A política rasca e o empobrecimento do país
"O BPN tornou-se definitivamente "no" tema das Presidenciais.
O objectivo é claro: associar Cavaco Silva à gestão criminosa do BPN, tentando inverter as intenções de voto que lhe dão a vitória à primeira volta (coisa que Cavaco facilitou ao atacar desastradamente a actual administração, "esquecendo" a gestão ruinosa de Oliveira e Costa e seus apaniguados).
Mas já que os candidatos parecem tão interessados no tema BPN, vale a pena deixar algumas perguntas: porque estão eles, hoje, tão preocupados com o banco? Nunca os ouvi pronunciarem-se sobre o BPN quando o problema foi levantado pela primeira vez (Revista "Exame", Março de 2001)... Estavam distraídos? Pensaram tratar-se de um deslize da revista? Mas admitamos que desde 2001 até 2008 (nacionalização) andaram mesmo distraídos. E depois dessa data? Algum deles se preocupou com as consequências da nacionalização? Se sim, porque não questionaram o Governo sobre como é possível, dois anos depois da nacionalização, o país não saber quanto é que o BPN vai custar ao contribuinte (números que o ministro das Finanças e o 1ºministro estão fartos de conhecer)…!
É chocante o nível a que chegou a política portuguesa. Fazer da compra e venda de acções (cujos contornos, com os elementos que se conhecem, não configuram crime) o assunto principal da campanha presidencial é uma vergonha. Porque o que devia realmente preocupar os candidatos é a descredibilização total da República, a iminente vinda do FMI e o insustentável estado das nossas Finanças Públicas. De facto, é nestas alturas que se percebe porque somos um país em processo acelerado de empobrecimento. "
Camilo Lourenço
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