Um país de suicidas.
"Primeiro, a ameaça; depois, o desmentido: a Grécia não quer deixar o euro. Quer que a deixem respirar com juros mais brandos e, quem sabe, pagar o que deve lá para 2030.
Compreensível. Mas, infelizmente, insustentável: se, como se presume, a economia grega não ressuscitar com o plano de resgate, a brincadeira de hoje vai ser um caso sério amanhã. E, saindo a Grécia do euro, Portugal é um candidato a prazo.
Um cenário de horror? Creio que sim: com um escudo desvalorizado, a fuga generalizada de capitais e a miséria instalada entre os nativos, Portugal seria um lugar ainda mais medonho. Mas, dizem os especialistas, seria um lugar mais competitivo (na pobreza) e, pormenor relevante, sem a necessidade de ‘mudar de vida’, coisa que agora se exige no famoso memorando do trio. Uma pessoa de bom senso faria os possíveis e os impossíveis para mudar mesmo de vida – e rezar para ficar no clube.
Mas não é de excluir que os mesmos portugueses que tencionam votar Sócrates sejam também aqueles para quem a pobreza é tolerável desde que nada mude e a vidinha continue. Um país de suicidas é um país de suicidas."
João Pereira Coutinho
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