O furacão que vai mudar a banca europeia
"O tema anda no ar há alguns meses. E para desgosto de muitos banqueiros, está a ganhar momentum. Falamos da capitalização dos bancos europeus. Portugueses incluídos. Ontem o director do departamento europeu do FMI, António Borges, pôs um preço nessa capitalização: entre 100 a 200 mil milhões de euros (número que supera o valor da ajuda à Irlanda e Portugal…)
Também ontem, nos círculos financeiros cá do burgo, comentava-se o exagero de Borges. Citando o recente "ataque" ao Banco de Portugal por obrigar os bancos portugueses a uma desalavancagem demasiado rápida, que prejudica o financiamento à economia.
O "price tag" de Borges está certo? Isso é o que menos importa. Até porque há números para todos os gostos (o FT fala de 500 mil milhões de euros!). O melhor é os bancos convencerem-se definitivamente de que o que conta é o facto de os investidores não confiarem neles. Veja-se o que aconteceu ao Dexia e a desconfiança em relação a alguns bancos franceses …
Empurrar com a barriga, como a maior parte deles anda a fazer (Portugal incluído) não resolve nada. É melhor passar à fase seguinte: saber de onde virá o dinheiro para a capitalização. De investidores particulares (Ásia, Médio Oriente…), o que implica mudanças radicais na estrutura accionista dos bancos? Ou dos Estados (com nacionalizações à escala europeia)?
É isto que os bancos e as autoridades deviam estar a discutir (até para preparar o "default" da Grécia...) A pior coisa que podia acontecer à Europa é manter um sistema financeiro subcapitalizado, incapaz de apoiar as empresas. Como até Frau Merkel, que defendeu ontem uma solução europeia para o problema, já percebeu. "
Camilo Lourenco
Também ontem, nos círculos financeiros cá do burgo, comentava-se o exagero de Borges. Citando o recente "ataque" ao Banco de Portugal por obrigar os bancos portugueses a uma desalavancagem demasiado rápida, que prejudica o financiamento à economia.
O "price tag" de Borges está certo? Isso é o que menos importa. Até porque há números para todos os gostos (o FT fala de 500 mil milhões de euros!). O melhor é os bancos convencerem-se definitivamente de que o que conta é o facto de os investidores não confiarem neles. Veja-se o que aconteceu ao Dexia e a desconfiança em relação a alguns bancos franceses …
Empurrar com a barriga, como a maior parte deles anda a fazer (Portugal incluído) não resolve nada. É melhor passar à fase seguinte: saber de onde virá o dinheiro para a capitalização. De investidores particulares (Ásia, Médio Oriente…), o que implica mudanças radicais na estrutura accionista dos bancos? Ou dos Estados (com nacionalizações à escala europeia)?
É isto que os bancos e as autoridades deviam estar a discutir (até para preparar o "default" da Grécia...) A pior coisa que podia acontecer à Europa é manter um sistema financeiro subcapitalizado, incapaz de apoiar as empresas. Como até Frau Merkel, que defendeu ontem uma solução europeia para o problema, já percebeu. "
Camilo Lourenco
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