terça-feira, janeiro 11, 2011

As fundações de Portugal

"O DN começou a publicar uma longa investigação coordenada por Maria de Lurdes Vale sobre os institutos, fundações e empresas financiados pelo Estado. As primeiras conclusões é que ascendem a 13.740, custam milhares de milhões e, com a excepção de uns 12%, não prestam contas ou, com a excepção de 3%, não são fiscalizados.

Perante tais generalidades, é fácil aderir à velha ladainha dos excessos da despesa pública e da leviandade com que se espatifa o dinheiro alheio. Ao populismo, portanto.

Sucede que uma sociedade civilizada não se revela a preto e branco, pelo que convém ver de perto do que falamos quando falamos em gastos inúteis e fraudulentos. O cidadão prefere pagar menos impostos ou ficar sem o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM)? Interessa-nos poupar uns trocos ou perder o Fundo de Contragarantia Mútua (FCM)? Será mais útil torrar dinheiro em porcarias do shopping e dos chineses ou patrocinar o Instituto do Desporto de Portugal (IDP)? O que é pior, um país com a dívida descontrolada ou um país privado da Fundação Maria do Carmo e Marido (FMCM)? E de certeza que uma nação moderna dispensa a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), a Fundação Nortecoop (FN) e, claro, a Agência Nacional para a Gestão do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (ANGPALV, presumo)?

Por escassez de espaço, refiro apenas alguns exemplos. Mas são estes e os 13 mil e tal organismos restantes que devemos acarinhar se queremos definir um futuro colectivo digno. Agora, porém, não tenho tempo, já que estou atarefado a tratar dos estatutos da Fundação Alberto Gonçalves e Esposa (AGE), entidade sem fins lucrativos. Para o contribuinte, naturalmente
."

Alberto Gonçalves

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