Como "entalar" Frau Merkel
"Os candidatos a primeiro-ministro andam preocupados com as imposições que tornam Portugal num "protectorado" da Alemanha.
Os candidatos a primeiro-ministro andam preocupados com as imposições que tornam Portugal num "protectorado" da Alemanha (ontem Sócrates distanciou-se da proposta de revisão do período de férias e da idade de reforma, feita por Angela Merkel…). Os três querem convencer o eleitorado que não estão sujeitos ao apertado colete de forças imposto pela Troika.
É uma estratégia errada. Os candidatos deviam virar agulhas e explicar ao eleitorado que até podemos dar lições à Alemanha. Não em tudo, obviamente, mas naquilo que fazemos melhor do que eles. Isso não existe? Existe sim (já lá vamos)…
Só que para isso os candidatos têm de fazer um pacto com o eleitorado: explicar que para lá chegar precisamos, primeiro, de sanear as finanças públicas e melhorar a competitividade. Mobilizando os eleitores para executarmos as medidas da Troika… antes do calendário por ela fixado. Porque só recuperando a credibilidade podemos virar o bico ao prego e dizer aos alemães que há coisas que eles têm de mudar. A fórmula do cálculo de pensões, por exemplo: a nossa (que aumenta a idade de reforma em função da esperança de vida) faz mais sentido do que a deles (que fixou 67 anos como idade mínima). Outros exemplos: dizer a Frau Merkel que a Europa ganha mais se baixar a carga fiscal em vez de a aumentar (como ela quer impor à Irlanda). A questão é que tudo isto só pode ser feito se tivermos "moral". Ou seja, fazendo primeiro o trabalho de casa. "
Camilo Lourenço
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