos nos olhos as vilanias de que é acusado. Há um bom ditado português que classifica bem esta situação e não deixa dúvidas a ninguém : " Quem não deve, não teme." Faço uma sugestão ao primeiro ministro, garantindo à partida que a outra parte estaria complétamente disponivel : ser entrevistado pelo Mário Crespo sobre todas as acusações de que é alvo, numa emissão que bateria, sem dúvida, todos os recordes de audiências jamais registados na televisão portuguêsa.
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