Um homem para a eternidade.
"Manuela Ferreira Leite, outrora conhecida como a "Bruxa" em círculos sofisticados, passou perto de dois anos a alertar para a calamidade a que as políticas do Governo levariam o País. Com maníaca regularidade, a senhora previu, ou apenas constatou, que o "investimento" público era uma fraude ou uma ruína, que as medidas para a criação de emprego terminariam no aumento vertiginoso do desemprego, que o descontrolo das contas públicas se disfarçava através de falcatruas, que as promessas desvairadas e a pura mentira foram transformados nos instrumentos quase exclusivos da governação, que ao contrário de sucessivas juras a consolidação orçamental se fez à custa da receita e não da despesa, que a crise internacional se aliviaria muito antes da crise interna e que a inspiração grega ia além do nome do eng. Sócrates.
No segundo dia do debate do Orçamento, cuja aprovação defendeu em última instância (e erradamente), a dra. Ferreira Leite recordou o rol de misérias acima e decretou que o eng. Sócrates deixou Portugal "como um doente quase morto". Eis a resposta do visado: "Gostaria de sublinhar a importância do discurso de Manuela Ferreira Leite. Acho que finalmente fui ouvido. O País precisa deste Orçamento."
Isto já não é cinismo ou simples manha. É uma coisa mais insidiosa e brutal, que beneficia de uma audiência de pasmados para, no caso, atropelar impávido a retórica alheia e revertê-la em seu favor. O político José Sócrates não terá uma única virtude, mas passeia uma característica rara: um apego ao poder que despreza a racionalidade convencional e ultrapassa largamente os padrões a que nos habituáramos. Não há no primeiro-ministro a sombra de um princípio. Há fins. Ou, para sermos exactos, um fim: a perpetuação. Dizê-lo capaz de tudo é dizer pouco. Os que esperam que ele saia sem eleições deviam atentar nisso. E os que esperam que ele saia com eleições também. "
Alberto Gonçalves
No segundo dia do debate do Orçamento, cuja aprovação defendeu em última instância (e erradamente), a dra. Ferreira Leite recordou o rol de misérias acima e decretou que o eng. Sócrates deixou Portugal "como um doente quase morto". Eis a resposta do visado: "Gostaria de sublinhar a importância do discurso de Manuela Ferreira Leite. Acho que finalmente fui ouvido. O País precisa deste Orçamento."
Isto já não é cinismo ou simples manha. É uma coisa mais insidiosa e brutal, que beneficia de uma audiência de pasmados para, no caso, atropelar impávido a retórica alheia e revertê-la em seu favor. O político José Sócrates não terá uma única virtude, mas passeia uma característica rara: um apego ao poder que despreza a racionalidade convencional e ultrapassa largamente os padrões a que nos habituáramos. Não há no primeiro-ministro a sombra de um princípio. Há fins. Ou, para sermos exactos, um fim: a perpetuação. Dizê-lo capaz de tudo é dizer pouco. Os que esperam que ele saia sem eleições deviam atentar nisso. E os que esperam que ele saia com eleições também. "
Alberto Gonçalves
3 Comments:
Mas qual a vantagem do, digamos, homem se ir embora? Pois se ele é o mais responsável pela situação em que estamos, se ninguém mente melhor do que ele, se se apresenta à esquerda no leque político, quem poderá estar mais apto do que ele para empurrar goela abaixo dos bisonhos portugas a pastlha que eles têm de engolir? Quem melhor do que ele, homem de esquerda sem princípios morais ou cívicos, fará esse tratamento assegurando a paz social? Dizia-se antigamente que quando elas queriam e as mães deixavam a coisa acontecia. Hoje eu digo que a coisa acontece, e bem, porque o engenheiro relativo quer e o marido da maria deixa.
E também e antes de tudo porque o marido da maria quer e o engenheiro relativo deixa. Claro.
É, parece que interrompia um conselho, pelo furor de uma coisa que não digo, agora estará tomado por quê, ficou-lhe o hábito sem a causa e o proveito ou de facto ela é que manda agora outros valores se levantam.
Não diria melhor, a causa é essa, assim se repete o que se repete em ciclos muito longos neste sítio.
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