Desqualificar Portugal.
"A partir da próxima semana, 300 mil (?) desempregados com o rendimento mínimo serão recambiados para os cursos das Novas Oportunidades. Os dois partidos comunistas estão contra porque, passo a citar, o Governo quer enfeitar as estatísticas, o Governo quer reduzir os apoios sociais, o Governo devia preocupar-se com a criação de empregos. Sem surpresas, a extrema-esquerda acerta pelas piores razões e falha pelas melhores.
Claro que o Governo pretende tornar apresentáveis os números do desemprego (mesmo que diga que não). Claro que o Governo ambiciona poupar uns trocos na caridade. Claro que o papel do Governo deveria ser o de deixar as pessoas sossegadas tanto quanto possível e não o de "criar" empregos como se criam galinhas, incapacidade de resto demonstrada por todas as medidas que vão nesse sentido e terminam invariavelmente no sentido inverso.
O que a extrema-esquerda se esquece de notar é o absurdo de trocar o ócio justamente pelas Novas Oportunidades, segundo o presidente do IEFP para "aumentar as qualificações". Aos que nelas militam, as Novas Oportunidades servirão imensos fins: arejar, conviver, assegurar subsídios e, por literal inércia, arranjar um papel que lhes atribui um determinado grau de instrução. Só passaria pela cabeça de um demagogo ou de um maluco sugerir que aquilo qualifica alguém, excepto a insultar e agredir os pobres formadores que, graças aos azares da vida, lá foram parar.
O problema, admita-se, não está nos beneficiários do rendimento mínimo que não querem trabalhar: esses vão sentir-se em casa nas Novas Oportunidades. O problema está nos infelizes que querem, e que ganhariam em ficar por casa, a consultar os classificados de emprego ou, do mal, o menos, a dormir.
Tal como não convém instalar um heroinómano em recuperação no Bairro do Cerco, não é grande ideia depositar quem não faz nada onde não há nada a fazer. Mas é uma ideia que ajuda ao principal legado dos governos PS e, vá lá, do regime: uma crescente multidão de dependentes, desorientados e embrutecidos, cujas "competências" (um nome feio em voga) se esgotam nos esquemas para espremer o Estado "social" que os diz salvar e, na verdade, os aniquila.
Naturalmente, não é por isso que a extrema-esquerda não gosta do PS. Nem do regime."
Alberto Gonçalves
Claro que o Governo pretende tornar apresentáveis os números do desemprego (mesmo que diga que não). Claro que o Governo ambiciona poupar uns trocos na caridade. Claro que o papel do Governo deveria ser o de deixar as pessoas sossegadas tanto quanto possível e não o de "criar" empregos como se criam galinhas, incapacidade de resto demonstrada por todas as medidas que vão nesse sentido e terminam invariavelmente no sentido inverso.
O que a extrema-esquerda se esquece de notar é o absurdo de trocar o ócio justamente pelas Novas Oportunidades, segundo o presidente do IEFP para "aumentar as qualificações". Aos que nelas militam, as Novas Oportunidades servirão imensos fins: arejar, conviver, assegurar subsídios e, por literal inércia, arranjar um papel que lhes atribui um determinado grau de instrução. Só passaria pela cabeça de um demagogo ou de um maluco sugerir que aquilo qualifica alguém, excepto a insultar e agredir os pobres formadores que, graças aos azares da vida, lá foram parar.
O problema, admita-se, não está nos beneficiários do rendimento mínimo que não querem trabalhar: esses vão sentir-se em casa nas Novas Oportunidades. O problema está nos infelizes que querem, e que ganhariam em ficar por casa, a consultar os classificados de emprego ou, do mal, o menos, a dormir.
Tal como não convém instalar um heroinómano em recuperação no Bairro do Cerco, não é grande ideia depositar quem não faz nada onde não há nada a fazer. Mas é uma ideia que ajuda ao principal legado dos governos PS e, vá lá, do regime: uma crescente multidão de dependentes, desorientados e embrutecidos, cujas "competências" (um nome feio em voga) se esgotam nos esquemas para espremer o Estado "social" que os diz salvar e, na verdade, os aniquila.
Naturalmente, não é por isso que a extrema-esquerda não gosta do PS. Nem do regime."
Alberto Gonçalves
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